Nada Está Ganho, Mas…
Apesar das referências a bazófias de alguns ou, como o fez o sr, Varandas, “essas pessoas não querem, genuinamente, o Sporting campeão“, mantenho e cada vez mais reforçada até porque os resultados têm servido para tal, a minha convicção no título.
Não, não digo que está ganho. Não planeei festas, embora no dia, a acontecer, estarei certamente com os meus. É uma simples leitura, mais do que a diferença pontual, da capacidade colectiva da equipa de Amorim. Tem sido claramente a mais forte e a que menos erra, como tenho dito, inclusivamente em textos no Rugido Verde.
Convicção que criou forma principalmente após o jogo com o Nacional, na Madeira, num pantanal, onde os jogadores mostraram que são uns Leões e estão focados em ganhar, como nenhuns outros na Liga.
Eu sei que não é tempo para os Sportinguistas pensarem no pós-título que é apenas, ainda e só, uma forte possibilidade.
Mas há quem o faça. Talvez porque não consegue desfrutar dessa perspectiva de forma plena, como aconteceu nas raras conquistas das últimas décadas, talvez por (ou também, mas não só) estarem avisados e terem memória relativamente aos anos imediatamente posteriores às festas que os Sportinguistas levaram a todo o país.
Destruição de plantéis vencedores, construção de imobiliário não rentabilizado e rentabilizável, um passivo impagável, desprezo pelo associativismo e pelo ecletismo. Basicamente, o Sporting pagou demasiado caro pelos dois últimos títulos.
Esta possível conquista deveria servir para agregar e aglutinar todos os adeptos, sarar as feridas abertas, reposicionar a história recente do clube onde merece estar e acabar com as narrativas de motivação politica e agendas pessoais que levaram a linchamentos públicos e julgamentos populares de “adversários”.
Tenho presente que muito dificilmente essa oportunidade de UNIR o Sporting será aproveitada e que se conta com a bola ter entrado para que muitos dos insatisfeitos se calem ou que a grande maioria abafe as vozes de quem não se conforma.
Mas aqui é que está o busílis da questão. Quando a bola entra, não há tempestade que seja preocupação. Mas nem sempre a bola entra e é aí que todos somos necessários.
Lembrem-se que Roquette e Dias da Cunha foram campeões.
E só a alguns deixaram saudades.
Fica portanto a nota, apesar das minhas sérias dúvidas da vontade para o efeito por parte desta direcção. O sentimento de felicidade que o possível título vai trazer aos adeptos que seja também a “ferramenta” para, finalmente e como prometido, unir o clube.
Bata-se no peito pela conquista, distribuam-se os méritos por quem quiserem e como quiserem. Mas com a humildade de fazer pequenos actos de contrição por tudo aquilo que levou a um clube em guerra, pré-Pandemia e pré-Amorim. Ou a acalmia durará bem menos do que esperam.