Os Chalupas do Sporting
Estamos em 2021 e persiste, de forma concertada e suportada por diferentes plataformas de comunicação, a narrativa de diabolização dos “brunistas”, à conta de generalizações e meios rasteiros com intuito de descredibilização, aqui e ali, misturados no saco das claques, sendo estas também constantemente perseguidas e censuradas, também elas metidas no saco dos “brunistas”, sendo o objectivo comum a purga de efectivos e/ou potenciais insatisfeitos e contestatários.
Basicamente, quem defendeu e defende o trabalho da direcção de Bruno Carvalho, não concordou com a sua destituição, suspensão e expulsão e é critico da actual direcção, leva com o selo de “fanático”, de “chalupa negacionista”, como vi recentemente nas redes sociais, utilizando-se um dos tais meios para descredibilizar estes adeptos, através de contas fake, sabe-se lá pagas por quem.
Eu não vou também incorrer o erro de generalizar a coisa. Eu, um dos tais” brunistas”, não concordo com a forma e conteúdo de algumas considerações e opiniões de outros brunistas. E estes não concordarão com as minhas.
Sim, há brunistas que desistiram do clube, envergonhados pelas decisões dos sportinguistas. Há outros que não desistiram, mas estão profundamente desiludidos. Outros, radicalizados. Muitos outros não esquecem, mas para já vivem a satisfação pelo titulo no futebol e para o momento , o que não quer dizer que não agirão em conformidade com o que acreditam, à primeira oportunidade. E estes, pelo menos nos círculos que conheço, são certamente a grande maioria.
Mas o meu principal ponto é que o “negacionismo” parte da negação da ciência, das evidências e da informação. Da informação séria e transparente, acrescento.
Quem em pleno 2021 atribui prejuízos de 33M, 40M de capitais próprios negativos, aumento exponencial de dívida a fornecedores e aumento da dívida global a uma direcção que saiu em 2018… direcção essa que bateu recordes em número de sócios; reverteu uma situação patrimonial negativa em 120M; aumentou a competitividade global do clube; deixou as bases para enormes conquistas nas modalidades; deixou activos ou direitos sobre activos que permitiram mais de 200M em vendas; implementou boas práticas na comunicação e informação aos sócios e adeptos, com a apresentação de resultados consolidados, quadro de transferências onde constam custos de transação no mercado, a quem se paga e como se paga, relatórios de sustentabilidade, com respectivos eventos de associativismo para debate e esclarecimento; bem como a luta por um futebol mais sério e justo ( VAR, fundos, direitos televisivos centralizados, registo de adeptos das claques no IPDJ) … é na sua essência, um negacionista de evidências e informação e um debitador de narrativas que pretendem criar uma realidade paralela e perigosa. Porque o futuro não se constrói no engano e na mentira.
E é exactamente no embuste que tem sido construido este “Novo Sporting”, uma amálgama de propaganda bacoca e de olhos virados para o passado, sempre pronto a arranjar desculpas e bodes expiatórios, muitas vezes ultrapassando a barreira da gincana política e caindo na mentira descarada.
Sem necessidade nenhuma, que o Sporting é campeão no futebol e com tudo o que isso implica em termos de trunfo eleitoral. No mínimo, era tempo de começar a haver algum decoro. Portanto meus caros…. não é o “brunismo” o negacionismo no Sporting. Nunca o foi.
E nunca será. O apelidado Brunismo não é mais do que uma forma racional e apaixonada do clube, onde este é a única verdade e o que unicamente interessa. Sem interesses extra. Só a alegria do triunfo, com seriedade e transparência total.