Neste dia… em 1946, o jogador do Sporting, Sidónio, esmurrou um adepto e foi condenado a 3 anos de prisão com pena suspensa
No campeonato, a angústia do «leão» ficou marcada por peripécias várias, sendo a mais chocante passada durante um jogo com o Vitória de Guimarães, saldado pela vitória dos vimaranenses, no Lumiar, por 3-2. Na amargura da derrota inesperada, na angústia do título já perdido, um adepto chama aos jogadores do Sporting, de «anjinhos», quando caminhavam para os balneários. Sidónio, que não se equipara, sentiu o insulto como se fora a si e, impulsivo, esmurrou quem o lançara. O agredido queixou-se à Polícia, o jogador teve de responder em Juízo, na Boa Hora. Acabou condenado a três anos de prisão com pena suspensa com multa pecuniária.
Em Lisboa, com arbitragem de Aureliano Fernandes, de Setúbal, as equipas alinharam:
Sporting – Azevedo, Cardoso, Manuel Marques, António Marques, Barrosa, Veríssimo, Jesus Correia, Pacheco Nobre, Peyroteo, João Cruz é Albano.
Vitória de Guimarães – alinhou com Machado, Curado, João, Luciano, Garcia, Dias, Miguel, Brioso, Alexandre, Alcino e Arlindo.
Os golos foram apontados por Jesus Correia (32’) e Peyroteo (88’) (Sporting) ; Alexandre (7’), Brioso (28’) e Arlindo (70’) (V. Guimarães)
Nos primeiros minutos do encontro os rapazes de Guimarães, nada intimidados, desenvolveram jogadas de boa combinação, enquanto isso, o Sporting foi desperdiçando tempo, convencido de que da sua tarefa de desgaste deveria colher frutos – na altura devida. Mas o seu adversário, afoito e pleno de audácia, marcou duas bolas, e seguiu no decorrer do jogo dando a ideia de boa carburação. Ao intervalo apesar de estar a perder, os leões não pensaram devidamente no caso. À sua hora havia de chegar, pensaram. Mas sucedeu o que tantas vezes acontece na bola! Quando o Sporting quis – já não podia.
No final do encontro aconteceria o incidente entre Sidónio e um adepto. Uma nódoa que Sidónio branquearia 3 meses depois, no Jamor, a 30 de Junho, na final da Taça de Portugal entre o Sporting e o Atlético.
Sidónio, o condenado, vingando-se da desfeita da Boa-Hora, brilhou no jogo, apontando um dos golos que deu a Taça ao Sporting. O Sporting ganhou ao Atlético, por 4-2. A Taça foi entregue a Álvaro Cardoso por Américo Tomáz, então, ainda ministro do Mar, mas já sobejamente conhecido pelos seus discursos peripatéticos. O treinador do êxito foi Cândido de Oliveira, dele se dizendo que a sua «influência de orientador» fora decisiva na vitória que salvara a época.
Ficha do Jogo:
Alinhando pelo Sporting: Azevedo; Cardoso e Juvenal; Veríssimo, Manuel Marques e Barrosa; Armando Ferreira, Sidónio, Peyroteo, António Marques e Albano.
Pelos alcantarenses: Correia; Rosário e Baptista; Fernando Lopes, José Lopes e Moarias; Michael, Marques, Gregório, Simões e Manuel da costa.
Os golos foram apontados por Peyroteo (2), Sidónio e Albano (Sporting); e por Simões e Marques (Atlético).
Fonte: Jornal Abola e revista «stadium»
Data: 31/03/1946
Local: Estádio do Sporting, no Lumiar
Evento: Sporting (2-3) V. Guimarães, CN - 15 Jornada
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