RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sexta-feira, Março 29, 2024

Barómetro Audaz VII – Reflexões de um Leão Angustiado

A audácia é definida no Dicionário Priberam como um “impulso que leva a realizar atos difíceis ou perigosos”, ou um “comportamento ou atitude que contraria hábitos, costumes ou hierarquias”. Sinónimo de coragem, intrepidez e ousadia na primeira definição, e de atrevimento e insolência na segunda.

Ora, se não é um Sporting assim, audaz, que queremos, o que é que andamos aqui a fazer?


Nunca me importei de bater o pé e fazer o papel do “chato”, quando acho que tenho razão. Neste caso particular, quando estou a dizer a mesma coisa há tanto tempo, e não acontece nada que me faça ponderar sequer mudar de opinião.

Esta crónica vai repetir a temática do Barómetro Audaz III – O Sporting não vai ser Campeão, e talvez vá ser um pouco mais agressiva que o habitual.

Relativamente ao recente jogo em Famalicão, e ao roubo a que fomos sujeitos, não tenho paciência para quem anda agora a chorar como se fosse alguma novidade. Qualquer pessoa que veja futebol há mais de dois dias, sabe que sempre foi isto que aconteceu. Acho graça é a quem agora aponta o dedo ao Porto, como se o problema passasse só por aí. Não se recorreu do e-toupeira, não se aponta o dedo ao benfica, aliam-se a quem só nos quer mal, e depois choram.

Digo mais, quem anda a chorar porque o Porto é mau e faz dói-dói, argumentando que atacar os dois ao mesmo tempo é abrir demasiadas frentes, e se deve primeiro atacar o que está (na teoria) mais frágil, é quem sabe perfeitamente que existe essa “aliança” com o benfica. O chamado pacto de não-agressão… unilateral.

Por alguma razão, que não consigo compreender, já muitos Sportinguistas se andavam a babar com um Sporting que ia lutar pelo campeonato, e agora acordaram para a vida. Já não interessava nada, nem negociatas, nem finanças, nem injustiças feitas a quem não merecia, nem nada. Interessava era o Sporting ser campeão, não olhando a meios nem a mais nada. Porque a malta “é do Sporting, não é de presidentes”, tem é de se apoiar quem lá está.

Agora têm aí. O Sporting vai continuar a ser roubado quando tiver de ser roubado, posto de lado quanto tiver de ser posto de lado, e enquanto isso, os outros dois serão beneficiados, porque nenhum dos dois está minimamente preocupado com o bem do Sporting e com a verdade desportiva.

Enquanto não perceberem que não contamos para nada, e que mesmo que contássemos, há coisas mais importantes que vencer campeonatos sem olhar a meios, não se vai ao sítio. O título de campeão já era para cá estar há 4 anos. Tinha graça dizer que não estava cá porque o Ruiz coiso e tal, e porque nos pusemos a jeito com o União da Madeira. E dizer que o nosso presidente era o arquiteto do tetra do benfica. Era giro, não era? Um piadão. Agora, olhem… A brincadeira vai continuar a ser a mesma, mas agora quem têm para vos defender é uma personagem saída dos Batanetes que de vez em quando se lembra de mandar uns espasmos à frente da câmara de televisão.

Continuem a falar do Sporting só por falar, porque “são é do Sporting, e viva o Sporting” e a falar do 4-4-2, do 3-4-3 e da tática do pirilau. A sério, continuem. Continuem a falar de tudo, menos daquilo que importa. Não falem das contas, por exemplo. Para quê? Estes Sportinguistas com a mania que são contabilistas e gestores… Manias. Não falem de como as Modalidades estão cada vez menos competitivas, e de como temos cada vez menos percentagens dos nossos próprios jogadores na Modalidade que realmente vos interessa, o futebol. Para quê? O que é que isso importa? 

O Sporting era dono e senhor dos seus próprios ativos. Tinha, a liderá-lo quem se preocupava com estas temáticas e lutava realmente pela verdade desportiva, e para que tratassem o Sporting com respeito. Tinha um presidente que, à “cara podre”, chegava a um estúdio de televisão e mostrava o que havia para mostrar, dizendo o que tinha de ser dito. Tinha uma Direção que se batia pela reposição da verdade e pela atribuição de títulos merecidos ao Sporting Clube de Portugal.

Agora, temos uma hashtag com conotações manhosas (já saiu aqui um bom artigo sobre isso), temos os tais espasmos para a câmara e a malta bate palmas, porque ainda pensa que este Sporting vai ser campeão, e o desespero é tanto, que sente que se bater palmas a isto, pode ser que a coisa vá ao sítio.

Já não interessa ao Sportinguista aquilo que o Sporting defende, nem aquilo por que o Sporting se bate. Eu quero acreditar que é desespero por ver o Sporting “a seco” há vinte anos, mas cada vez mais acho que há muitos que escolheram vender a alma ao Diabo.

Só assim se poderá explicar que não vejam a hipocrisia que é aplaudir uma… hashtag que, excluindo as conotações acima mencionadas, apela e tem como base a união, quando o Clube vive o momento menos unido de sempre, e é liderado por uma Direção que luta ativamente por essa desunião.

‘Pá, cada um faz aquilo que quiser. Eu sou o primeiro a admitir que se o Sporting for campeão justamente, sem margem para dúvidas, ponho a viola no saco e admito que estava errado. Agora, independentemente do que aconteça, a minha maneira de ver as coisas manter-se-á inalterada.

Não contem comigo para ir com todos para onde todos quiserem ir, eu tenho os meus valores.

#NãoSeVendamPorTutaEMeia

Artigos relacionados