RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sábado, Abril 20, 2024

Neste dia… em 1946, o jogador do Sporting, Sidónio, esmurrou um adepto e foi condenado a 3 anos de prisão com pena suspensa

Fase do jogo contra o V.Guimarães, com Pacheco Nobre a rematar à baliza, sob o olhar de Peyroteo.

No campeonato, a angústia do «leão» ficou marcada por peripécias várias, sendo a mais chocante passada durante um jogo com o Vitória de Guimarães, saldado pela vitória dos vimaranenses, no Lumiar, por 3-2. Na amargura da derrota inesperada, na angústia do título já perdido, um adepto chama aos jogadores do Sporting, de «anjinhos», quando caminhavam para os balneários. Sidónio, que não se equipara, sentiu o insulto como se fora a si e, impulsivo, esmurrou quem o lançara. O agredido queixou-se à Polícia, o jogador teve de responder em Juízo, na Boa Hora. Acabou condenado a três anos de prisão com pena suspensa com multa pecuniária.

Em Lisboa, com arbitragem de Aureliano Fernandes, de Setúbal, as equipas alinharam:

Sporting – Azevedo, Cardoso, Manuel Marques, António Marques, Barrosa, Veríssimo, Jesus Correia, Pacheco Nobre, Peyroteo, João Cruz é Albano.

Vitória de Guimarães – alinhou com Machado, Curado, João, Luciano, Garcia, Dias, Miguel, Brioso, Alexandre, Alcino e Arlindo.

Os golos foram apontados por Jesus Correia (32’) e Peyroteo (88’) (Sporting) ; Alexandre (7’), Brioso (28’) e Arlindo (70’) (V. Guimarães)

Nos primeiros minutos do encontro os rapazes de Guimarães, nada intimidados, desenvolveram jogadas de boa combinação, enquanto isso, o Sporting foi desperdiçando tempo, convencido de que da sua tarefa de desgaste deveria colher frutos – na altura devida. Mas o seu adversário, afoito e pleno de audácia, marcou duas bolas, e seguiu no decorrer do jogo dando a ideia de boa carburação. Ao intervalo apesar de estar a perder, os leões não pensaram devidamente no caso. À sua hora havia de chegar, pensaram. Mas sucedeu o que tantas vezes acontece na bola! Quando o Sporting quis – já não podia.

No final do encontro aconteceria o incidente entre Sidónio e um adepto. Uma nódoa que Sidónio branquearia 3 meses depois, no Jamor, a 30 de Junho, na final da Taça de Portugal entre o Sporting e o Atlético.

Sidónio entre Armando Ferreira e Peyroteo.

Sidónio, o condenado, vingando-se da desfeita da Boa-Hora, brilhou no jogo, apontando um dos golos que deu a Taça ao Sporting. O Sporting ganhou ao Atlético, por 4-2. A Taça foi entregue a Álvaro Cardoso por Américo Tomáz, então, ainda ministro do Mar, mas já sobejamente conhecido pelos seus discursos peripatéticos. O treinador do êxito foi Cândido de Oliveira, dele se dizendo que a sua «influência de orientador» fora decisiva na vitória que salvara a época.

Ficha do Jogo:

Alinhando pelo Sporting: Azevedo; Cardoso e Juvenal; Veríssimo, Manuel Marques e Barrosa; Armando Ferreira, Sidónio, Peyroteo, António Marques e Albano.

Pelos alcantarenses: Correia; Rosário e Baptista; Fernando Lopes, José Lopes e Moarias; Michael, Marques, Gregório, Simões e Manuel da costa.

Os golos foram apontados por Peyroteo (2), Sidónio e Albano (Sporting); e por Simões e Marques (Atlético).

Fonte: Jornal Abola e revista «stadium»

Data: 31/03/1946
Local: Estádio do Sporting, no Lumiar
Evento: Sporting (2-3) V. Guimarães, CN - 15 Jornada

Artigos relacionados

Comments

Leave a Reply

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>