Assembleia de Excursionistas
Decorreu uma semana desde a última Assembleia Geral, mais uma, que nos mostra o que é o Sporting de hoje e de antes, à excepção do período 2013-2018.
Já tínhamos o trailer do filme anunciado logo após os chumbos orçamentais anteriores, com a intervenção dos “xôdôtores” da Medicina político-militar e do Direito sistemático. Aliás, aqueles bitaites só precisavam do anúncio dos resultados logo na hora para serem um verdadeiro spoiler do filme de 23 de Outubro.
Começámos logo pela data estratégica da AG para uma tarde que antecedia um jogo em casa – desta vez, para terem a certeza da validade dos resultados, esta assembleia já não podia ser numa quinta-feira normal às 18:00 horas da tarde, por exemplo. Seguiram-se as publicações promocionais – autocarros fretados, excursões organizadas, bilhetes oferecidos – tudo com o nobre intuito de mobilizar a massa associativa sportinguista, pois sabemos que só 700 sócios nunca decidiram nada nas AGs anteriores, desde que os resultados não fossem os pretendidos, claro!
A assembleia em si foi o carrossel de vaidosos a que o Sporting com cheiro a fritos já nos habituou há décadas. A importância que dão à vida do CLUBE, seja na vertente financeira ou de sustentabilidade, é directamente proporcional à verticalidade das suas colunas vertebrais. Não foi, portanto, de estranhar o corropio de “sócios-totalmente-cientes-e-esclarecidos” que passaram pelo Pavilhão Herança Pesada para votarem mais uma sentença de morte ao seu clube do coração, inebriados essencialmente pelo título de campeão nacional conquistado com muita simpatia à mistura. Só fico espantado de terem um amor tal ao clube que lhes permite subscrever mais uma machadada na sustentabilidade do mesmo, apesar do brio das várias modalidades fora da SAD e dos vários motivos de orgulho que nos proporcionaram ao longo dos anos.
De facto, a vontade de ver o Sporting CLUBE de Portugal bem e de saúde é tanta que nem se dignaram a ouvir e discutir os pontos presentes na ordem de trabalhos. O afecto que os une ao CLUBE é de uma dimensão tal que nem se interrogam com o aumento injustificado e incomportável da dívida do Sporting à SAD.
Não posso dizer que esteja surpreendido… Infelizmente. Há muito “adepto” e sócio que não sincroniza a sua preferência clubística com paixão, com carácter, com integridade. Quando se bebe informação nas CMs desta vida; quando se seguem os palpites de autênticos indigentes mentais nas TVs e pasquins travestidos de comunicação social; quando até no mais antigo jornal de um clube se publicam patranhas propagandistas sem qualquer tipo de noção da destruição que está a ser aplicada à maior potência desportiva nacional, não podemos encarar os resultados desta AG como estranhos.
Esta tropa macaca que assentou arraiais em Alvalade desde 2018, ou melhor, que nunca de lá saiu, tem objectivos muito bem delineados desde o início. O Sporting Clube de Portugal dos sócios é para se perder. E para ser depauperado e extorquido até ao ponto da inevitável cedência a um comprador por não existirem quaisquer condições de viabilidade. No fim, a culpa será da herança pesada, apesar de todo o esforço heróico de um soldadinho de chumbo e de um grilo falante.