RUGIDO VERDE

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Sexta-feira, Março 29, 2024

“Objectos Voadores Mal Identificados”, vamos falar dos dias 13, 14 e 15 do julgamento

Nesta ocasião, vou ter de começar quase pelo final da semana de julgamento, devido a questões que quero desde já deixar claras. Não obstante, Gonçalo Álvaro e  Ludovico Marques, da team Varandas, serão abordados mais a fundo – com surpresas mesmo para quem acompanhou a narração – apenas na última parte deste artigo, de modo a garantir o vosso sequestro em tese durante cinco minutos.

Fiquei pasmado ao ver a precisão com que Sebastian Coates vira tudo, pelo menos a nível supérfluo, após descrições de ambiente confuso e fumo. A “check-list” foi completa. Sendo muito alto, e subindo o fumo (em teoria não aplicável a cenários especiais) , tornou-se ainda mais impressionante tal visão periférica.

Vou ser sincero, como sempre procuro ser: foi a questão do cinto que me despertou a atenção. Segundo Coates, William foi agredido por tal arma adaptada, o que constitui toda uma novidade até hoje. Fui imediatamente à procura do artigo referente aos depoimentos dos jogadores na GNR, para comparação, e deparei-me com o seguinte: o nome dele não constava. 

Só poderiam existir duas possibilidades para isso. A primeira, o depoimento ser demasiado grave, ainda mais grave que o descrito pela vítima “número uno”, Ludovico (lá chegaremos). A segunda, o não ter rigorosamente nenhum destaque em particular, não conter cinto, e limitar-se a linhas muito gerais. 

A resposta certa é a segunda hipótese.

Sendo assim, fiquei feliz pelo memofante que seguramente Coates andará a tomar. Tal terá sido, também, o sentimento de Ludovico Marques, chamado a depor no mesmo dia, por ver reafirmado por um renovado Coates, o lançamento de uma bolsa de gelo na sua direcção. Perdão, um estojo de higiene, segundo Ludovico Marques. Perdão outra vez, Battaglia, na continuação do testemunho, disse que foi uma bolsa de gelo.

Na ausência da referência anterior de Coates a uma agressão de cinto, sendo que os avistamentos de um cinto em Misic (corpo, cabeça, cara, até agora) sem ferida visível se multiplicaram recentemente, considero que pela simpatia de Coates, ele merece que tal engano seja passado em claro. Lamento profundamente, no entanto, que tal se verifique na casa da justiça, um pilar do Estado de Direito. 

Os enganos estão longe de ficar por aqui. Battaglia, que afirmou, em carta de rescisão assinada e em depoimento anterior, ter sentido “uma forte dor nas costas” motivada pelo lançamento covarde de um garrafão de água de 25L, deve ter-se equivocado ao referir nesta ocasião que “foi no peito.” No entanto, como viria a afirmar na continuação do testemunho, as “fortes dores no peito,” motivadas pelo objecto, acredito que desta vez se referia mesmo a essa zona do corpo. Qualquer dúvida, suscitada pelas outras versões (seis), poderá ser esclarecida pelo emigrante Podence: o garrafão foi atirado ao Rui.

Curiosidade das curiosidades, existe um elemento que não entrou no menu, até porque tudo o que é em excesso causa indisposição. Qualquer agressão das dezenas sofridas por Jorge Jesus em tantos espaços, esfumou-se do elenco. Com tal visão periférica, não só de Coates, Acuña, mas também do pobre Ludovico e do “tranquilizador” Battaglia, como foi possível? Talvez tenha sido referida, mas por lapso, o nome foi trocado. Digamos que William era afinal Jesus, levou “socos e pontapés” e pediram-lhe para “despir a camisola,” uma experiência que também se expandiu recentemente a outros jogadores, após omissão na vasta maioria dos depoimentos que precederam o julgamento.

Assim que o testemunho de Jorge Jesus se aproximar, voltarão a surgir descrições variadas das múltiplas agressões sofridas, seja lábio ensanguentado, seja nariz a jorrar sangue, seja olho negro, seja cinto na cara, seja cinto no corpo, soco na cara pelas costas e por aí fora num espaço da Academia à escolha. Neste último dia, derivado da presença do pobre Ludovico, o fundamental residia nos jogadores terem em mente que esta vítima viu um objecto atirado na sua direcção que nem uma bala, pelo menos para um fisioterapeuta profundamente limitado a nível de motricidade, seguramente. 

Teríamos de recuar ao dia 10 de julgamento para encontrar uma única referência semelhante. Mais, é algo ausente dos depoimentos à GNR de ambos jogadores que subitamente se recordaram de tal objecto voador mal identificado (OVMI).

Desengane-se quem pensa que a repetição sistemática e articulada entre partes resulta nalguma confirmação. O julgamento não está a ser presidido por idiotas e nenhum destes “fenómenos colectivos” passa despercebido.

Vamos agora recuar ao primeiro dia de julgamento da semana (13). 

Palhinha, que assumiu não ter sido agredido por ninguém, manteve-se dentro das linhas gerais e consensualizadas entre jogadores (inconsistências já detectadas à parte), destacando-se a identificação do elemento com “dente de ouro”, tal como Ristovski. Descreve, igualmente, a tocha dirigida a Mário Monteiro e refere que “quase lhe embateu na cara,” o que é estranho, face à localização da mancha (sem buraco) visível na camisola do mesmo. Mais uma vez, Varandas não é visto a desviar-se de tal tocha “a si dirigida,” podendo já ser classificado como mito urbano, corroborado apenas por quem o quiser agradar em nome de um aumento.

Viu o momento da conversa entre Jorge Jesus, William e Fernando Mendes, sem referir o tal sangue no nariz/lábio que apenas um par afirmou ter visto, e que muitos mais, incluindo Paulo Cintrão, não viram. 

Referiu que no aeroporto da Madeira existiu exaltação, quer de Battaglia, quer de Acuña, algo negado por ambos posteriormente, apesar de visível em imagens.

Descreveu a reunião (pós-Madeira) entre Bruno de Carvalho e jogadores como tendo momentos tensos, em que Bruno de Carvalho alertou para o problema em que se tinham metido, devido ao confrontos na Madeira e seus protagonistas. Naturalmente, essa tensão também envolveu William e Patrício, na altura capitães de equipa e futuros rescisores.

Apenas ouviu “O Sporting somos nós” e referências a acusações de William e Patrício “quererem sair por dinheiro,” algo que era amplamente sabido no meio pelas várias investidas ao longo do tempo nesse sentido. Não mencionou qualquer ameaça de morte. 

De referir que, além de não ter visto Frederico Varandas a evadir-se de uma tocha, não o viu igualmente no balneário até tudo terminar. O avistamento do homem que revolucionou o Médio Oriente foi posterior, sem qualquer acção relevada.

Estando ao serviço do Sporting Clube de Braga desde esse Verão, o receio desvaneceu e sente-se seguro na cidade onde se encontra. Mais seguro ainda se sentirá, se a oferta do Betis de Sevilha, que inclui um forte incremento salarial, se concretizar sem entraves. 

Não terá tomado memofante, pois é mais um numa série infindável que não se recorda da autoria do vídeo viral, cujo principal suspeito mais tarde viria a depor.

Seguiu-se Gonçalo Rodrigues, que integrava o Gabinete de Apoio ao Jogador, cujo testemunho me suscita  particular curiosidade. Tendo sido envolvido no caso “cashball”, um caso que em tudo aponta para tentativa de incriminação, mais do que a qualquer sistema corruptivo (geralmente com um grau de sofisticação razoável e códigos vincados) pela torpe prova vinda a público, era uma testemunha que poderia ser alvo de pressões por parte do Ministério Público.

Confirmou que o teor da reunião com a direcção apontava para o despedimento do treinador. Não confirmou, com certeza, a hora que foi dita, se foi dita, para o encontro do dia seguinte na academia. Não recebeu informação de qualquer visita por parte das claques, visita essa que acontecera pacificamente um ano antes.

Confirmou ter estado reunido com André Geraldes, devido às notícias do caso lançadas nesse dia, que o envolviam também, e que Bruno de Carvalho também esteve por vezes presente. Abandonaram a sala assim que surgiram as notícias da invasão, descrevendo Bruno de Carvalho como tendo uma expressão de “surpresa total.”

Como já fora expresso anteriormente por Mathieu, que referira que nada mudara no pós-Madrid, Rodrigues reafirmou que nenhum pedido lhe chegara, nem qualquer preocupação lhe fora expressa. Sendo membro do GAJ (a última sigla referindo-se a jogadores, e não a Jesus), qualquer especulação em contrário fica encerrada.

O testemunho de José Laranjeira, ex-scouting, foi bastante relevante. Auxiliou Bas Dost a movimentar-se, tendo conversado com ele, sem referir qualquer avistamento de Frederico Varandas. Mais, quando questionado se vira Varandas (na sua versão “eu e Rolin Duarte”) ou Virgílio Abreu (“auxiliei-o sozinho”) em tal papel, a resposta foi taxativa: “Não!”

Sobre Jorge Jesus, apenas refere que teve a impressão de “agressão ou tentativa,” no decorrer da saída dos “invasores” pela porta de vidro, enquanto perseguia um elemento. Efectivamente, via imagens CCTV, verifica-se esse momento e a perseguição ao indivíduo, não ocorrendo qualquer agressão mas antes um curto engarrafamento que o fez perder de vez esse elemento, que não mais parou até à saída da Academia (integrando de perto os primeiros a abandona-la).

Assistiu ao encontro entre Jesus, William e outros elementos (entre eles Fernando Mendes), classificando a conversa como tranquila. Não descreveu qualquer marca em JJ, muito menos qualquer sangue numa narina ou lábio. 

Segundo Laranjeira, apenas Bas Dost apresentava “ferimentos visíveis.” Algo que já fora sublinhado por diversas pessoas (GNR e não só), por mais versões criativas que queiram adicionar.

Considerou que a reunião com a direcção no dia anterior se prendia com um eventual despedimento do técnico, bem como o encontro que iria ter lugar no dia seguinte na Academia.

No dia seguinte de julgamento (dia 14), foi a vez de Vasco Santos, Acuña e Battaglia. Este último viria a concluir o testemunho (questões dos advogados) apenas na tarde do dia 15 de julgamento.

Vasco Santos, então Director de Operações e Segurança, esteve presente na reunião na casinha, mais de um mês antes, de onde emergiu o terrível “façam o que entenderem,” tornado “façam o que quiserem,” que mais tarde adquiriu a forma final de “carta branca.” Deixo aqui o pedido para abolirem tal frase do vocabulário com qualquer conhecido ou desconhecido. Não importa o contexto. Se algo suceder, seja um acidente, tiroteio ou incêndio, poderão ser acusados de dar “carta branca” a qualquer eventualidade posterior (dias, semanas, meses), mesmo que o tema seja o menu do jantar.

Aviso feito, afirmou que o tema não envolveu qualquer invasão ou visita ao balneário. Dizia respeito a coreografias e tarjas, sendo uma reunião não-secreta, com muitos participantes, e proferida no final para encerrar a discussão. Vasco Santos acrescentou ainda que Bruno de Carvalho tinha problemas com o nascimento da filha (público), e que já se encontrava cansado do assunto em discussão, tendo de atender a outras prioridades muito mais importantes não só para ele, como seria o caso para qualquer um de nós.

Num período posterior, não recebeu qualquer informação a respeito da intenção de visita da academia, nem qualquer aviso, incluindo de spotters.

Fez uma revelação muito importante. A porta do balneário não fechava “a pedido do departamento de futebol.” Esta informação foi comunicada a Bruno de Carvalho dois dias depois da “invasão”, que o questionara a respeito do portão não ter sido fechado por quem de direito e dessa porta em específico, tentando perceber o quê e quem tinha falhado. 

Tais pessoas não são arguidas no processo.

Por último, Vasco Santos voltou a desmontar outra história: as tochas dirigidas em forma de narrativa a Rui Patrício. Digo isto, porque nem existiu fuga para o meio-campo, nem lhe tentaram acertar (só podem ser lançadas para a pequena área desde aquela localização) e o meio-campo foi escolhido de forma aleatória. O resto é gaslighting. 

Vasco referiu que não foi informado, não estava previsto, fugiu ao controlo da liderança da claque, acabando por gerar surpresa e posterior desagrado. Mal sabiam ainda da narrativa que iria depois surgir.

Finalmente, neste dia de julgamento, foi a vez de Acuña e Battaglia. Dois jogadores envolvidos em gestos depois do jogo com o Marítimo, que ditou a entrega do segundo lugar ao rival encarnado, e ainda em confrontos no aeroporto da Madeira. Ambos negaram tudo, apesar das imagens públicas e disponíveis.

Acuña nada fez após o jogo concluir (são visíveis gestos nada simpáticos para os adeptos na bancada), ouviu no aeroporto alguém chamar por si, e partiu. Pelo caminho, esqueceu-se desses gestos gravados, insulto(s) e confronto.

A preocupação e avisos de Bruno de Carvalho na reunião posterior, a respeito do problema criado, não tinham por isso fundamento. Acuña ainda referiu que queria ser ele mesmo a lidar com o assunto, falando com os adeptos em causa, mas como se pode falar sobre nada?

Foi também feita uma revelação interessante. O filho de Acuña foi operado duas semanas após a invasão, tendo tentado evadir a resposta, o que a Juíza não permitiu. Pediu apoio e tal foi prontamente dado pelo clube. Para tanto jogador que afirmou “ter perdido a confiança” até aumentos salariais acontecerem, não deixa de ser um facto assinalável.

Em relação ao balneário, viu William tentar fechar a porta. De referir que neste aspecto, existem versões para todos os gostos, mas pelo menos neste caso os jogadores não ficaram “sentados à espera de levar pancada.”

Considero que a questão perde qualquer relevância, a partir do momento em que: Vasco Santos revela que a porta do balneário foi aberta a pedido do departamento de futebol; Ricardo Gonçalves lidera o pelotão de entrada, com várias outras portas pelo caminho a serem abertas. Podem até dizer que foi Varandas a tentar fechar a porta.

Fez uma descrição muito geral das agressões de que diz ter sido alvo, o que não permite esmiuçar. 

No entanto, nas ameaças que sofreu, foi específico: “sabemos onde vives e onde os teus filhos vão à escola” e “vamos-te matar.”

Vou pegar sem meias palavras. 

A primeira frase/ameaça consta do depoimento que fez à GNR (7 de Agosto de 2018). A segunda foi acrescentada, o que tem sido uma táctica concertada de mediatismo, pois agora todos os jogadores foram ameaçados de morte. 

Tal pode ser comprovado.

Novamente, alerto aqui para uma concertação premeditada de frases bombásticas que fazem parangonas repetitivas em jornais e que constituem um desrespeito para o tribunal, para o julgamento e para a vida de muitas pessoas ainda jovens; as quais, apesar de terem feito borrada da grossa, não levaram armas brancas, não lesionaram ninguém (uma ferida visível), e ainda propiciaram o enriquecimento a muitos dos envolvidos, que não duvidaram em empolar mediaticamente ao ponto de massacre informativo, e em tirar proveito máximo do acontecimento.

Voltando a Acuña, refere ainda agressões a outros jogadores de forma generalizada,  por exemplo socos na cabeça/cara de William (algo não corroborado pelo próprio em depoimento à GNR; muito menos pela selfie um par de dias depois ausente de qualquer marca ou inflamação) e acrescenta o garrafão em Battaglia. Novamente, tal garrafão não consta do depoimento anterior de Acuña mencionado acima.

Acrescent,a também, os “suspeitos à porta” (já existem variadas versões, que vão de dois a cinco, por vezes com staff), numa tentativa cada vez mais repetida em criar a ideia de que estavam tantos elementos encurralados (acusação de sequestro), apesar de haver quem entrasse e saísse, num encontro que terá durado 5 minutos.

Desmentiu ter tentado rescindir (falso), desconhece Gonçalo Álvaro e repetiu o uníssono: “ainda hoje, cada vez que perdemos…”

Chegamos a Battaglia, já referido no princípio deste texto já longo e que ainda só vai a meio do sequestro, esperando que não tentem sair até concluir.

Como referido, segundo ele, afinal o garrafão embateu no peito. Pergunto-me como estará a visão dos restantes que descreveram versões alternativas. Ou melhor, a memória de curto prazo. Continuo a afirmar que o mais provável é o garrafão ter sido derrubado e ter tocado num braço ao cair, não deixando marca (ver saída do Montijo nessa noite) em lugar de uma projecção olímpica para todas as zonas corporais possíveis e impossíveis. 

No artigo do Expresso, onde constam os relevos dos depoimentos à GNR de 19 envolvidos, existe uma única referência ao garrafão: a do próprio, nas costas, algo que deitou agora por terra. Como assinalado, repetira essa já desacreditada versão na carta de rescisão. 

O resto é fantasia mal alinhada e que não deveria ter lugar por respeito à autoridade do tribunal e a quem o preside. 

Descreveu uma sessão de pancadaria à sua pessoa que não possibilita a ausência de marcas nas imagens captadas essa noite, pois ainda tem cara e braços visíveis, zonas que disse terem sido repetidamente agredidas. 

Por essa razão, somada à mentira do garrafão nas costas (carta de rescisão e depoimento anterior), todas as restantes descrições de agressões não têm qualquer valor ou credibilidade.

Não fez nada no aeroporto, excepto “tranquilizar” e, revendo as imagens, essa descrição é falsa. O próprio Paulo Cintrão descreveu que, quer ele, quer Acuña “responderam mal aos adeptos, em Espanhol.”

Ainda um elemento que parece irrelevante, mas é importante sobre o que se tem passado. Ambos (Acuña e Battaglia) referiram que viram Bruno de Carvalho na academia 2 horas depois. Um atraso questionável, dirão alguns. Pois bem, é mais um elemento adulterado. Num depoimento anterior, um destes dois (fica o segredo, mas foi Acuña) jogadores refere 30 minutos, tendo adaptado agora para 2 horas.

A intenção fica ao vosso critério.

Na continuação no dia seguinte do julgamento, Battaglia viria a dizer que adicionou alarmes em casa, quando questionado sobre medidas e mudanças no estilo de vida motivadas pelo terror. Perdido pelo caminho, ficou o que alegou na carta de rescisão e que teria de provar: acompanhamento psicológico na Argentina.

Referiu ainda que voltou devido ao sistema de vigilância e barreiras na academia terem melhorado, sem ser capaz de concretizar com detalhe quando questionado ao respeito. Eu não descansaria até Ricardo Gonçalves abandonar o país, pois não faltavam barreiras nem inúmeras câmaras de vigilância na Academia.

A multiplicação do salário é a melhor rede de segurança e a única que realmente importou.

Chegamos por fim ao último dia de julgamento da semana (15). Gonçalo Álvaro, Ludovico Marques e Coates. 

Inseparável de Frederico Varandas e da sua Clínica, Gonçalo Álvaro abandonou o clube juntamente com o ex-médico, apenas para regressar pouco depois com uma promoção no bolso. Tido por muitos como o autor do vídeo viral, Álvaro negou a autoria, como seria de esperar (potencialmente mentindo em tribunal) , não sabendo quem foi que o filmou e enviou para difusão. Se  tivesse assumido a autoria estaria a indicar ter sido a mando do agora presidente, pois é assim que funciona há vários anos a relação cúmplice entre eles.

Disse cobras e lagartos sobre Bruno de Carvalho, lançando insinuações – assim fiel à filosofia ComCorpus Clinic, com a qual tem extenso histórico de colaboração – acrescentando até, numa mudança de tom e em jeito de encomenda mediática: “ele disse que considerava a Taça uma merda.” 

Um exclusivo da Clínica, em versão revista Maria, não corroborado de forma alguma por outros testemunhos não ligados a esse espaço.

Disse que se juntou a Rolin Duarte no auxílio a Dost, algo desmentido por Laranjeira, Virgílio Abreu e o próprio Frederico Varandas no áudio do Sporting 160 (em que assume esse papel juntando-se pessoalmente a Rolin Duarte), e viu… coisas, como por exemplo tectos. Entre essa mentira e o modo voyeur, algo mais terá feito. Se terá sido uma gravação e o respectivo envio, fica novamente ao vosso critério.

Quando “apertado”, começou a ter problemas de memória e a desdizer-se. Já não se lembrava se Dost ia sozinho ou acompanhado, se vira Jorge Jesus no aeroporto da Madeira, se algo fora dito, como se chamava, nem o que estava ali a fazer.

O seguinte a ser ouvido foi Ludovico Marques. Pobre Ludovico. Ninguém sofreu tanto como ele. Fisioterapeuta, tal como Gonçalo Álvaro antes da promoção, despedido por Bruno de Carvalho “sem saber porquê,” brindou-nos com uma ode ao sofrimento. Naturalmente, regressou ao clube, ou não fosse ele da team Varandas.

O sofredor Ludovico levou com um gelado na testa. Peço perdão, com uma bolsa de gelo, segundo os bem articulados Battaglia e Coates. Na verdade, tratava-se de um estojo de higiene, segundo Max.

É mais um Objecto Voador Mal Identificado. Foi tão grave, que Ludovico se esqueceu de mencionar tal num primeiro depoimento e, claro, mais ninguém viu o acontecimento na altura. Eis que começou a surgir como avistamento consensualizado.

Não existiu descrição mais espalhafatosa do que a de Ludovico, o mártir de Alcochete. Já assim fora no depoimento à GNR.

Agora, até foi ao hospital, mais tarde até fez uma radiografia certamente relacionada com a bolsa-bala. Tinha um hematoma tão grande que ninguém o conseguiu ver. Ficou tonto, mas ainda com capacidade para descrever pancada épica, a qual incluia pontapés no peito, ao melhor estilo Kill Bill. Ainda foi a tempo de dizer que Carlos Mota apenas fora empurrado, quando anteriormente (GNR) referira “um murro nas costas.”

Foi intimidado por Bruno de Carvalho na reunião do dia anterior que, de forma malvada, o olhou olhos-nos-olhos, colocou o dedo em riste e disse: “Ludovico, não podes ir ao quarto de banho, para ti só um penico.” 

Humilhado, Ludovico jurou vingança.

Viu Virgílio Abreu e Varandas a assistirem Bas Dost, algo que seguramente descreveu mal, pois o próprio Varandas dissera que nada fez a esse nível (registado em áudio). No entanto, colocou bem Carlos Mota nesse gabinete (uma das fotos revela a sua presença) e referiu Gonçalo Álvaro, que estaria de facto sempre próximo de Varandas, após entrarem em cena com o abandono dos “invasores.”

Não foi uma total perda de tempo e passo a explicar.

O problema aqui é que essa aglomeração espacial durante assistência a Dost… coincide precisamente com as fotografias, nomeadamente uma delas pela presença identificável de Virgílio Abreu e Carlos Mota em tratamento (pelas mãos e outros pequenos detalhes pessoais). O que quer isto dizer? 

Quer dizer que, pelo testemunho de Ludovico, as fotografias difundidas de Dost foram tiradas ou por Gonçalo Álvaro ou por Frederico Varandas, as outras duas pessoas presentes no gabinete nessa fase e com as mãos livres. Isso explicaria a autorização de Virgílio Abreu a tais fotografias invasivas durante o tratamento. Tal só seria possível com aval superior, colocando agora este último testemunho, de forma involuntária, todas as peças na salinha que faltavam à também sessão fotográfica que, posteriormente, junto com um vídeo filmado poucos minutos antes, causou o pânico pela partilha e notícias falsas (esfaqueamentos, bastões, etc) quase em tempo real.

Podem também encaixar a notícia desse dia “Fisioterapeutas do Sporting esfaqueados” (pelas 18:00h – com o recuo adicional de alguns minutos entre o envio da informação e preparação da notícia- TVI, ainda nem Bruno de Carvalho e André Geraldes teriam chegado à Academia), Gonçalo Álvaro era fisioterapeuta antes da promoção. Tal notícia só o poderia ter a ele como fonte ou o seu superior e elemento de enorme confiança. Não fazia qualquer sentido este tipo de notícia falsa e com tal enfoque, novamente com destinatário mediático, tal como o vídeo e as fotografias difundidas.

Finalmente, concluímos como começou, com Sebastian Coates. 

Vou fazer uma experiência. Se disser de cor, sem verificação, o que deve ter dito por ele sobre o balneário, atiraria isto: que viu quatro colegas a serem alvos, que viu um cinto, que viu um garrafão a voar, que viu uma bolsa de gelo projectada, que viu a tocha dirigida a Mário Monteiro, que lhe disseram para despir a camisola, e que ainda sente medo cada vez que perde. 

Terei provavelmente acertado em tudo. Não fui ver, andei para trás e para a frente noutros testemunhos desde que iniciei este artigo e, por isso, peço que verifiquem por mim. 

Chegamos assim ao fim. Foi mais uma semana repleta de repetições, concertação ridiculamente nítida, mas várias revelações importantes. 

Tenham atenção aos gelados voadores dirigidos à testa. 

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Comments

  1. ZéDasCouves

    eish!
    grande trabalho!
    muitos parabens!