Varandas sem legitimidade
No último dia 30 de Setembro os sócios aderiram em bom número à Assembleia Geral para aprovação dos Relatórios & Contas (R&C) das épocas de 2019/20 e 2020/21, Orçamentos das épocas 2019/20 e 2020/21 e atribuição de nomes representativos do clube às portas do Estádio de Alvalade. Há que lembrar que o R&C e o Orçamento de 19/20 foram chumbados por quase 75% dos votantes e cerca de 69% dos votos a 26 de Setembro de 2020. Os estatutos do Clube são claros quanto a esta situação, os Órgãos Sociais (OS) têm de se demitir e não se poderão candidatar durante 7 anos. Esta última AG veio homologar exactamente isso, que estes OS estão demissionários e que não se podem candidatar por 7 anos. Volto a lembrar os estatutos do Clube sobre esta questão:
Artigo 31º
(Gestão económica – financeira)
(…)
4 – A realização de gastos e investimentos que impliquem um défice superior ao que foi orçamentado, carece de autorização da Assembleia Geral, sujeito a parecer prévio do Conselho Fiscal e Disciplinar.
(…)
7 – Salvo se outra decisão for tomada em Assembleia Geral por maioria de, pelo menos, dois terços dos votos expressos, a violação por parte do Conselho Directivo do disposto no número 4, implica a perda imediata dos mandatos por parte dos seus membros e a impossibilidade de, durante sete anos, qualquer desses membros poder desempenhar qualquer cargo nos órgãos sociais do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
(…)
Artigo 33°
(Relatório de Gestão e Contas do exercício)
1 – O Conselho Directivo deve elaborar e submeter à Assembleia Geral, até trinta de Setembro, o relatório de gestão, as contas do exercício, bem como os demais documentos de prestação de contas relativos ao ano económico anterior, acompanhados do relatório e parecer do Conselho Fiscal e Disciplinar.
2 – Caberá a uma empresa especializada de auditoria, de reconhecido mérito, com sede ou representação em Portugal, realizar anualmente uma auditoria completa às contas do Clube; o parecer da empresa de auditoria acompanhará, obrigatoriamente, os documentos referidos no número 1 do presente artigo.
(…)
4 – Salvo se outra decisão for tomada em Assembleia Geral, por uma maioria de, pelo menos, dois terços dos votos expressos, a violação, por um período superior a quinze dias, do dever referido no número 1 do presente artigo e do dever de submeter à Mesa da Assembleia Geral, até quinze de Junho do ano associativo anterior àquele a que respeita, o orçamento de rendimentos, gastos e investimentos para cada exercício económico, acompanhado do plano de atividades e do parecer do Conselho Fiscal e Disciplinar, por parte do Conselho Diretivo ou do Conselho Fiscal e Disciplinar, implica, em relação ao órgão em falta, a cessação imediata da totalidade dos mandatos dos seus membros, ficando estes impossibilitados de se recandidatarem nas eleições para os órgãos sociais imediatamente seguintes.
Todo este mandato de Varandas está cheio de irregularidades e de violações estatutárias. Já foi mais que falado que a própria AG de destituição da anterior direcção ocorreu em circunstâncias irregulares e anti-estatutárias, sem falar da Acta dessa AG que nunca foi lida, ou seja, nunca foi homologada.
Em todas as AG’s os boletins de votos ou têm códigos de barra ou números sequenciais de modo a se poder identificar quem vota e onde vota, em todas as AG’s não há uma entidade independente credenciada a validar os votos (anteriormente a esta direcção era a Universidade do Minho), todas as AG’s são feitas em modo eleitoral, esvaziando o debate e todo o intuito de uma AG do Clube.
Tecer comentários de Varandas sobre a minoria de bloqueio como lhe chama é em si ridículo. Os sócios são soberanos nas decisões do Clube. Os próprios resultados da AG são claros:
RESULTADOS:
Ponto 1 (Relatório e Contas 19/20)
VOTANTES (750)
Contra – 473 (63,07%)
A favor – 277 (36,93%)
VOTOS (3974)
Contra – 2354 (59,24%)
A favor – 1620 (40,76%)
Ponto 2 (orçamento para 21/22)
VOTANTES (751)
Contra – 459 (61,12 %)
A favor – 292 (38,88%)
VOTOS (3986)
Contra – 2287 (57,38%)
A favor – 1699 (42,62%)
Ponto 3 (Relatório e Contas 20/21)
VOTANTES (751)
Contra – 465 (61,92%)
A favor – 286 (38,08%)
VOTOS (3980)
Contra – 2312 (58,09%)
A favor – 1668 (41,91%)
Ponto 4 (atribuição de nomes representativos do clube às portas do Estádio de Alvalade – Vítor Damas, Hilário, Stromp, Jordão, Cinco Violinos, Yazalde e Manuel Fernandes)
VOTANTES (743)
Contra – 331 (44,55%)
A favor – 412 (55,45%)
VOTOS (3909)
Contra – 1622 (41,49%)
A favor – 2287 (58,51%)
Tanto que para Varandas a aprovação do ponto 4 servem os seus intuitos e aí esta AG serviu, para ele foi útil. Pela mesma leitura, não levando a aprovação dos Orçamentos destas 2 épocas é porque aceita a vontade dos sócios. Custa é reconhecer os 2 chumbos sucessivos dos R&C e a leitura que se faz dos estatutos sobre o mesmo.
Varandas quer que os sócios reconheçam à força a dívida do Clube à SAD no valor de 20 Milhões de Euros e sobre este assunto não há qualquer esclarecimento ou justificação. As intenções de lesar o Clube são evidentes e Varandas pretende manter o discurso divisionista para que os sócios votem com o intuito de lesar o Clube só porque acha que haja sócios que apoiam a anterior direcção. A sua mensagem não é a enaltecer estes R&C e Orçamentos, é sim a descredibilizar sócios que são contra as suas medidas lesivas ao Clube. Há que constatar que o que está a ser discutido nada tem a ver com a anterior direcção, tem a ver com os resultados financeiros vergonhosos que esta direcção apresenta.
Soube-se ainda que esta direcção retirou à revelia dos sócios as acções em tribunal relativamente à direcção de Godinho Lopes, acções estas que foram aprovadas pelos sócios em AG do Clube. Sem falar que concederam o aluguer do estacionamento do estádio por 35 anos por valores bastante questionáveis. Sabemos ainda que mais de metade do valor do contrato da NOS já foi gasto por esta direcção, ou que mentiram aos sócios em 2019 quando anunciaram que a reestruturação financeira sobre as VMOC’s estaria concluída. Estamos perante uma situação bastante dúbia quanto ao futuro da SAD, em que pelas evidências que vão demonstrando, estes Órgãos Sociais parecem querer que o Clube perca a maioria da SAD, sem esquecer a dívida que o Clube tem à SAD segundo estes R&C.
Custa a esta direcção falar sobre a dívida galopante a fornecedores, antecipação de receitas, aumentos sucessivos de renumeração da direcção, da situação em falência técnica que esta direcção criou, entre outros actos de gestão danososa.
Dia 23 é obrigatório votar CONTRA estes R&C visto que lesam o Clube e põem em causa o seu futuro. A incompetência não pode ser premiada e tem de ser varrida do Clube de uma vez por todas!