Julgamento de Alcochete (III) – Barbini e Amaral arguidos?
O terceiro dia do julgamento foi repleto de conteúdo sumarento. Um dos três pontos mais saborosos foi a pergunta de Miguel A. Fonseca e respectiva resposta do Sargento José Monteiro, da Unidade de Investigação Criminal da GNR.
Vamos por partes, revendo o que já se sabe.
Foi criado um grupo no WhatsApp com o único propósito de organizar uma ida à Academia, conforme atesta o número 3 da alínea b) do documento abaixo:
Deste grupo que se propunha ir ao treino da equipa, faziam parte Pedro “Barbini” Silveira e Diogo Amaral, conforme se pode verificar:
Quer Pedro “Barbini” Silveira, quer Diogo Amaral, foram elementos bastante activos nos protestos organizados contra a anterior direcção.
Curiosamente, foram também figuras muito próximas de Frederico Varandas, com várias acções de campanha, sendo que Pedro Silveira chegou mesmo a integrar a lista de Varandas.
Agora vamos unir as peças todas:
Estes dois bons rapazes estavam num grupo feito para organizar a ida à Academia. Um grupo restrito que, como foi criado em “cima da hora”, não teria gente que não interessasse à causa. Inteligentemente, por cabeça deles ou de outros, não foram à Academia. Mais tarde, ligaram-se à lista do candidato que viria a ganhar. A investigação não achou nada disto estranho…
O que falta dizer? Que estes rapazes tomaram conhecimento do que se estava a preparar e, portanto no mínimo, foram coniventes com o sucedido, ao não avisarem a direcção do clube ou mesmo as autoridades competentes. A Procuradora também não viu aqui qualquer indício?
Posto isto, crimes de terrorismo são tratados com esta leviandade? Só foi investigado quem entrou na Academia? A resposta poderá estar na imagem acima. Parece que a tese de terrorismo serviu mais para justificar a fantasia da autoria moral, visto que nem a entidade com competências na investigação desses crimes foi chamada.
Outro ponto bastante marcante, para desespero da comunicação social, foram as seguintes declarações, também do Sargento José Monteiro.
Portanto, de uma penada, foi assim que o militar mandou abaixo quase todo o processo inquisitório de caça às bruxas. Milhares de horas de lavagem cerebral acabaram em duas simples frases, ditas por este militar em tribunal. Note-se que ainda há poucos dias andávamos nisto…
Entretanto, depois de tanto revés na “cartilha”, lá se voltou à fórmula original. O famoso “façam o que quiserem”, que quase já adquiriu o estatuto mitológico. Como este senhor pouco recomendável apregoa:
Será que ele (e quem o ouve para formar opinião) não entendeu que o último interessado nos acontecimentos de Alcochete era Bruno de Carvalho? Que quem orquestrou a ida à Academia até queria o então Presidente fora, no final da época?
E que dizer das peripécias de investigação dignas de apanhados? A Cândida Vilar deve estar orgulhosa.
A droga, o frasco de arroz e o mistério
Ainda durante a manhã, perguntou assim Rocha Quental ao Sargento José Monteiro:
Até aqui, tudo relativamente normal. O caricato aconteceu mais tarde, quando depunha o Cabo João Oliveira e o advogado quis saber de que forma se descobriu de quem era a droga, se de Mustafá, se de JóJó.
O terrorista traficante, o telemóvel e a falta de tempo
Por falar em Cândida Vilar e Mustafá, vejamos a forma zelosa como o MP trata as potenciais provas incriminatórias de acusados de terrorismo e tráfico de droga.
Portanto, em pleno século XXI, não se vasculha ao mais ínfimo pormenor o telemóvel de um terrorista? Que motivo forte houve para tal não ser feito?
É aguardar pelos próximos episódios desta novela mexicana.
Ver também:
Estes procuradores, com esta direção e governo, TERRORISTAS…MESMO..!!!
essa porca suja bêbeda da vilar que está a chular o estado á conta dos nossos impostos devia ir parar com o costado a caxias e ser obrigada a pagar uma indemnização aos que estiveram presos e sobretudo ao nosso Presidente BdC
Mais uma boa série de investigação e informação suportada com provas promovida pelo Rugido Verde.
Bem haja!