RUGIDO VERDE

Passou quase um ano desde a vitória da candidatura “Unir Sporting” nas eleições de 8 de Setembro do ano passado, em que “Unir Sporting” foi apresentada como a Missão da candidatura: “UNIR o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL exige uma pacificação interna, exige arrumar o passado, não censurar opiniões  e opções livres tomadas nesse mesmo passado, a favor ou contra determinadas pessoas ou determinados programas.”

Passado quase um ano desde que assumiram funções, os actuais Órgãos Sociais não conseguiram minimamente pacificar internamente o clube, e algumas das razões são mesmo porque não conseguiram “arrumar o passado”, do qual é exemplo a forma desastrosa como (não) geriram o processo da “auditoria forense”, que acabou na divulgação pública de uma “auditoria de gestão” antecipada por uma surreal conferência de imprensa, ou como  “censurar opiniões livres”, como foi o caso do fim do programa “Pressão Alta” na Sporting TV e a (não) justificação  que deram para o fim do programa de maior audiência do canal, exceptuando as transmissões de eventos desportivos em directo.

O programa eleitoral apresentado assentava em 8 pilares x 8 medidas, tendo como base o slogan “Zero Suspeição”, como sua principal bandeira eleitoral. Mais, foi referido pelo próprio cabeça-de-lista, Frederico Varandas, na campanha eleitoral no âmbito da “Zero Suspeição”, não basta ser transparente, é preciso parecer.

No capítulo do programa eleitoral relativo à “Zero Suspeição”, assume especial destaque a referência à Integridade – “Divulgar as declarações anuais de rendimentos de todos os membros dos órgãos sociais do Clube e dos Administradores da SAD que sejam remunerados pelo clube ou pela SAD” e a frase “Queremos que os sócios do Sporting vivam tranquilos quanto à competência e à seriedade que governam o nosso clube” – Frederico Varandas, 26 de Junho de 2018.

A não divulgação das declarações anuais de rendimentos de todos os membros dos Órgãos Sociais do Clube e dos Administradores da SAD que são remunerados, é um sinal de claro de incumprimento de uma promessa eleitoral que estava incluída no programa eleitoral da candidatura “Unir Sporting”, na medida em que as pessoas em questão já estão em funções no clube/SAD desde 2018, e que, de acordo com a lei, tiveram de entregar a sua declaração de rendimentos referente a 2018 à Autoridade Tributária, até 30 de Junho de 2019.

Neste caso concreto entre outros, bem se pode constatar que transparência nem vê-la, independentemente de ser ou parecer, o que se traduz não em “Zero Suspeição”, mas sim em Suspeição Total. Esta situação da transparência ou falta dela também é aplicável ao facto de um membro do Conselho Directivo ser funcionário de um actual prestador de serviços do clube, bem como parte da actual equipa médica do clube ter transitado da clínica do actual Presidente.

Passados mais de 11 meses da gestão de Frederico Varandas, acreditamos que cada vez mais sócios estão intranquilos quanto à competência e à seriedade do actual Presidente, conforme se pode verificar pelo crescente número de declarações de preocupação de sócios na Comunicação Social e nas Redes Sociais, incluindo de assumidos votantes da Candidatura “Unir Sporting”, mesmo que Frederico Varandas diga que não está preocupado. Aliás, o facto do próprio Presidente dizer que não está preocupado é, já por si, uma razão para os sócios do clube ficarem extremamente preocupados quanto à sua competência e seriedade, ao contrário da declaração de intenções que fez, enquanto candidato, a 26 de Junho de 2018.

Se entramos em detalhe no Programa Eleitoral da Candidatura “Unir Sporting” podemos mesmo constatar que já existem situações claras de incumprimento do programa eleitoral, mesmo considerando que estamos a falar de um mandato de 4 anos.

Nos próximos dias, publicarei uma série de 8 artigos com a análise de cada um dos “8 pilares x 8 medidas” apresentados no programa eleitoral da actual Direcção do Sporting Clube de Portugal.

Nota do editor: texto escrito pelo nosso leitor José Coelho