Hashtags para Totós
Existem hashtags (#) infelizes nas redes sociais. Por vezes apenas vazias, como a famosa “união de aço”, que era de palha em cada fibra venenosa dos próprios criadores da ideia de marketing e dos seus difusores operacionais.
Quanto maior a ignorância, maior é a probabilidade de infelicidade.
“Onde vai um, vão todos” é praticamente ipsis verbis a hashtag do grupo conspiracionista de extrema-direita americana QAnon, “Where we go one, we go all” (“Onde vamos um, vamos todos”), abreviado para #wwg1wga.
QAnon é um grupo extremista que tem sido censurado nas redes sociais e alvo de escárnio a nível internacional, por dar voz a teorias tais como: opositores e figuras públicas são adoradores do Diabo, integram redes de pedofilia, planeiam atentados e praticam canibalismo.
Surpreende por isso este desconhecimento e ignorância, ou talvez não. Somos o clube com as figuras públicas mais medíocres e superficiais da sociedade nacional. É também o clube que abraçou as estapafúrdias teorias de conspiração Cashball e Alcochete, com uma estupidez capaz de atribuir grau de incapacidade.
É também o clube cujos adeptos, liderados por cartilheiros e propaganda (também esverdeada), além de alegremente alinharem nessas teorias estúpidas, se vergaram ao rival da segunda circular, ou melhor, a Luís Filipe Vieira e a toda a podridão criminosa que é do conhecimento público e documentada.
É caso para perguntar quem teve a brilhante ideia no clube (ou se veio de fora para dentro como já sucedeu), e se sabem mesmo o que andam a fazer.
Foi intencional ou inocente esta escolha clonada aos QAnon?
Existem causas que valem a pena. Lutar contra a corrupção por exemplo, ou comer o polvo, em vez de lhe servirmos a comida à mesa ou até de petisco.
Depois existem hashtags que são uma valente porcaria e mostram o quão vazio de identidade cada vez mais se tem tornado o clube, um clube de clientes e falácias. Varandas não teria criado uma hashtag melhor. Felizmente, tirando para aqueles muito envolvidos nas redes sociais e na sua própria cabeça, na verdade as hashtags num país pequeno como o nosso não servem para nada, exceptuando publicidade ocasional.
O que importa é aquilo que fazemos.
Os valores e os princípios não dependem de circunstâncias nem se vendem por algumas vitórias. Pelo menos para muitos, pois infelizmente conhecemos bem a fibra de outros tantos.
Verdadeira mudança só se dá através do combate, do combate incómodo e doloroso, que é recompensado com transformação e dignidade (ou com suspensões e expulsões). Não com simulações, teatro e esquecimentos seletivos. Podemos voltar a falar de 2015/16, e pode-se dizer tudo o que se sabe, ou ainda é demasiado cedo, prezados Qs? É que foi-nos roubado o título de campeões nacionais.
Já para não falar do lema do panelas, “um por todos e todos por um”.
Os escRoquettes são a “nata” da sociedade. A fina flor do entulho, superficial e bafienta
#varandasOUT