O que achas do i-voting? Achas que que se pode aplicar tanto a AG’s eleitorais como a AG’s ordinárias?

Numa altura em que se verifica uma quase total ausência de actualidade desportiva fruto da pandemia de covid-19 o rugido avança com uma iniciativa diferente e original, colocar questões aos nossos diversos autores, as quais serão respondidas com as suas opiniões, sem filtro.

Posteriormente a iniciativa será alargada ao nosso público pelo que podem desde já deixar as vossas respostas no solta um rugido.

Veja também:

Hulk Verde
Todos os meios e mecanismos que aumentem a participação nas decisões do Clube são legítimos, mas depende do uso e do escrutínio que têm, para que possam garantir fiabilidade e autenticidade dos resultados. Hoje em dia existem ferramentas como a Assinatura Digital, que podemos realizar com um leitor de cartões munidos do Cartão de Cidadão, para autenticar documentos digitais, que cada vez mais substituem os equivalentes em papel. O mais importante é a democratização quer do voto, quer da verificação de autenticidade do mesmo, sem que impeça o direito de todos os votantes ao voto secreto. Isto não invalida o receio que se transforme num meio de controlo e adulteração do sentido de voto, ou manipulação do resultado final das eleições. Mas isso já existe sem voto electrónico, provavelmente com muito mais risco associado. Mais importante que o método, é a sua segurança e veracidade, e esta só pode ser garantida por quem supervisiona e valida os procedimentos.

Sagui Leão
O i-voting à partida é uma boa medida para incrementar a participação na vida do clube, principalmente em decisões que se resumem apenas a votação, eleições. Dito isto, considero que não faz sentido nenhum que sejam implementadas em AG’s ordinárias, onde é suposto existir uma discussão preliminar e posterior votação. Deve apenas votar quem participa da AG. Além disso, é fundamental que este processo seja feito por entidade independente e devidamente escrutinado pelas partes envolvidas.

SiberianWyvern
Vimos como há menos de 6 meses atrás os sócios do F.C. Barcelona recusaram tal opção. Vimos a polémica na Ordem dos Advogados, que não tem a grandeza/dimensão associativa de um clube como o SCP. Vimos casos polémicos em estados dos EUA, na Suíça, na Rússia, na Índia. Não é um método fiável no futuro próximo.

O sistema mais fidedigno reside numa supervisão independente, acreditação à prova de bala, e fiscalização posterior que garanta zero dúvidas.

Quando nos deparamos com códigos de barras e/ou numéricos, entradas e saídas em AG’s que pressupõem debate (o termo “Assembleia” devia deixar isso claro), autocarros que recolhem votantes com voto pré-determinado, sacos a saírem pelas traseiras, actas incompletas – falta de dados, assinaturas – e até desaparecidas – a tal segunda acta assumida – AGs a meio da semana (…), a última preocupação dos associados do clube deveria ser a da implementação de um sistema de i-voting.

O objectivo desta urgência é claro: diluir ao máximo qualquer tipo de debate participativo, alargar rapidamente o espectro votante aos mais desinformados/influenciáveis, e evitar uma confrontação de ideias. A isto somam-se todos os factores que criaram polémica quando tal sistema de voto electrónico foi experimentado.

Existindo vulnerabilidades, estas poderão ser exploradas se necessário e com um nível (ainda) maior de opacidade; algo que já se verifica no nosso clube no sistema dito tradicional. Deveria ser chocante e inaceitável, mas a autocensura e a influência (roçando o tráfico de influências na verdade) de algumas figuras impede que seja alvo de investigação jornalística e o consequente abalo que se seguiria.

Nestas circunstâncias não é uma medida que tenha qualquer espírito democrático por trás, desenganem-se os inocentes; é uma mera manobra política envolta em retórica: basta conhecer os actores em causa e suas acções passadas (comecem com o percurso de PMAG de Rogério Alves e as diversas tácticas utilizadas).

A minha resposta é, por isso, negativa.
Devolva-se primeiro a democracia – não o chavão, tão maltratado, mas o princípio aplicado na sua verdadeira acepção – e transparência total com os métodos já implementados e disponíveis. Essa é a prioridade.
Exijam respeito, exijam voz, exijam transparência. Não é sobre o clube apenas, mas sobre o que cada um de vós merece. Não aceito que achem que merecem tão pouco.

Cristóvão Braz Janela
O i-voting é fundamental para manter a estabilidade directiva no Sporting. Com o i-voting implementado deixa de existir a necessidade de churrasquinhos e boletins numerados, ajudando o planeta através do consumo de menos papel e diminuição das emissões de CO2. A Greta agradece.

LCustodio
Não é fiável. É uma forma de esta direção se perpetuar no poder.

Peyroteo
Acho que pode ser solução desde que auditado por uma entidade externa em eleições. Em Assembleias Gerais acho que o voto deve ser presencial.

5k1walker
I-voting poderá ser interessante se tiver participação externa. Não acredito nos que estão dentro do clube.

Green Arrow
A questão que se impõe, a meu ver, ultrapassa a qualidade do I-Voting enquanto ferramenta. Creio que a questão tem mais a ver com a ética, ou falta dela, de quem o executa. Num ambiente onde prevalecesse a ética, e os Sportinguistas não vivessem constantemente sob a ameaça da falcatrua, seria uma boa opção. Como não é o caso, oponho-me.

Já bastam as dúvidas que pairam sobre a legitimidade de alguns resultados (AG de 23 de junho à cabeça). Entregar a ferramenta electrónica, às mãos de quem possa tencionar deturpar os factos, é como entregar a chave de nossa casa a um assaltante. É como pedir para sermos enganados.

Não tenho confiança nos atuais Órgãos Sociais, que me permita acreditar nos resultados de uma hipotética votação electrónica.

Green Floyd
Sou a favor do voto electrónico desde que implementado por uma entidade externa e imparcial, e devidamente fiscalizado por uma entidade independente, coisa que com esta gente não acredito.