RUGIDO VERDE

Tudo (re)começou com as palavras de Federico Varandas após nova derrota na Assembleia Geral, na qual os presentes não deixaram margem para dúvidas. Apontou para “1%“ e lançou chavões recorrentes desde que assumiram funções, obtendo logo chamada de capa num parceiro com o ataque. O endividamento do clube à SAD foi novamente chumbado, foi mostrada desconfiança no orçamento, foi chumbado o relatório e contas devido à falta de explicações e ao prejuízo que ficaria validado, e foram aprovados os nomes das portas. As questões colocadas no palanque foram ignoradas com sobranceria e prepotência. Como resposta ao resultado, deu início uma campanha mediática orquestrada pelos órgãos sociais, de agressão e achincalhamento contra os participantes na Assembleia Geral.

Não tendo havido nenhuma ocorrência e decorrendo na normalidade, começaram a circular histórias de ficção sempre alinhadas à narrativa de “insultos e agressões”, que foram inexistentes. Quem aplaude, tem o direito de apupar, é igual em todas as Assembleias Gerais de clubes da Liga. Não há é qualquer dignidade em quem vira a cara para o lado para mostrar desprezo por outro cidadão que fala, ocupando um cargo no clube, como o caso do sr. Varandas.

O que não é igual é o tratamento que é dado aos associados do Sporting. Os órgãos sociais começaram por acusar “claques” da fantasia narrativa, sendo que estiveram praticamente ausentes e apenas associados comuns ali se encontravam. Posteriormente já nem isso, atacando, com total falta de escrúpulos em vários meios, pessoas de todas as idades e diversas, que exerceram o seu livre voto e procuraram ser ouvidas. Foi numa quinta-feira ao final da tarde, com anúncio de restrições que procuraram desmobilizar ao máximo, para depois passar à agressão mediática pelo objetivo falhado. Intimidado-as, difamando-as, chamando-as de burras, inconscientes, irresponsáveis, bloqueadores, minoria, pés descalços, “tempo livre a mais”, entre outros piropos mediáticos. Algumas dessas pessoas fizeram centenas de km e são das mais e melhor informadas sobre a realidade do clube, em todo o universo Sporting. A superioridade presencial face a AGs semelhantes de Porto e Benfica foi varrido para debaixo do tapete, como só quem manipula e mente conscientemente sabe fazer.

O primeiro agente desse mal dizer após Varandas, foi o novo Nuno Saraiva, profundamente insultado primeiro, desprezado e olhado com pena por quem agora serve para comer, que prontamente teve o seu escrito no Facebook partilhado nas várias redes sociais por pessoas que trabalham com a comunicação do clube, que pareciam já estar informados da publicação que iria surgir.

Não tardou em ser dado seguimento por Carlos Barbosa da Cruz (advogado), Miguel Braga (comunicação), Mascarenhas (partido Chega), Pinotes Batista (deputado obscuro), Vítor Pinto (jornalista que vende opiniões a qualquer um), José Manuel Delgado, Rui Santos, entre outros, vários deles com presença nas televisões a multiplicar o ataque. A Cartilha que outrora era exclusiva noutro clube, brilha com intensidade máxima em Alvalade, contra os próprios sócios. Qualquer pessoa o consegue ver, são já três anos desta prática perversa.

Não importou que em Dezembro de 2018 fosse tudo aprovado por menos de 260 pessoas, num total de 553 sócios presentes. Quando serve os fins, a cantiga é outra. É profundamente hipócrita e até doentio.

Não importou que nos anos seguintes perdessem sempre o voto popular e aprovassem em minoria fatual o pretendido (venceram em votos, perderam em votantes). Seguido sempre de mal dizer sobre os sócios que votavam no sentido contrário, com insultos e agressões mediáticas em cartilha, denegrindo e vilipendiado, dando uso ao poder do Sporting para o efeito. Poder esse que deveria apenas servir os associados. Sabiam que a milionária passagem da venda de património ao Conselho Leonino, com Rogério Alves como PMAG, foi aprovada por menos de 700 pessoas? Mas há mais. Em 2004, um passivo de 420 milhões foi aprovado por 250 votantes. Sabiam que Varandas foi eleito presidente por menos de 10% dos sócios pagantes (não contando com os restantes)?

A campanha mediática é intensa e negra. Numa notícia sobre Laporta, recorreram à imagem de Bruno de Carvalho e o pai, para associar aos problemas do Barcelona.

Não permitam que vos manipulem mais, por dignidade, isto não é o Sporting.

Quase ninguém teve coragem de falar em defesa dos associados do clube, pelo receio não só da máquina mediática, mas também pelo poder que reina no clube. Um dia irão perceber as graves consequências disso, pois serão sempre irrelevantes após um ponto limite, e mudos quando quiserem ter voz. Protegem-se a si próprios face à realidade, por isso honra a quem não deixa que a intimidação prevaleça sobre os seus direitos. Com os seus conhecidos defeitos, honra também seja feita a Dias Ferreira, que falou como ex-PMAG. No final, poderão ler as palavras do ex deputado Hélder Amaral.

Como se previa e foi avisado nas redes sociais, iniciaram a compra de votos através de deslocação e oferta de bilhetes. Qual é o preço de um Sportinguista? Quanto custa a dignidade de uma pessoa? Se um político vos pagar um jantar, abdicam da dignidade e ajoelham? E no vosso amor, admitem estas práticas? Que amor perverso e falso se assim for.

Esta forma de estar beligerante, esta falta de respeito gritante para com os associados, tem de acabar para sempre. Os órgãos sociais e o aparelho que os serve apenas conhecem a má língua, a novela, a coação, e a agressão sem escrúpulos. Não são dignos dos desígnios do Sporting. Terminará no dia em que eles saírem do clube. Só os associados poderão colocar um fim a esta administração de guerrilha interna, que divide para reinar, e que lança sistemáticos insultos e agressões na imprensa sobre o ativo mais importante do clube.

Autor: Manuel Fragoso