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Sábado, Abril 27, 2024

Neste dia… em 2009 – Entrevista a Zico: “Ouvia os jogos do Sporting pela rádio”


O ídolo do Flamengo partilha a paixão dos leões por influência do pai

Arthur Antunes Coimbra é Zico. E Zico é Flamengo. No domingo, dia em que o Mengo se sagrou campeão brasileiro, após uma seca de 17 anos, a primeira preocupação dos jornalistas cariocas foi telefonar a Zico para saber o que o Pelé branco dizia. Este, em Atenas, a treinar o Olympiacos, falou, naturalmente. E a torcida agradeceu, claro. É assim desde que Zico, então como jogador, brilhava com a camisola rubro-negra, somando 508 golos em 731 jogos no período dourado do clube, com 22 títulos, incluindo quatro campeonatos brasileiros, uma Taça Intercontinental e outra Taça Libertadores.

Como se isso fosse pouco, Zico é ainda o melhor marcador de sempre do Maracanã (333 golos em 435 partidas), estádio que neste domingo voltou a coroar o Flamengo, já sem Zico, pelo menos dentro de campo. Fora dele, Zico continua a ser um torcedor do Mengão. E também do Sporting. E o i falou com ele. Sobre o leão (Sporting). O urubu (Flamengo) ficou, desta vez, de fora.

Com raízes portuguesas sente o Sporting como o seu pai ou é uma paixão menos intensa?

Na verdade, a família do meu pai era de Tondela e de facto sempre tive simpatia pelo Sporting por ouvir os jogos da rádio ao lado do meu pai quando era criança. Aliás, o meu pai recebia os jornais do Sporting semanalmente lá no Brasil. Mas não posso falar que sou adepto. Acompanho o clube como acompanho o futebol, mais agora que sou treinador. Mas não há essa intensidade de paixão clubística do meu pai.

Já viu algum jogo do Sporting ao vivo?

Não tive a oportunidade ainda. Apenas pela televisão.

E acompanha o Sporting?

Como treinador, procuro acompanhar o campeonato português. Tenho amigos que jogaram em Portugal, não só no Sporting. Mas é claro que sempre que vejo o Sporting jogar lembro-me do meu pai.

Sonha treinar o Sporting algum dia?

Não posso dizer que seja um sonho, mas seria um orgulho comandar o clube para satisfazer o meu pai. Ele ficaria muito feliz… lá em cima. Trata-se de um grande clube. Mas hoje estou num outro clube e tenho contrato em vigor.

A HISTÓRIA É verdade, Zico tem dois amores. Do Flamengo, é compreensível sendo ele carioca e formado na Gávea. Do Sporting, é preciso recorrer à árvore genealógica, pois Zico descende de portugueses tanto pelo lado materno como pelo lado paterno. O avô materno, Arthur Ferreira da Costa Silva, era de Oliveira de Azeméis, emigrou para o Rio de Janeiro nos últimos anos do século XIX e estabeleceu-se numa fábrica de cerâmica no bairro de Quintino – daí Zico ser conhecido como Galinho do Quintino (Galinho por ser magrinho, Quintino pelo bairro onde nasceu). A mãe de Zico, Matilde Ferreira da Costa Silva, nasceu já no Brasil.

O avô paterno, Fernando Antunes Coimbra, nasceu e viveu a maior parte da sua vida em Tondela. É aí que nasce José Antunes Coimbra, o pai do jogador. Este, com dez anos, juntamente com a sua família, emigra para o Brasil. Ainda que tenha saído de Portugal muito jovem, José sempre guardou uma grande ligação ao seu país de origem, com o Sporting no topo das suas preferências/prioridades.

 

Fonte: jornal i

Data: 09/12/2009
Local: Jornal i
Evento: Entrevista

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