RUGIDO VERDE

Nunca me irei esquecer da velha máxima Clube Unido, ou “CU”, para aqueles que gostam de abreviaturas bonitas e modernas. Desde meio de 2018 que essa máxima tem sido espalhada por aqueles que, apesar de serem muito intelectuais e de bem, têm a idoneidade de um guaxinim que acabou de roubar o jantar ao gato. Esses, meus senhores, defendem o seu CU com unhas e dentes, apesar de gostarem de destruir e distribuir o CU pelos amigos, enteados e sobrinhos de primos que aparecem, de longe a longe, num qualquer jantar de Natal, logo que hajam croquetes de leitão e salgadinhos À la carte.

Mas sabem quem são piores que distribuidores de milho em doses industriais que se apoderaram dos destinos desportivos do Sporting? São as Suiças ambulantes que preferem manter uma posição neutra, de amizade e confraternidade, deixando o clube morrer em prol de tomarem uma posição mais bélica que vá contra os poderes instalados. Há, primeiro, que desmontar um mito que foi criado pelos propagandistas do CU: Eles não querem saber do CU coisíssima nenhuma, apenas querem usar e abusar do mesmo. Em quem lhes permite isso? O verdadeiro perigo, as supracitadas Suiças ambulantes, ou cata-ventos, que tanto aceitam o feno que lhes colocam à frente como reclamam quando lhes convém.

Vocês, meus caros, são os maiores culpados do estado em que estamos. Não foi assim há tanto tempo que vi os adeptos chorarem, reclamarem e pedirem a demissão de treinadores por derrotas / empates contra grandes clubes como o Real Madrid ou a Juventus. Agora? Agora temos a cultura de exigência que nos pede para bater palmas quando ganhamos 1-0 contra colossos de Moreira de Cónegos, que nos tenta forçar a “apoiar a equipa” quando não ficamos satisfeitos com vitórias sofridas.

Quando olho para as bancadas, em especial aquele velório central, imagino sempre um bando de Hienas à espera que o Leão acabe com a sua refeição, com esperança que sobre mais que umas fibras de gazela pelos ossos de uma carcaça quase putrefacta. São essas hienas que nos destroem, corroem, e subvertem os valores de uma instituição centenária que, francamente, merecia muito mais que a mediocridade a que se remeteu.

Mas o ouro sobre azul tem sido o estrebuchar dos pseudo-defunctos durante o “grande processo” em tribunal que, se prova alguma coisa, é que o ex-presidente foi alvo de um ataque muito concertado para o removerem do clube que ajudou a salvar da inevitável extinção. Por vocês, meus amigos, tenho mais desdém que pelos camuflados incompetentes que se apoderaram do nosso clube e que, em breve, lhe darão a machadada final. Porque pior que propagandistas são aqueles que se vendem para espalhar propaganda.

E sim, são camuflados incompetentes, porque a missão, essa, está há muito delineada: Roubar o clube aos sócios, vendendo-o a uma Red Bull qualquer que o transformará num objecto sem identidade, sem o que fez do Sporting o Sporting: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. E preparem-se, o golpe, sob desculpas de alterações estatutárias convenientes, está próximo, muito próximo, e temo que estejam lá os do costume, a assinar de cruz, intimidar as vozes dissidentes e, se necessário, transportar papelada em meia dúzia de sacos do Pingo Doce.

E o que acrescentar sobre os que gostam de defender um CU fraco? Que vocês são ignorantes ao nosso clube, ao nosso ecletismo, à nossa existência, à excelência que fez do Sporting um dos Maiores do Mundo. Se me causa repulsa a vossa posição neutra numa guerra aberta que foi aberta pela Casa d’Croquette, posso dizer que me causa absoluto nojo ler muitos dizerem “eu não quero saber do atletismo, quero é saber do futebol”. Meus amigos, se querem apenas saber do futebol, mudem de clube, desamparem a loja e parem de cuspir nos ideais Sportinguistas. Fazem-nos, e a vocês, um grande favor.

Agora perguntam: Porquê gastar o meu latim nos que a) gostam de dar o CU aos amigos e enteados e nos que b) batem palmas a um CU fraco e despido de valores? Porque ainda tenho uma réstia de esperança que os segundos ganhem integridade e tomem responsabilidade pela destruição que as suas acções causaram ao Sporting para que, um dia, nos ajudem a recuperar aquele clube forte que nos habituámos a ver durante 5 anos, sem glamour, mas com raça de Leão. Porque ainda acredito que para ter um CU forte, há que deixar de dar o cu.