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Sexta-feira, Abril 19, 2024

Neste dia… em 2009: “Nunca tinha jogado na relva”. Nikos em entrevista ao jornal i, o número 7 dos cipriotas que perderam 16-1 em 1963.

APOEL joga hoje no Dragão com o FC Porto, 45 anos depois dos 16-1 de Alvalade. O i falou com Nikos, o número 7 dos cipriotas em 1963.

Está a chover a potes mas não há guarda-chuvas abertos no Pavilhão dos Desportos, para a finalíssima da Taça de Portugal de hóquei em patins entre Oeiras e Benfica. Quando o árbitro António Quintela, do Porto, apita para o final desse jogo, ganho pelos benfiquistas por 6-2, ainda falta meia hora para acabar o Sporting-Apoel.

Em Alvalade, continua a chover a potes. Chuva de água e chuva de golos. Nem todos os guarda-chuvas abertos impedem os 17 golos na maior goleada de sempre nas provas da UEFA: 16-1 para o Sporting ao Apoel, em Novembro de 1963.

Hoje (em directo na RTP 1, às 19h45), o APOEL volta a Portugal, 45 anos e 11 meses depois. Desta vez, ao Dragão, para medir forças com o FC Porto, e para a Champions. Não é o Sporting nem a Taça das Taças.

Em 1963 o APOEL nem sequer tinha dinheiro para viajar. Sem recursos financeiros para se deslocarem a Lisboa, os cipriotas aceitaram a sugestão do Sporting, no sentido de realizar os dois jogos em Alvalade, pagando o grémio leonino a respectiva deslocação. O APOEL agradeceu mas saiu com a consciência pesada: 16-1 e 2-0.

O i falou com Nikakis Kantzilieris, o Nikos, número 7 e único jogador dessa equipa a figurar no hall of fame do clube. Foi dele o cruzamento para o 3-1 do APOEL. “O guarda-redes [Carvalho] facilitou, talvez por ser um espectador durante os 90′, e o Stylianou só empurrou”, diz a mulher de Kantzilieris. Sim, a mulher dele. Porque ele não sabe expressar-se bem em inglês e o nosso grego anda um pouco enferrujado. Enquanto a mulher traduz, ouve-se o marido lá atrás a debitar palavras irreconhecíveis entre umas perceptíveis como Sporting e Mascarenhas.

“Estava uma chuva incrível e vocês jogavam num relvado. Aqui no Chipre só havia pelados e nunca tinha jogado na relva. Foi diferente em todos os sentidos, mas uma experiência enriquecedora. Pelo turismo, claro! Estive duas semanas em Lisboa e gostei bastante. Tanto que já voltei quando fui a Espanha de férias. É tão perto. E o Mascarenhas? Ele continua em forma ou já afrouxou? Marcou seis, sete? Ah, seis. Mas ele marcou na segunda mão? São os tais sete”, pergunta, responde e avalia Nikos, de 65 anos, director do APOEL até 2007. “Não vou ao Dragão mas vejo na TV. A ver se os vossos jogam.”

Os “vossos” são os portugueses Hélio Pinto, Paulo Jorge e Nuno Morais. Por falar nisso, nesses 16-1, o Sporting jogou só com portugueses – a inscrição do mineiro Osvaldo Silva não entrou a tempo na UEFA e o carioca Bé ficou de fora por opção técnica.

Fonte: Jornal i

O Sporting alinhou com: Carvalho; Mário Lino e Pedro Gomes; Fernando Mendes, Pérides e Alfredo (cap); Ferreira Pinto, Figueiredo, Mascarenhas, Augusto e Louro.

Golos: Mascarenhas 5′, 20′, 27′, 57′, 84′ e 88′, Ferreira Pinto 7′ e 65′, Mário Lino 35′, Louro 36′, Pérides 48′, Augusto 64′ e 81′ e Figueiredo 67′, 72′ e 76′ (Sporting); Nikos (24′) (Apoel)

Data: 21/10/2009
Local: Jornal i

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