RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Terça-feira, Abril 16, 2024

Elegância e Etiqueta

Finda por estes dias mais uma semana de elevação sublime por parte da populaça portuga. Semana pródiga em emoções logo desde o seu início. Finalizados que estavam os debates mano-a-mano dos candidatos ao papel do “mais maior estadista da nação”, surge a eliminação do Sporting Clube de Portugal da Taça de Portugal – a prova rainha como gostam de papaguear os cartilheiros que empestam as televisões cá do sítio.

Foi a loucura. A loucura.

Claro que a loucura maior veio daquele estúdio que fede a cocaína e cocainados, a drogaria, álcool e boîte rasca, que atingiu um orgasmo épico devido a semanas de retracção na verborreia. Tiveram um clímax que lhes foi bem saboroso porque um dos golos lá do clube do primo
madeirense foi marcado por um tal de Pinho – será filho do pinheiro que um treinador do Sporting em tempos pedira? Será o pai de algum Pinhão? Não sabemos. Sabemos é que vai no final da época para a capoeira do Colombo e só por isso, toldados pelo orgasmo colectivo que extasiou
tanta gente recomendável, assumiu-se que tal eliminação já tinha o dedo da Providência – aquela que celebra missas e sagra padres mas que no fim pede para apagarem o evangelho.

Por outro lado, e porque há sempre duas faces da mesma moeda, nas bandas de Alvalade o balão acabou por vazar um bocado. Não podia era desinchar sem aparecerem aqueles que vivem num pedestal criado por eles próprios, que se põem em bicos de pés nas tv’s e redes sociais a extrapolar e exponenciar o seu sportinguismo e a sua influência nas hostes leoninas; e lá
apareceram esses arautos do Nestum a denunciar prontamente a alegria que os contestatários certamente estariam a viver – que tragédia o Sporting estar tão contaminado por gente tão reles e deselegante! O ultraje meu Deus! Não consegui identificar contestatários que estivessem felizes da vida… Na verdade, nem eu consegui e muito menos conseguiram os que sobem para o banquinho, pois eles além de serem nanicos de tamanho também o são em visão e alcançam muito poucochinho. Além de só verem o que querem. Mas adiante.

Tivemos também aquele grilo bem-falante nos canais da comunicação xuxial a falar de um processo qualquer e a fazer o que faz melhor – a utilizar uma linguagem super bem composta, florida, com aromas suaves e silvestres das folhagens por onde habita e se alimenta, amadurecido pelos aventais que lhe foram vestindo e pelos papéis que lhe foram passando… Só
continua é sem falar de outros processos de relevância jurídica para uma certa instituição e que continuam a ser estagnados por esse impoluto e elegante grilo.

Depois veio uma infâmia ainda maior por parte dos deselegantes e com falta de chá que passeiam pelo Ministério Público. Vejam lá bem que esses malvados foram instruídos por um juiz para vigiarem pessoas tão insuspeitas como certos jornaleiros! Imaginem só! Mas onde é que nós
vivemos oh Senhor? Já não há qualquer travão moral? Escutar, vigiar e investigar pessoal que frequentemente demonstra, ALEGADAMENTE, que quebra a Lei, tendo em conta as divulgações regulares que fazem de processos em segredo de justiça? E que ainda por cima eram suspeitos,
ALEGADAMENTE, de divulgarem essas informações ao clube dos primos? Mas já não há qualquer topete??! Toda a gente sabe que os jornaleiros neste burgo estão acima da Lei. A palavra deles é a Lei. E quem não concordar só merece é ser assassinado (nem que seja no carácter) como fizeram ao legítimo Presidente.

Felizmente, o nosso primo primário decretou que deveríamos recolher já aos nossos aposentos para pormos as mãos na nossa consciência, reflectirmos em isolamento, e ponderarmos bem se este é o país que queremos – um país sem qualquer recorte de etiqueta e bons costumes. Cada vez mais distante dos valores elegantes da Europa, custe os pontos que custar.

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