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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Alexandre Godinho e Bruno de Carvalho no Sporting160EN, Resumo Completo: Pandemia, Poder, Política e Esperança

Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho marcaram presença no podcast Sporting160EN (dirigido, com muita qualidade habitual, sobretudo aos muitos Sportinguistas espalhados pelo mundo e de diferentes nacionalidades) na noite de sexta-feira. Foram abordados diversos temas numa longa e frutífera conversa.

  • Pandemia 
  • Liberdade 
  • VAR, Áudio, Poder e o Destino dos Clubes
  • Revisionismo e Censura 
  • Iustitia et Lex, e a Demissão de Godinho Lopes 
  • Intuição e Prognósticos 

O vídeo estará disponível na mensagem final deste resumo alargado e traduzido. O podcast abriu com uma constatação da parte do anterior Presidente a Danny: “é bom ver que afinal havia muita qualidade na juventude, sub-17, sub-19, ao contrário do que se dizia.” 

Pandemia 

Respondendo a uma questão de Sam sobre como estavam a encarar a pandemia e o que poderiam dizer aos ouvintes, referiu que “ao contrário da maioria das pessoas, eu e o Alexandre Godinho estávamos a viver neste confinamento já dois anos antes da pandemia. Não importam as teorias de conspiração. Há gente a morrer e temos de ser muito responsáveis. Percebo o que as pessoas estão a viver mas para mim são já 3 anos disto.”  

Estou vivo e bem, se eu consigo aguentar, as pessoas também são capazes. Temos de nos adaptar, até para superar esta fase, pois é algo que vale a pena face ao que o cenário oposto implica.” Alertou para a componente humana e a necessidade de “fazer a mente trabalhar“, não cometendo o erro de ignorar “a vertente psicológica“. “Tenho pais idosos, três filhas, tenho de ser responsável nesta pandemia, e é isso que as pessoas têm de ter em mente em relação a quem os rodeia. Protegê-los nesta pandemia” pois não é uma brincadeira. “Manipular as pessoas é fácil, como bem sabemos, até por experiência própria. Aqui não há manipulação, é algo bem real.” 

Muita gente tem estado a brincar com uma situação extremamente séria, basta ver vídeos de festas, jantares, colocados na Internet. Talvez acordem só quando alguém muito próximo lhes falecer, e é muito triste que assim seja,” constatou. “Precisamos de ser fortes e de nós ajudar uns aos outros.” 

A responsabilidade no entanto não se limita ao cidadão comum. “O governo não tem querido tomar as medidas necessárias, ficando sempre num meio termo e numa indecisão que tem tido os resultados que se têm visto.” 

Alexandre Godinho, por seu turno, referiu que se sente com sorte face ao cenário. “Tenho sorte de estar saudável neste momento, bem como os meus familiares imediatos, mas vi como amigos e outros familiares já sofreram. O que também me preocupa num país com as especificidades de Portugal é ver governantes a fazerem política com a pandemia“, reforçando que isso nunca é uma boa política para pôr em prática. “Protejam-se, sejam responsáveis. Temos de ser fortes na actuação conjunta.” 

Lamentou a “confusão causada com as medidas políticas, aprovadas e escritas por vezes de forma confusa” sublinhando que “por vezes aquilo a que as pessoas reagem ao ver um vídeo que se torna viral, apontando o dedo, mais não é do que o reflexo dessa confusão que vem de cima. Vamos todos respirar fundo, ser conscientes e responsáveis.

Liberdade 

A propósito da pandemia e da privação de liberdade que é muito invocada um pouco por todo o mundo, inclusive com demonstrações violentas como foi o caso das que recentemente tiveram lugar em várias cidades da Holanda, Bruno de Carvalho entende que “o conceito de liberdade é fantástico. No entanto, temos de perceber que a imbecilidade também é livre, aplica-se a todos. E esse é também o problema da pandemia, não só em Portugal como no mundo.” Danny complementou dizendo que “infelizmente não existe uma vacina contra a estupidez.” 

O anterior presidente destacou ainda a ideia de que “hoje em dia toda a gente acha que sabe tudo, têm opiniões sobre tudo. Há que saber pensar e ouvir. (…) As pessoas não percebem o que é mesmo liberdade, não é fazermos ou dizermos o que nos apetece, porque a maioria nunca viveu num regime que os privasse dela. Preocupa-me como iremos viver com a Covid-19, mesmo depois de adaptados, mas também me preocupa como iremos sobreviver à estupidez. Séculos passaram, e a educação não bastou. Não há vacina. As pessoas têm de parar, ouvir, pensar, e não acharem que sabem tudo.” 

VAR, Áudio, Poder e o Destino dos Clubes 

Christian perguntou a Bruno de Carvalho, como alguém que foi pioneiro na implantação do VAR, a forma como vê o seu uso na actualidade. Bruno de Carvalho ficou congelado. 

Não obstante foi apenas devido à ligação à Internet. “Ainda bem que por uma vez não foi a mim que aconteceu“, brincou Christian.

Sam dirigiu então a questão a Alexandre Godinho. “Foi um enorme contributo ao futebol moderno,” começou por dizer. 

O VAR não resolve todos os problemas; aliás o VAR é operacionalizado por pessoas. Se essas pessoas erram, esse erro reflete-se no VAR e no desenrolar do jogo. Não é uma ferramenta e um sistema concluído. É dinâmico, está em evolução. As energias têm de ser focadas, por parte das entidades, em melhorar o seu uso, dar mais formação com essa finalidade. É nisto que as pessoas se devem focar, e não no que eu chamo de política do futebol (soccer politics),” afirmou. “Reduzimos a margem de erro com o VAR, mas ainda existe um longo caminho a percorrer.

O antigo Vogal do CD realçou que a pandemia alterou a regra das substituições, achando que o modelo actual se deve manter após superada esta fase. Demonstra que no geral as regras têm ainda espaço para serem melhoradas, num meio que foi sempre muito conservador em relação à alteração das mesmas. Christian questionou se chegaremos ao ponto em que será mais transparente, dando o exemplo do Rugby em que se escuta o áudio. 

Entretanto, Bruno de Carvalho ressurgiu sem mazelas do congelamento, ultrapassando Alexandre Godinho pela esquerda do ecrã. “Quando as pessoas abordam estes assuntos, pensam sempre em como manter o status quo,” referiu o anterior Presidente. “Falei com a UEFA e a FiFA alertei para a necessidade de colocar um fim ao poder dos TPO (3rd party ownerships). Agora, temos essas mesmas pessoas como donos de clubes.” 

Quando falei sobre o VAR, referi a importância das pessoas poderem ouvir o que era dito (…) Em pleno estádio de Alvalade, um membro do International Board (autoridade máxima, IFAB) disse que era possível as pessoas ouvirem. Surgiu o presidente da FPF, Fernando Gomes, a dizer “não, não, não é possível. Queria saber mais do que o membro do International Board.”

O problema não é a tecnologia, mas quem a usa e como a usa. Se as pessoas não ouvem o que é dito, tentam elas próprias dar uma explicação,” destacando o papel informativo e pedagógico que teria a divulgação dos áudios. Permitiria até às pessoas perceberem alguns erros. Afirma que a desculpa de que existem estádios que não têm condições para isso não é válida, lembrando as inúmeras complexidades noutras exigências que são pedidas. “Porque razão querem manter o mesmo poder? O poder reside em só elas saberem o que é dito. O público em geral não pode ouvir, só eles, porquê?” Questionou. 

É algo simples. É só ouvir. As pessoas, se ouvirem as comunicações da equipa do VAR, ficarão melhor informadas, mais responsáveis, mais instruídas. Os próprios árbitros terão mais consciência no que dizem e nas decisões. Diminuiria a suspeição. A tecnologia tem de funcionar a favor do futebol, e não de quem manda no futebol. No futebol nada é fácil, porque é tudo sobre poder, e poder significa dinheiro. Já não é como noutros tempos: é uma indústria, e o que importa é o dinheiro.” 

Christian, Sam, Danny, se vocês souberem o que eu sei, perderia o controlo. Esse é o problema de fundo. As pessoas pensam que disse quase tudo o que sei, mas vou confidenciar-vos uma coisa. Eu não contei metade do que sei sobre o futebol, se contasse, perderia o controlo que referi. No meu caso, depois do que me fizeram, preciso de manter esse controlo. Se eu penso desta forma, imaginem as pessoas no meio do futebol.”

Bruno fez uma reflexão mais abrangente ao respeito. “Faz-se uma gestão do poder pela mediocridade. Em vez de se nivelar por cima, nivela-se por baixo. Em vez de se impulsionar as pessoas para outros patamares de conhecimento e exigência, põe-se a fasquia o mais baixo possível e assim se pode ter o poder de forma medíocre, sem contestação. Quem tenta o oposto fica com um alvo na testa.

Eles não queriam esta tecnologia no futebol, quem lidera a FIFA e a UEFA disse-me isso na cara. Eu disse, vai acontecer quer queiram ou não. Inclusive quem preside a FIFA (Gianni Infantino), disse” nunca”. Apenas implementaram a tecnologia para sobreviver. Platini e Blatter estavam envoltos em escândalos, e eles precisavam de mostrar diferença. De repente, surgiram como fãs da implementação de tecnologia. Numa reunião que tive com Platini, Fernando Gomes, passou todo o tempo a rir-se sobre o VAR, e a dizer “nunca”. Numa fase posterior ouvi-o publicamente a dizer que Portugal seria pioneiro, clamando louros. A razão? Sobrevivência. Não queriam evoluir, mas sim sobreviver.

 “As pessoas na FPF eram contra, mas estiveram envolvidas na implementação. Esse era um dos problemas de Bruno de Carvalho para eles, pois eu dizia as coisas como elas eram. Existe esta mentalidade de que o que sucede em Las Vegas, fica em Las Vegas: o que sucede no futebol, fica no futebol.”

Refletindo a respeito de práticas de outros tempos por parte de quem governa para dispersar a atenção do povo, dando vários exemplos tais como os Coliseus Romanos, referiu que “o circo dos tempos modernos é o futebol. Cada vez que se fazem mal as coisas ou há problemas, coloca – se futebol à sua frente. Quando não importa, aí é que se fala dos problemas no futebol.” 

Alertou para o facto de que os clubes estão a morrer e não é da pandemia, é um processo com quase 20 anos. O que curiosamente não está a “morrer” são os agentes, que continuam saudáveis nas operações, fazendo muito dinheiro. O mesmo se verifica com jogadores,” separando no entanto a realidade da elite do futebol (clubes ricos, jogadores de clubes de grande dimensão) da restante, que é a esmagadora maioria do fenómeno. Estes passam por enormes dificuldades.”Durante anos disse que era necessário salvar os clubes, o que não é sinónimo de entregá-los a terceiros que o exploram até não restar nada, mas ninguém quis saber.” Outra coisa que o surpreendeu é os adeptos não se importarem, “só se importam com o imediato.

No caso do Sporting, considera que “se continuam a fazer o que estão a fazer no Sporting, financeiramente e a nível das decisões, não haverá futuro.” Ilustra com o que se passa com as muitas modalidades, o projecto olímpico, as novas dívidas criadas, quando se dizia não haver dinheiro, o contrato da NOS, e as incongruências entre o discurso e a prática. Alerta que as pessoas são livres, livres também para ignorarem e viverem no imediatismo. No entanto, que nessa liberdade, e as decisões que tomam (ou não) com base nela, têm sempre consequências. “A gestão e dívida que o Sporting tem só tem um destino: vender o futebol. Talvez venha alguém que compre e ame o clube, dizem, colocando tudo nas mãos de alguém que pode fechar tudo se não tiver os resultados de exploração pretendidos. Um dia alguém tem de dizer a essas pessoas para olharem à realidade profunda do meio, ou então o mais simples: que o Pai Natal não existe.

Revisionismo e Censura

Sam questionou a respeito do que achavam de como tinham sido geridos os dossiers Viviano e Sinisa Mihajlović, e o tratamento de que foram alvo. Bruno de Carvalho lembrou que também Nani foi afastado, mas não só. “Pararam a gala do clube, que eram “os óscares do Sporting”, o congresso internacional The Future of Football; a Sporting TV foi relegada para um plano inferior, a renegociação que iria colocar o clube com 90% da SAD foi rasgada.” Tudo o que era relacionado com ele foi alvo de tentativa de destruição. “Mas não eram do Bruno, eram do Sporting!” não aceitando essa prática pois quem entra tem um dever de acrescentar, não destruir. Poderia ainda ter referido algo simbólico e extremamente visível que se prolongou intencionalmente no tempo, sendo absolutamente sintomático da obsessão – o desgaste permitido na estátua do leão. 

O nome de Bruno de Carvalho apagado da Estátua do Leão

Alertou também para os despedimentos de pessoas ligadas ao controlo das Assembleias Gerais, a um ano de eleições, nomeadamente José Quezada e Afonso Leitão. 

As pessoas não devem confundir estar contentes com a performance do futebol, que estamos todos neste momento, com o estar contentes com o que se passa no clube.” Lembrou o afastamento, até como sócios, de que foi alvo juntamente com Alexandre Godinho. “Eles não queriam saber de Alcochete. Não queriam saber do Cashball. Eles sabiam que não havia qualquer envolvimento e outros factos. A única coisa que tinham em mente era “assassinar-me”. A prova cabal é o facto de após ambos os casos terem sido trucidados, não terem feito nada para nos reporem os direitos, pelo contrário.”

Ainda hoje em dia pessoas são afastadas do clube por não quererem dizer mal sobre o anterior Presidente. Há jogadores que me pediram para não dizer que falava com eles ou seriam prejudicados. Isto não foi há dois anos, ainda sucede hoje em dia. As pessoas podem estar felizes pela classificação actual do futebol, mas eu sei o que se passa no clube. Estando contente com a primeira situação, sofro com a segunda (…) Não saber a verdade ajuda a ser feliz” preferindo ser como é em lugar dos tempos de inocência de infância. Alexandre Godinho rematou o tema subscrevendo o que foi dito por Bruno de Carvalho. 

Iustitia et Lex, e a Demissão de Godinho Lopes 

Christian perguntou como é possível assinaturas e pedidos de associados não terem provimento, lembrando 2013 e a decisão do tribunal que indeferiu pretensão de que a Assembleia Geral não fosse ela a aferir o que é justa causa

Alexandre Godinho respondeu que era tudo “política. É uma luta de poder. Estando preenchidos os requisitos, Rogério Alves só tem de a convocar. É um poder dos associados. É um exercício muito injusto e pobre de poder.” 

Reforça com o estado do associativismo e dos adeptos em geral. “São tantos anos de resignação, tantos anos sem títulos, que basta estar em primeiro para os associados e adeptos esquecerem matérias nucleares e estarem disponíveis a sacrificar tudo, até os seus direitos. Rogério Alves e Varandas usam isso para jogar com os adeptos, podendo dar-se ao luxo de responder com uma nota fraca a pedidos formais; sabem que o podem fazer porque as reacções são insípidas.” 

No entanto “pode ter-se sucesso desportivo, e defender-se a honra e valores. Não são matérias que se excluem mutuamente.” 

Concordando com Christian e com Alexandre Godinho, Bruno de Carvalho afirma que “o que Rogério Alves fez é contra os estatutos e o regulamento. Não tem de avaliar se algo é bom ou mau consoante a sua interpretação. Apenas tem de ver se os requisitos foram preenchidos.” As pessoas precisam de saber a verdade e revela “advogados que estão a auxiliar associados recebem telefonemas de grandes escritórios a dizerem-lhes para não avançarem para tribunal. Isto está a suceder actualmente.” 

Bruno de Carvalho, aproveitando a referência a Godinho Lopes, aproveitou para desfazer um mito. “A história de que Godinho Lopes se demitiu devido à decisão do tribunal, é bonita mas não corresponde à verdade. Eu estava lá. Eu estava no gabinete de uma pessoa que ligou para Godinho Lopes e lhe disse: tu demites-te hoje. Ele barafustou um pouco, ao que a pessoa repetiu “hoje!

Eles não temem os tribunais, Danny, Christian, Sam. Isto não são os Estados Unidos, o Canadá, ou a Inglaterra. Isto é o amigável país de nome Portugal, que tem algo em tribunal de nome “Processo Lex“.” Concretizou a respeito do processo e as suas implicações. “É um problema muito grande para a nossa justiça, envolve juízes. Juízes esses que, alegadamente, utilizam ligações pessoais para influenciarem as decisões em tribunal no sentido que querem.”

Mas o que tem isto a ver com clubes ou desporto quando há tantos juízes em Portugal? Reparem, um dos envolvidos foi candidato à presidência do Benfica (Rui Rangel), outro é muito amigo de Sousa Cintra (Luís Vaz das Neves), que foi quem entrou para me substituir quando quiseram correr comigo (Comissão de Gestão de Marta Soares). Não existem coincidências desta magnitude na vida, a não ser que se acredite no Pai Natal.”

Deu o exemplo do que está a suceder com Rui Pinto, com nova intervenção do actual Presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube. “Vejam por exemplo o caso de Rui Pinto. Não tem a ver com a decisão que virá do processo. Rogério Alves assinou uma carta para que ele não seja ouvido na Assembleia da República. Dizer “não ouçam” não é democracia, e Rogério Alves é um dos signatários,” afirmou. Deixou uma questão evidente no ar: “temos então Rogério Alves que não quer que Rui Pinto seja ouvido na Assembleia da República, e pensam então que algum dia ele quer que os associados me ouçam a mim ou a Alexandre Godinho?” 

Foi tudo jogo político, apenas um jogo. Mesmo depois da absolvição e da queda dos casos, ainda há gente que é capaz de afirmar que não foi um jogo. Foi só isso. Um jogo muito perigoso. E pensam que vão voltar a dar-vos voz quando a retiraram em 2018? E as pessoas disseram – sim, leva a minha voz, leva a minha mente, porque acredito em tudo o que dizes. Pensam que agora eles iriam recuar?” 

Tal como Alexandre disse, quando as pessoas estão felizes não se importam com mais nada. Mas a questão não é só essa porque há muita gente boa que está feliz mas que se importa. E perguntam, onde está o processo em tribunal contra a decisão de Rogério Alves? Nós tivemos Providências Cautelares contra nós que foram decididas em 3 horas. Mais rápido que o melhor dos Estados Unidos. Aqui em Portugal, quando querem, conseguem isso. Aqui há uma coisa chamada telemóvel que acelera tudo,” referindo-se a contactos que visam pressionar e mexer influências. 

Tudo pode ter o seu preço. Mas nunca terão a paz e a felicidade que advém de não vender valores, e se ter honra e dignidade.”

“Rogério Alves não tem medo da justiça, tem poder sobre ela. Godinho Lopes não tinha medo da justiça, o problema dele não foi a decisão do tribunal ou uma eventual Assembleia Geral. Foi a pessoa que lhe ligou a dizer para ele se demitir naquele dia. É tudo sobre poder. Eles têm formas de controlar as coisas. E eu já vi em tribunal o quão poderosos são,” ultrapassando por vezes series de ficção. 

Intuição e Prognósticos  

Questionado por Danny quais eram as outras opções que tinha em mente na altura em que contratou Leonardo Jardim e Marco Silva, Bruno de Carvalho respondeu que nunca teve listas de nomes. Pensava num nome pelo que sentia ser melhor. “Devo dizer que nos três, só tendo acertado mesmo em Leonardo, sou péssimo a guiar-me pela intuição,” brincou. 

Afirmou que a lealdade é essencial para um treinador ser bem sucedido, relembrando como Marco Silva colocou a Doyen à frente dos interesses do Sporting. Não lealdade cega, mas para com aquilo em que se está envolvido, ou seja, sem agendas, com exigência e com transparência. “Sem lealdade não somos pessoas, somos coisas. Na vida, alguém sem essa qualidade é capaz até de vender os próprios pais.” 

Relembrou que Jorge Jesus pôs outro clube à frente da própria entidade patronal no acordo que fez com o Benfica em Fevereiro de 2018 (14 milhões de euros perdoados, num processo que teve a mão de Rogério Alves, e do qual não deu qualquer informação à administração). 

Sobre o que espera no próximo Sporting-Benfica, Alexandre Godinho antevê “um jogo de resultado incerto, como são habitualmente os derbys. Estou a contar com a vitória do Sporting, talvez por 2-1. Vamos esperar só ter de jogar contra uma equipa no campo, e não duas.” 

Já Bruno de Carvalho mostrou-se ainda mais optimista. “Acredito que iremos vencer por 3-0. Uma coisa que as pessoas precisam de saber: se vencermos 3-0, 2-0 ou meio a zero, farei um tweet muito bonito com referência ao meu amado Jesus. Eu sempre fui Cristão, mas agora sou fanático. Jesus entrou na minha vida e mudou tudo.”

Deixou um alerta a ouvintes norte-americanos que estivessem a ouvir: não se estava a referir a Jesus Cristo. 

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Assim chegou ao fim este resumo alargado e traduzido do podcast. Aconselho vivamente a que vejam o vídeo se tiverem tempo e puderem perceber sem dificuldade. Subscrevam também o canal, será tempo bem empregue com os anfitriões. 

Até à próxima. 

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