Infelizmente sou do Sporting Clube de Portugal…
Não é nenhuma felicidade ser-se deste clube…
Devemos ser pelo amor ao sofrimento. Sim… nós adoramos sofrer… E parece que tudo o que fazemos, mas mesmo tudo o que fazemos, só nos traz ainda mais sofrimento. Mesmo que, à partida, nos pareça a melhor ação do mundo… Mesmo que de inicio até esteja tudo a correr bem… Fatalmente, como num fado, no final ficaremos inconsolavelmente tristes.
Não sei como conseguimos aguentar. Até quem nos gere, há 40 anos, parece que o faz de forma inconsolavelmente triste e ineficaz… Claro que para cada regra existe sempre uma exceção que a confirma. No nosso caso, foram 2 campeonatos… Há 18 e 20 anos respetivamente. Duas alegrias isoladas, num mar de tristezas sem fim.
Somos a metáfora da nobreza (no pun intended) falida que continua a viver das glórias passadas e das aparências. “Somos os maiores de Portugal!” exclamamos perentoriamente sem que nada sustente a nossa “grandiosidade”. Pelo menos nos últimos 40 anos dos 114 que o clube já leva.
“Somos diferentes!” dizemos ufanamente quando adeptos dos outros clubes gozam connosco e com a nossa grande capacidade de sermos tristes… “Somos Diferentes! E temos valores, que defendemos acima de tudo!” Aposto que o leitor seguramente trocaria estes “valores” (que até hoje ninguém enumerou) por uma festa de um título de campeão nacional________ (insira a modalidade à sua escolha)!
E eu, infelizmente, pertenço orgulhosamente a este grupo de tristes.
Mas atenção… Dentro do grupo de tristes, existem vários tipos diferentes. Eu pertenço àqueles que, apesar da tristeza, sonha com o dia que o seu clube vai ser normal, gerido por gente normal que, apesar da tristeza sonha com um clube grande e campeão, mesmo que depois, quando se torna dirigente, não se consiga desviar do caminho das anteriores direções, rumo ao mar de tristezas em que constantemente vivemos.
Mas apesar de infeliz e triste continuo aqui… Continuo a acreditar que um dia esta tristeza se transformará na grandiosidade outrora perdida e que voltaremos a escalar o monte Olimpo onde, voltaremos a fazer parte do panteão dos Deuses
Mas nesta Varanda infernal onde me encontro aprisionado, enquanto o sonho não se torna realidade, continuo a contemplar o mar de tristezas sem fim em que se tornou o meu clube, desejando que o futuro não contemple mais Varandas infernais disfarçadas de outras partes da casa e a pensar que infelizmente sou e continuarei a ser do Sporting Clube de Portugal.
Saudações Leoninas,
José Gil