RUGIDO VERDE

Ponto Prévio: Vinha a escrever, desde o início do ano, com uma regularidade mensal aqui no rugido verde. Em finais de Abril, entendi fazer uma pausa pois honestamente não tinha grande coisa a dizer sobre o “estado da nação”. Desde 23 de Junho de 2018 que não reconheço o que é este SCP. Aquilo que idealizei ser o MEU Clube, os seus princípios e valores, para mim, foram varridos desde essa data para debaixo do tapete do esquecimento. De lá para cá, morreu muito do meu sentimento pois percebi finalmente quem são na esmagadora maioria os “sócios, adeptos e simpatizantes” que estão “atrelados” a este Clube, e que já os traz desde o seu nascimento. Os autointitulados “melhores do mundo”.

Vi-me sumariamente expulso há quase 3 anos de um blog conhecido na altura por ser supostamente plural (agora passou a ser um Bistrô, ao contrario do que diz o toldo) mas que já vinha a demonstrar uma “linha editorial” mais vincada para o “emcimadomurismo” por uma arbitrariedade do “gestor” do espaço que viu de forma incomoda colocadas por mim perguntas que lhe foram direccionadas, de forma pública e direta, sobre o seu real interesse para com o Sporting às quais respondeu da mesma forma que o Varandas responde às perguntas dos sócios: Com autoritarismo e demonstração do pouco poder que detém nas mãos e que não tem pudor em usar. Enquanto isso, havia e continua a haver fregueses desse espaço a ameaçar outros fisicamente, a denegrir e a ofender. Coerências…

Curiosamente, aconteceu o mesmo há umas semanas atrás, em relação a um outro espaço que se intitula de FÓRUMSCP mas que, curiosamente, silencia uns e dá espaço a outros, tendo tendencialmente dois pesos e duas medidas para o mesmo tipo de acções. Vi-me silenciado durante um mês, voltei a ter autorização para voltar e poucos dias depois, de forma meramente ditatorial, fui excluído por 6 meses por escrever críticas que fiz num teor bem mais benevolente do que já usara. Não passaram mais que alguns minutos para eu mesmo encaminhar email para a administração desse “fórum” a solicitar que a minha conta e todos os dados nela constantes fossem eliminados pois não pretendia manter qualquer ligação a um espaço em que o lápis azul desliza ao sabor das arbitrariedades de alguns dos “donos” do espaço, tendo deixado de me identificar por isso mesmo.

Serve este ponto prévio para, quem lê este meu texto, perceber qual o meu grau de motivação para escrever o que quer que seja que me vai na alma em relação ao clube, que já foi do meu coração e que já pouco falta para cair na indiferença. Muito pouco mesmo. Este estado da nação não é mais do que o extrapolar do que a “liderança” do Clube transmite para o exterior e que se está a propagar a todos aqueles que julgam ter um pouquinho mais de poder (aqui entenda-se, visibilidade) do que o comum dos sócios e adeptos que vivem o dia-a-dia do Clube. Basicamente a opinião parece ter donos e estes não querem abrir mão desse pequeno poder que lhes está ao alcance dos dedos. Verdadeiros DÉSPOTAS da palavra que, tal como a atual direção, querem defender a sua coutada à custa de silenciamento dos inconvenientes.

No seguimento destes assunto de déspotas de ocasião, aguardou-se mais de 1 ano para poder ter acesso a uma AG do Clube, local onde, regra geral, os ainda donos do SCP deveriam emitir a sua opinião livremente, aos dias de hoje mais ou menos condicionada. AG que ainda assim, poderia e deveria ter acontecido até ao final de Junho, pois outros Clubes realizaram as suas. Mas nesses, provavelmente, não há medo de ouvir o que os sócios têm a dizer e fazê-lo em local próprio.

Boletins de voto numerados. Uma novidade trazida por estes OS, depois da AGE gerida pelo Marta Soares com códigos de barras. Mas afinal, perguntará algum distraído qual é o problema de serem numerados? Bom… Há um documento que, acredite-se ou não, deveria ser a trave mestra da estrutura associativa do nosso Clube, chamado Estatutos do SCP, em que se refere que o voto é secreto. Ora, sendo que quem gere os trabalhos da AG apresenta os boletins, pergunto: Aqueles números são o que? Indicam o que? Ainda neste fim-de-semana passado, apresentaram-me 3 boletins diferentes com cores diferentes para eleger os novos representantes autárquicos e nenhum deles tinha serial number… Ora, se quem imprime os boletins os tem identificados, creio ser se elementar bom senso perceber que a confidencialidade do voto, NO MÍNIMO, fica comprometida. No limite, quem imprimiu os boletins ter(i)á a possibilidade de confirmar qual o sentido de voto dos respectivos sócios que os utilizaram e poderem adulterar estes boletins por outros pois ninguém foi votar e decorou esses números para uma eventual auditoria.

Resumindo, chumbado pela segunda vez o mesmo relatório de 19/20 (que nem sequer foi mexido, ao contrario do que foi dito que seria), chumbado o relatório de 20/21 e o orçamento apresentado para o 21/22 (que já decorre há… 3 MESES!!!). E o que temos para ouvir do “PresiMente” do Sporting? Queixinhas sobre a tal minoria de 10 ou 20 que agora parecem ser uns 400 (eu, se fosse o Varandas, tirava conclusões sobre esse “evoluir” de duas dezenas para algumas centenas), isto sem esquecer que em Fevereiro/Março de 2020, eram milhares à volta do estádio para lhe dar guia de marcha. O temor é tal que não consegue circular, ao exemplo de outros que por lá passaram, pelo meio dos sócios e adeptos do clube que “preside”. E ainda vem lançar farpas para o ar sobre quem anda há 3 anos sem rendimentos, supostamente a viver do que lá ganhou em 5 anos… Pois é, “sr presiMENTE”, mas esse não anda de Porsche nem comprou mansões em menos de 3 anos de estar lá. E nunca sugeriu ter aumentos TODOS os anos à SAD.

Chego à conclusão que, de facto, os mais preocupados com o Sporting dos últimos anos são mesmo aqueles tem ido às AG ordinárias para chumbar estes papelecos apresentados, muito ao contrário do que aconteceu nas últimas AGs, a extraordinária destitutiva e a eleitoral. O que me leva a pensar que, ao contrário do que a maioria possa pensar, eleições em Março de 2022, na sequência destes chumbos, não garante em nada que estes exemplares não possam usufruir de mais 4 anos de desmando deles (à custa dos “melhores do mundo”, que gostam do afagar do ego) e do consumar definitivo da minha indiferença.

E nestes 3 anos, houve um atropelamento, quase mortal, ao Sporting Clube de Portugal e a fuga aos seus ideais, valores e princípios.