RUGIDO VERDE

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Sexta-feira, Abril 19, 2024

Neste dia… em 1971 – Noite espectacular de Yazalde, na vitória do Sporting sobre os noruegueses do Lyn por 4-0

Yazalde. Ele foi espectáculo na noite de Alvalade.

QUEM QUER CONTAR COM YAZALDE ?

O Sporting bateu o Lyn de Oslo por 4-0 no jogo disputado em Alvalade perante cerca de vinte mil espectadores. Este, o facto, o resultado que conta, e já com uns «pozinhos» de permeio; a vantagem que praticamente coloca a equipa «leonina» na segunda eliminatória da Taça dos Vencedores de Taças – uma vez que, na Noruega, os noruegueses não poderão mostrar muito mais do que aquilo que mostraram na «soirée» lisboeta.

Mas falando de mais, há mais. Yazalde, por exemplo – e como exemplo distinto. Quaisquer dúvidas que «pudessem» subsistir em relação ao seu valor, já não podem. E não podem porque Yazalde, ele só (quando e quem conta com Yazalde?…) levou a capricho dar cabo delas. E deu. Ontem – agora sim, por exemplo – o excelente jogador argentino jogou e fez jogar naquele e daquele jeito que define os futebolistas de craveira superior. O público compreendeu-o e rendeu-se-lhe. E a equipa acabará por jogar para Yazalde do mesmo modo que Yazalde joga para a equipa. Será uma questão de tempo… mas impõe-se que haja pressa, pois tempo é coisa que o Sporting já não tem. Como todos os outros.

E depois de Yazalde, Lourenço. Ele foi alegre e alegrou. Jogou como se estivesse em causa mostrar que jogava. E creditou-se com uma exibição individual muito positiva na positiva actuação global da sua equipa. O que não é fácil.

Dinis. Aquele afã de baixar a bola que os noruegueses teimavam em levantar. Aqueles «raids» plenos de imprevisto, em que ninguém sabe qual vai ser o passo seguinte ou a «finta» que se segue. Gostámos de Dinis…

… E do Sporting, de uma maneira geral. Só Damas parece algo distante de si mesmo, a atravessar uma alta crise de «forma» e de confiança. Mas os «outros», todos eles, estiveram lá – iguais na determinação e no esforço.

O onze que alinhou de início. Em cima, da esquerda para a direita: Laranjeira, Caló, Hilário, Pedro Gomes, Vagner e Damas. Em baixo, pela mesma ordem: Chico Faria, Lourenço, Yazalde, Nelson e Dinis.

Quanto aos homens do Lyn, pois eles são muito bem constituídos, muito atléticos, são também muito correctos (pelo menos foram) – mas quanto a futebol, temos dito: terão que vir muitas vezes até cá ou até outros lados onde o futebol é mesmo futebol.

Os golos: o primeiro, de Yazalde, a correr no momento certo e a aproveitar a posição adiantada do guardião contrário para a colar às malhas; o segundo, aos dezanove minutos e oito minutos depois do primeiro, por Lourenço, num remate à queima-roupa em que beleza e eficiência lhe deram as mãos; e os dois restantes, a dois minutos do fim e já quando se pensava que aquilo ia ficar assim mesmo, pois a sorte nada queria com os «leões» – os dois últimos com presença espectacular de Yazalde em ambos e Marinho a marcar o primeiro e Lourenço o segundo. E os golos – muitos – que ficaram por marcar. Enfim, 4-0. Resultado escasso. E quando 4-0 é resultado escasso pouco mais há a acrescentar.

O Sporting utilizou: Damas; Pedro Gomes, Caló, Laranjeira e Hilário; Wagner (Gonçalves) e Nelson; Chico (Marinho), Yazalde, Lourenço e Dinis.

No que respeita ao trabalho do árbitro italiano Francesco Francescone, ele foi isento e esteve certo.

Fonte: Jornal Diário de Lisboa

 

Resumo do jogo.

Data: 15/09/1971
Local: Estadio José Alvalade
Evento: Sporting (4-0) Lyn, Taças das Taças - 1/16 Final

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