RUGIDO VERDE

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Terça-feira, Abril 23, 2024

5 anos que mudaram o paradigma – Parte II

Mas a partir de 2013 tudo isto mudou.

A bem dizer começou em 2011, quando apareceu um desconhecido que se apresentava com um projecto diferente e nos mostrava outra direcção. Perdeu, mas não perdeu, porque mostrou-nos que era possível vermo-nos livres dessa “casta” de notáveis.

Manteve-se calado e sereno, porque ele sabia e conhecia o famoso “toque de sadim” que essa “casta” tem. Sabia que era uma questão de tempo. E assim foi.

Passado 2 longos e dolorosos anos houve eleições novamente e finalmente Bruno de Carvalho ganhou.

Logo ali no momento imortalizou a frase que todos queríamos ouvir: “O Sporting é nosso outra vez”.

De imediato mostrou a capacidade, o carisma e a força. Os sócios acreditaram que podia haver um Sporting diferente daquele Sporting amorfo que conheciam.

Mas a empreitada afigurava-se de difícil execução: negociar a reestruturação com os bancos, recuperar passes de jogadores, pagar salários em atraso, tornar o clube credível e apetecível a novos investidores.

Isto tudo ao mesmo tempo que se pretendia construir uma equipa competitiva com Leonardo Jardim.

Não se amedrontou, nem se lamentou com o legado deixado pelos seus antecessores e meteu mãos à obra debaixo de apostas de que não duraria 6 meses.

Os abutres mantinham-se vigilantes. Foi derrubando muros, um a um. Perante o espanto de todos, o miúdo estava a conseguir sobreviver na selva do futebol.

No primeiro ano e com um orçamento muito baixo, conseguimos ficar em 2º lugar e ir à Champions League, mas perdemos o treinador que foi logo cobiçado por grandes clubes.

A esta proeza juntaram-se outras duas nada fáceis: a reestruturação financeira com os bancos e a recompra dos passes dos jogadores espalhados por vários fundos. O revés disto tudo viríamos a sofrer mais tarde com a Holdimo a ficar com quase 30% da SAD.

A Comunidade Leonina estava em êxtase. Afinal podia existir “outro” Sporting bem diferente daquele que conhecíamos até ali. Os sócios aumentavam, o estádio enchia, o clube tornava-se vibrante e pujante, muito diferente do clube de “coitadinhos” sempre a contar os tostões.

No segundo ano as contas já apresentavam lucro. Tivemos a notícia que finalmente o prometido Pavilhão João Rocha ia ver a luz do dia. O ecletismo saía reforçado com o regresso do futebol feminino e do hóquei em patins.

O dinheiro das quotas passava a 100% para o clube e a aposta na competitividade das modalidades passava a ser efectiva. O clube continuava a sua rápida escalada sempre com resultados positivos, para espanto dos sócios e adeptos.

Era possível um Sporting diferente do conhecido até ali.

O terceiro ano é definitivamente um ponto de viragem em várias vertentes.

Ao mesmo tempo que se contrata ao rival o treinador mais titulado em Portugal, também se fecha com a NOS o melhor acordo de sempre em termos de direitos televisivos e de imagem – 515M de euros.

O Sporting cresce exponencialmente e passa a ser novamente apetecível para os abutres que verdadeiramente nunca deixaram de estar à espreita. Por outro lado, o Sporting foi buscar o treinador ao clube que dominava (e continua a dominar) o sistema. O que foi visto como uma verdadeira afronta a pedir vingança.

O clube torna-se sustentável a nível financeiro, contratam-se jogadores de topo e cresce no número de sócios. A época de 2015-2016 foi uma das melhores de sempre e mesmo assim não chegou para ser campeão.

No final dessa época memorável, o clube fez várias grandes vendas, com destaque para duas das maiores de sempre: João Mário e Slimani.

Com 2 terceiros lugares, as duas épocas seguintes foram uma desilusão no que ao futebol diz respeito.

Mas o clube não desiste e com uma nova casa para as modalidades anuncia o regresso do voleibol.

Num clube que tanto preza o ecletismo deixava-se de andar com a casa às costas por vários pavilhões. Em 2017-2018 ganhou-se os 4 títulos das principais modalidades na estreia do Pavilhão João Rocha. E que bonito que foi.

A frase “tão grandes como os maiores da Europa” voltou a fazer sentido e os Sportinguistas voltavam a sentir orgulho no clube e no seu ecletismo.

Até que…

(continua…)

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Comments

  1. HULK VERDE

    Excelente série de Crónicas, cada vez que termino de ler uma fico sempre com vontade de ler a próxima. Um resumo que serve para avivar memórias, e sem entrar em grandes detalhes, revela o panorama geral do passado recente do Sporting. Parabéns!