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Quinta-feira, Março 28, 2024

5 anos que mudaram o paradigma – Parte III

A 30 de Abril de 2018, num artigo escrito no Diário de Notícias, Bruno de Carvalho abriu uma frente de guerra ao anunciar o acordo para a compra das VMOCs a 0.30 cêntimos. Isto, em conjunto com um aumento de capital da SAD, fazia com que o maior accionista privado, a Holdimo, perdesse valor e peso na estrutura accionista do clube.

Este foi só um dos 4 vértices do quadrado, que levou, na minha opinião, à queda da direcção.

Esses vértices foram:

  1. O aumento dos resultados financeiros e o acordo com a NOS no valor de 515M de euros;
  2. O crescimento desportivo e o “roubo” do treinador rival, o que fez com que o clube que domina o sistema se sentisse acicatado;
  3. A posição firme da venda dos melhores jogadores só pela cláusula. O que desagradava tanto aos próprios jogadores, como aos seus representantes e empresários (em especial a um) e que veio culminar com o que aconteceu em Alcochete;
  4. O já referido artigo no Diário de Notícias sobre a compra das VMOCs.

O Sporting, devido também ao seu rápido crescimento, não se alicerçou bem para ter tantas frentes de ataque abertas em simultâneo. Bruno de Carvalho nem sempre se rodeou das pessoas certas e tentou-se unir internamente com pessoas com quem nem a própria família se queria unir.

Perante esta ingenuidade e fragilidade de quem cresce rapidamente mas sem os apoios e suporte necessários, o resultado foi uma união de forças para o deitar abaixo.

Repare-se que qualquer um dos 4 vértices saiu a ganhar com esta crise Leonina.

Por outro lado, é necessário dizer às pessoas que o paradigma mudou, mesmo depois destes 5 anos. A exigência agora é outra. Os Sportinguistas conheceram um Sporting diferente e quem conhece o bom já não se satisfaz com qualquer coisa.

A direcção que saiu tem 40% dos sócios com ela. Os sócios mais novos que vão ser o futuro. É preciso não esquecer. A caça às bruxas que terminou com várias expulsões apenas tornou tudo muito pior. O clima é de guerra latente e a união é uma óbvia utopia.

Esta direcção tem uma espada sobre a sua cabeça e depende dos resultados, porque os outros 40% são inamovíveis. Há quem esteja à espera que isso aconteça. Neste clube há sempre alguém à espera que isso aconteça. Depois dos últimos meses, essas posições ficaram ainda mais vincadas.

Apesar da memória curta dos sócios, que é uma coisa que me assusta sempre, acredito que eles queiram sempre o melhor para o clube.

É neste ponto que estamos. E não se prevêem melhorias nos próximos anos.

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