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Terça-feira, Dezembro 10, 2024

Julgamento de Alcochete (VII) – Acuña dribla Ricardo Gonçalves

Costuma-se dizer que não há duas sem três. Neste caso, Ricardo Gonçalves passou uma, esquivou-se a uma segunda, mas bateu em cheio na terceira…porta! Cortesia da imprudente entrada a pés juntos dos jogadores, que na ânsia de resolver, complicaram.

Resumidamente: excluindo a porta que pertence ao vestiário, havia no percurso feito pelos invasores, três portas. Uma primeira que faz a separação interior/exterior, uma segunda logo do lado esquerdo, que dá acesso à zona dos gabinetes e uma terceira que dá acesso à zona do balneário, onde se situa o vestiário e demais instalações relacionadas.

Sobre a primeira porta (a exterior), as imagens divulgadas são inequívocas.

Relativamente à segunda, e recordando que as portas em dia de treino estavam destrancadas (isto é, dispensavam o accionamento com cartão de acesso, por uma questão de comodidade para os jogadores), o certo é que o mesmo afirma ter ordenado que fossem fechadas, aquando da entrada dos invasores. O que terá sido feito por João Rolin Duarte e Vasco Fernandes.

A esse propósito, e conforme Ricardo Gonçalves relatou, a explicação para a abertura dessa segunda porta, já foi por nós apontada aqui.

“Essa porta estava fechada, só que…julgo eu…no momento, digamos assim, de toda aquela confusão, junto a essa porta no interior existe um gabinete, na altura esse gabinete… na altura esse gabinete… quem estava nesse gabinete, digamos, era… era o gabinete do scouting, digamos assim, que servia o scouting. Ahhh…e na altura, com a confusão, julgo que foi, foi o Manuel Fernandes, veio à porta juntamente com…com outro técnico, Pedro Brandão, para ver o que se passava e abriram a porta, pronto! E nesse momento, na abertura de porta, os indivíduos entraram.”

(transcrição da inquirição de Ricardo Gonçalves pelo MP)

Portanto, Manuel Fernandes ou Pedro Brandão abriram-na quando saíram. Tudo bem, é uma explicação plausível, conforme havíamos avançado existiam duas possibilidades e esta era uma delas.

Mas, havia mais portas, e se Manuel Fernandes, ou Pedro Brandão, abriu uma, como explicar a abertura da seguinte? Vejamos a resposta de Ricardo Gonçalves a essa questão:

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– E a seguir, até chegar aos balneários, há mais alguma outra porta que estivesse fechada?

– (…) Existe uma porta…existe uma porta de duas folhas, que separa, lá está, a zona do balneário, da zona dos gabinetes…

– Hum…

– Da zona dos gabinetes, pronto! Ahhh, essa foi a porta que foi danificada, foi danificada…Essa porta estava trancada, só que na altura, ou seja, também isto só para vir um pouco atrás, os indivíduos conforme iam entrando, iam vendo em todos os gabinetes se encontravam jogadores…não encontraram, havia só staff e técnicos…e foram andando até… até aos balneários. Só que essa porta estava trancada.

– Eu não percebi foi, qual era a porta que estava trancada, peço desculpa

A que dava acesso à zona do balneário (…). E essa porta tem um fecho magnético, um fecho eléctrico, aliás, como todas as outras portas, inclusive aquela que foi aberta por… aquela que foi aberta por onde eles entraram. E essa porta destrancou-se, porque os indivíduos, antes de entrarem na porta…ahhh…antes de chegarem a essa porta do balneário…ahhh…partiram a botoneira de incêndio…certo? Ou seja, o alarme de incêndio disparou, e quando o alarme de incêndio dispara, as testas eléctricas das portas destrancam. Naturalmente, para permitir a evacuação. O sistema está feito assim, numa óptica de safety, não do security, certo? Ahhh…e a porta destrancou. Mesmo a porta destrancando, os indivíduos forçaram a porta. Ahhh, pa’ abrir as duas folhas da porta, mais fácil…(…)

(transcrição da inquirição de Ricardo Gonçalves pelo MP; a parte suprimida refere-se a simples esclarecimentos sobre a diferença entre “balneário” e “vestiário”, na óptica do staff )

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E neste momento, perguntarão vocês: o que tem isto a ver com o depoimento dos argentinos? Segundo a explicação de Ricardo Gonçalves, a terceira porta teria sido destrancada pelo alarme de incêndio. Acontece que dois jogadores diferentes, a horas diferentes, disseram isto:

Em que ficamos? Se o alarme disparou quando a tocha foi lançada, quem destrancou a porta? Uma vez que a botoneira estava de facto danificada, quem a accionou? Porque, e quando, foi accionada se o alarme já estaria activado?

É possível que dois jogadores se equivocassem e não dessem conta que um alarme ensurdecedor já estivesse a tocar antes do lançamento da tocha? Ou que o “treino” dos depoimentos fosse a estes detalhes aparentemente irrelevantes e se tenham descuidado?

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Comments

  1. jorge mendes

    a cabala começa a cair por si….. esperemos que a juiza não se tenha vendido e não ande muitos dias com o periodo.

  2. GreenMarquis

    Mas que treta é essa que o alarme abre as portas?
    Se alguem quiser assaltar a Academia basta fazer um fogo que se abre tudo? Muito estranho esse sistema.

  3. Chairman Meow

    Gostava de poder inserir aqui uma imagem de alguém a comer gelados com a testa, mas acho que estamos bem esclarecidos sobre a fantochada que tem sido este processo. Tudo indica para que o golpe tenha sido auxiliado por elementos internos, e não apenas por factores externos, e isso é que devia ser devidamente investigado: Quem ganhou com a queda de BdC? Quem é que anunciou candidatura a eleições quando o Clube ainda tinha presidente e não havia eleições marcadas?

    1. Paulo Vieira

      É mais que evidente que os golpistas tinham elementos dentro da Academia, a cabra da Cândida, por muito burra que seja, só não vê porque isso não interessa às pessoas de quem ela está a soldo e que são seguramente os mandantes do ataque.
      A promoção de Ricardo Gonçalves a chefe de segurança do Estádio de Alvalade, depois do seu desempenho miserável durante o ataque, é a prova provada que ele cumpriu com o seu papel, não na defesa da Academia, mas garantindo a entrada dos atacantes e é também óbvio que quem o promoveu também pertence ao gang.