RUGIDO VERDE

Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho estiveram presentes no podcast Sporting160EN, com os sempre acutilantes anfitriões Danny, Christian e Sam. Ao longo do dia será divulgado um resumo completo dos principais destaques do programa de 2 horas e 30 minutos (link do vídeo) para todos aqueles que não dominam a língua inglesa. 

Questionado a respeito da recusa por parte de Rogério Alves em convocar Assembleias Gerais solicitadas, Bruno de Carvalho, concordando com a análise de Alexandre Godinho, afirmou que “o que Rogério Alves fez é contra os estatutos e o regulamento. Ele não tem de avaliar se algo é bom ou mau consoante a sua interpretação. Apenas tem de verificar se os requisitos foram preenchidos.” 

Revelou ainda que “advogados que estão a auxiliar associados receberam telefonemas de grandes escritórios a dizer para não avançarem para tribunal.” Uma práctica absolutamente condenável e que parece não conhecer fim. 

“Eles não temem os tribunais, Danny, Christian, Sam. Isto não são os Estados Unidos, o Canadá, ou a Inglaterra. Isto é o amigável país de nome Portugal, que tem algo em tribunal de nome processo Lex.” 

Concretizou a respeito do processo e as suas implicações. “É um problema muito grande para a nossa justiça, envolve juízes. Juízes esses que, alegadamente, utilizam ligações pessoais para influenciarem as decisões em tribunal no sentido que querem.”

“Mas o que tem isto a ver com clubes ou desporto quando há tantos juízes em Portugal? Reparem, um dos envolvidos foi candidato à presidência do Benfica (Rui Rangel), outro é muito amigo de Sousa Cintra (Luís Vaz das Neves), que foi quem entrou para me substituir quando quiseram correr comigo (Comissão de Gestão de Marta Soares). Não existem coincidências desta magnitude na vida, a não ser que se acredite no Pai Natal.“

Deu ainda o exemplo do que está a suceder com Rui Pinto, com nova intervenção do actual Presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube. “Vejam por exemplo o caso de Rui Pinto. Não tem a ver com a decisão que virá do processo. Rogério Alves assinou uma carta para que ele não seja ouvido na Assembleia da República.” 

“Dizer “não ouçam” não é democracia, e Rogério Alves é um dos signatários,” afirmou. 

Deixou por fim uma questão evidente no ar: “temos então Rogério Alves que não quer que Rui Pinto seja ouvido na Assembleia da República, e pensam então que algum dia ele quer que os associados me ouçam a mim ou a Alexandre Godinho?” 

Relembro que o processo Lex resultou de uma certidão extraída de outro processo, o Rota do Atlântico. Rogério Alves, actual PMAG do clube, além de advogado do accionista da SAD Álvaro Sobrinho, cuja origem da entrada de dinheiro em 2011 está a ser alvo de investigação, é também advogado há vários anos de José Veiga, arguido. Alves foi apanhado na operação Lex a passar informação do nome de uma juíza a Jorge Barroso, advogado de Luís Filipe Vieira; nome esse a quem tinha sido distribuído um processo (1297/13. IBESNT) que interessava ao actual Presidente do Benfica.