RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quinta-feira, Março 28, 2024

AG’s precisam-se!

Finalmente 2020 está a acabar. Eu não tenho por hábito ter pressa que o tempo passe, pois quanto mais depressa o tempo passa, mais velho fico, mas realmente este ano de 2020 já nos fez ultrapassar todos os limites da paciência.

Começámos logo bem o ano com a pandemia de Covid-19, oficialmente chegou cá em Março mas na realidade já por cá andava antes disso. Esta virose virou por completo as nossas vidas de patas para o ar. Felizmente parece que estão na iminência de chegar as primeiras vacinas que em princípio deverão começar a fazer isto acalmar. Eu pelo menos tenho essa esperança.

Também no que toca a falecimentos de “notáveis” foi um ano complicado, nomes como Kobe Bryant, Terry Jones (Monty Python), Kirk Douglas, Kenny Rogers, Albert Uderzo (Asterix), Luis Sepulveda, Ennio Morricone, Jack Charlton, Chadwick Boseman (Black Panther), Quino (Mafalda), Diana Rigg, Van Halen, Sean Connery, Diego Armando Maradona, David Prowse (Darth Vader), Vitor Oliveira ou Eduardo Lourenço deixaram-nos neste ano de 2020.

Em termos meteorológicos foi um ano com muitas tempestades, dos piores de sempre, felizmente para nós isso é coisa que nunca chega cá, até ao dia…

As consequências da pandemia têm sido catastróficas em termos económicos e sociais, na política cresce cada vez mais o populismo e o “sistema” insiste em não abdicar do seu lobbying, “tachismo” e clientelismo.

Falando do nosso Sporting também não foi um ano fácil. A linhagem ruinosa vulgarmente conhecida como croquette regressou em força à sua gestão danosa interrompida em 2013. Há quem diga que neste momento já estamos pior do que com Godinho Lopes em 2013.

Realmente, olhando para as últimas contas apresentadas, relativas ao primeiro trimestre da época desportiva 2020/2021, é possível verificar que as dívidas a fornecedores continuam a aumentar, as dívidas a agentes, Mendes e derivados, continuam a aumentar, o resultado líquido deste exercício foi negativo em cerca de 4 milhões mesmo com toda a “poupança” anunciada. Não dá para perceber onde se efectivou essa poupança já que o valor de ordenados reportados está praticamente na mesma. Vá lá que desta vez a dívida do clube à SAD não aumentou. O chumbo dos sócios às contas da época passada terá servido para alguma coisa.

No dia 19 de outubro, foi aqui publicado no Rugido Verde um texto meu que falava do PREC levado a cabo por estes dias por Rogério Alves e seus pares da Mesa da Assembleia Geral. Pois bem, quase dois meses depois Rogério Alves continua a ignorar as missivas dos sócios relativamente às assinaturas entregues.

Tinha ficado combinado um prazo de seis semanas para a MAG se pronunciar, não é que sejam necessárias seis semanas para verificar umas assinaturas que em 2018 Jaime Marta Soares conferiu em seis minutos, mas dado o contexto de pandemia em que (ainda) vivemos os requerentes fizeram essa concessão. Esse prazo acabou dia 20 de novembro. E Rogério Alves calado até aí e calado desde então.

Em minha opinião os actuais órgãos sociais até teriam tudo a ganhar em marcar as Assembleias Gerais neste momento, numa altura em que o futebol segue em primeiro no campeonato. Seria uma oportunidade única de se legitimarem. Porque já se sabe que para a grande maioria do sócio (e adepto) o que interessa é se a bola de futebol entra na baliza ou não.

A grande maioria dos sócios pouco ou nada ligam às questões financeiras ou a burocracia. A gestão danosa essa continua a olhos vistos, e não é o primeiro lugar no futebol que altera esse facto ou me faz esquecer. Uma hipotética conquista do campeonato de futebol não servirá nem de perto nem de longe para compensar a tristeza que sentirei se o clube for vendido, o que parece cada vez mais inevitável.

Mas mesmo no actual contexto positivo Rogério, Frederico e seus amigos continuam com medo de enfrentar a voz dos sócios. E não falo só da Assembleia Geral para destituição, falo também da Assembleia Geral para restituição de sócio de Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho. Porque é da mais elementar justiça que ambos possam voltar a ser sócios do clube que amam e pelo qual fizeram tanto. É que depois da queda dos processos Alcochete e Cashball não há mesmo nada que justifique a penalização que foi imposta a ambos.

Errar é humano e se realmente se preocupam tanto com a união, como tanto apregoam, tenham a humildade de admitir que se precipitaram e erraram e deixem os sócios também eles manifestarem nas urnas o que pensam. É que os sócios até podem optar por manter a expulsão, e se assim for, seja respeitada a sua vontade. Mas esse sufrágio é moralmente e eticamente obrigatório. Isto se queremos pacificar o clube, fazer as pazes com o passado e encarar o futuro com força, coragem e determinação.

Na comunicação social em geral temos assistido à cartilha do “vamos em primeiro não podemos criticar, não é altura de criticar, é preciso estabilidade, estamos em primeiro está tudo bem”. Pois, mas não está tudo bem, e o que tem uma coisa a ver com a outra? Uma coisa é a equipa de futebol outra coisa é a gestão financeira, e se essa está mal obviamente que não podemos ficar calados.

Mas não deixa de ser curioso que agora é preciso estabilidade, mas por exemplo em 2015/2016, quando andávamos isolados em primeiro lugar no campeonato, foi legítimo andarem a colocar cartazes na segunda circular a bater na direção da altura.  

A equipa de futebol essa tem mais é que passar ao lado do resto, não é nada que lhes diga respeito, são pagos para jogar à bola, e é isso que felizmente até estão a fazer bem. Rúben Amorim tem conseguido fazer omeletes com os poucos ovos de que dispõe. Pedro Gonçalves tem-se revelado um excelente reforço, como de resto sempre disse, e jogadores como Coates, Feddal, Porro, Nuno Mendes ou Nuno Santos vão cumprindo.

Agora não tenhamos ilusões meus caros, a amizade (ou aliança, como lhe queiram chamar) com o sistema não será suficiente para nos deixarem ser campeões. Já nem falo da falta de calo e profundidade do plantel, no último Marítimo x Benfica já foi possível ter um vislumbre do que aí vem, foram completamente levados ao colo, os vouchers vão voltar a ser entregues e as malas vão voltar a circular em força. Durante muitos anos da minha vida nos vi em primeiro nesta altura. O pior vem sempre depois, janeiro vai ser um mês muito complicado…

E já se sabe que no próximo verão será tudo vendido, ou pelo menos todos aqueles para os quais haja uma proposta, por mais irrisória que seja. É assim o Sporting desta linhagem, aliás hoje em dia vários jogadores nossos são vendidos diariamente nos jornaleiros, sobretudo nos da Cofina, o órgão de comunicação oficial da linhagem.

No que respeita às modalidades 2020 foi um ano atípico, devido à pandemia do novo coronavírus, e ao contrário do futebol, foram todas canceladas não tendo por isso havido campeões.

Ainda assim conquistámos a Taça de Portugal de basquetebol no ano de estreia da modalidade no clube após anos de interregno. A última vitória nesta competição tinha sido há 40 anos, em 1980. Na liga, aquando do cancelamento, seguíamos com boas hipóteses de discutir o título até ao fim. Esta época seguimos em primeiro isolados ainda que com um jogo a mais. Devo confessar que basquetebol é uma modalidade que aprecio bastante, acompanhei a final da Taça na televisão e fiquei bastante feliz com a vitória.

No futsal é vira o disco e toca o mesmo, o futsal em Portugal basicamente somos nós e os nossos rivais das toupeiras, na liga seguimos ambos com o mesmo número de pontos após ambos termos ganho todos os jogos e empatado entre si a três golos em jogo disputado no Pavilhão João Rocha no dia 27 de novembro.

No andebol a coisa ficou preta com a derrota frente ao Porto no Pavilhão João Rocha no dia 21 de novembro, derrota por seis golos de diferença (27-33) contra aquele que é um adversário fortíssimo e que não deverá perder muitos pontos nesta edição da liga. Ainda assim seguimos um ponto à frente deles, mas com um jogo a mais, e dois pontos atrás dos nossos rivais dos vouchers.

No vólei, modalidade de que não sou fã, e à semelhança do andebol, também não temos muitas hipóteses de chegar ao título, estamos já a nove pontos dos nossos rivais das malas, sendo que aqui, à semelhança do futsal, somos só nós e eles. Ainda assim de referir que temos um jogo a menos.

Finalmente o hóquei em patins. Seguimos isolados em primeiro lugar com mais três pontos que o segundo classificado Óquei de Barcelos.

Sendo provavelmente este o meu último texto de 2020 despeço-me do meu caro leitor com votos de um Natal feliz, dentro do possível claro, cumprindo com todas as normas de segurança definidas pelas autoridades de saúde por forma a não ter um encontro imediato com o Covid-19 e dessa forma estar aqui de boa saúde em 2021 para continuar a acompanhar os textos do Rugido Verde.

Boa saúde é o que desejo também ao nosso Sporting para 2021. Que a pandemia termine finalmente e seja também finalmente possível correr com Rogério, Frederico e companhia do clube, não só da presidência mas também do próprio clube em si, caso contrário eles irão sempre regressar para assombrar a nossa amada instituição.

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Comments

  1. Leão do Nordeste

    Por iniciativa própria, já se sabe que Rogério Alves nunca irá cumprir com os seus deveres como PMAG dando voz aos sócios .

    Tem que ser destituído por incumprimentos dos Estatutos do Clube!