RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Domingo, Abril 28, 2024

Neste dia… em 2011 – Último jogo de Liedson pelo Sporting

Liedson – Dois golos e lágrimas no adeus a Alvalade

Liedson despediu-se do Sporting com dois golos na Liga de futebol frente à Naval 1.º de Maio, num Estádio José Alvalade com meia casa para o adeus ao “Levezinho”, que parte como sexto melhor marcador na história do clube.

Aos 33 anos e após sete épocas e meia de “leão” ao peito, Liedson pisou pela última vez o relvado de Alvalade e fez questão de se despedir com a sua principal “arma”, marcar golos.

A meio da primeira parte, o avançado colocou o Sporting em vantagem frente à Naval 1.º de Maio num lance típico do “levezinho”: Hélder Postiga rematou, o guarda-redes defendeu e, na recarga, Liedson foi mais rápido do que três jogadores da Figueira da Foz e encostou para as redes.

Depois, ao cair do pano, apareceu Liedson. Não a resolver, mas pelo menos a limitar os estragos. Pela 171ª e última vez.

No final do jogo Liedson, declarou: “Saio e fico com saudades do Sporting. Dei tudo por este clube e despedir-me é uma sensação estranha. Surgiu a oportunidade de sair e, face à idade que eu tenho, e ao desejo da minha família de regressar ao Brasil, decidi que o melhor, para mim, era voltar ao Brasil”.

“Continuo disponível para a selecção nacional”, afirmou ainda Liedson, esta sexta-feira, em Alvalade. “Nunca ter sido campeão pelo Sporting é uma mágoa para mim”, confessou o avançado, de 33 anos, que assegurou, igualmente, que estaria “disponível” para permanecer em representação dos leões até ao final do corrente mês de Fevereiro. Só que o Corinthians, o futuro clube do jogador, não o permitiu.

FICHA DO JOGO

LIGA – 18.ª Jornada – 04/02/2011

Estádio José Alvalade – Assistência: 20 549

Golos: 1-0 Liedson (33’), 1-1 Fábio Júnior (43’, g.p.), 1-2 Simplício (45’ 1), 2-2 Postiga (60’, g.p.), 2-3 Godemèche (67’), 3-3 Liedson (90’)

SPORTING

Rui Patrício, Abel (Cristiano 88’), Daniel Carriço, Anderson Polga, Evaldo, Pedro Mendes, Zapater (Salomão 28’), André Santos (Matías 76’), Vukcevic, Liedson, Postiga.

Suplentes não utilizados: Hildebrand, Torsiglieri, Saleiro, Grimi

Treinador: Paulo Sérgio

NAVAL

Salin, Carlitos, Gomis, João Real, Camora, Manuel Curto, Godemèche, Marinho (João Pedro 63’), Edivaldo (Giuliano 63’), Simplício, Fábio Júnior (Previtali 84’).

Suplentes não utilizados: Bruno Jorge, Daniel Cruz, Hugo Machado e Rogério

Treinador: Carlos Mozer

Árbitro: Bruno Esteves (Setúbal)

Disciplina: amarelos: Liedson (28’),Godemèche (30’), Camora (35’), Evaldo (43’), Abel (61’)

Quase oito anos depois de ter chegado a Portugal, o avançado baiano volta ao Brasil com um rasto de recordes

Quando Liedson renovou pelos leões até Junho de 2013, todos pensaram que o avançado estava a assumir que iria acabar a carreira no Sporting. Era um pensamento válido: estávamos em Junho de 2009 e o baiano tinha terminado a época com 25 golos, a segunda melhor marca em Alvalade. Já não era apenas aquele avançado brasileiro, de baixa estatura, que tanta apreensão tinha gerado na época pós-Jardel. O Super Mário tinha deixado o Sporting órfão de um verdadeiro goleador e Lourenço, Silva e Niculae não davam garantias suficientes a Fernando Santos.

A estreia não foi positiva (jogou os últimos 39 minutos na derrota nas Antas frente ao FC Porto por 1-4), mas logo no primeiro jogo internacional, frente ao Malmoe, fez o gosto ao pé. Foi o primeiro de muitos ao serviço do Sporting até se tornar não só um dos melhores marcadores de sempre da história do Sporting (sexto com 171 golos, atrás de Peyroteo, Manuel Fernandes, Manuel Vasques, Manuel Soeiro e Rui Jordão, este com 187), mas também o melhor estrangeiro de sempre: à frente do argentino Yazalde (126 golos em quatro épocas).

A história de Liedson com os adeptos foi praticamente a história de um amor à primeira vista. Os adeptos queriam golos e vitórias, Liedson dava-lhes golos e vitórias. Por muito difícil que um jogo parecesse, o baiano, que entretanto começara a ser apelidado de Levezinho, decidia com golos decisivos. Enquanto Liedson estivesse em campo, havia esperança. E os golos eram tantos (19 na época de estreia com Fernando Santos), que os adeptos criaram a famosa tarja “Liedson resolve”. E resolvia mesmo. No entanto, tudo ganhou uma maior dimensão com José Peseiro em 2004/2005. Ultrapassado o período de adaptação, que para ele foi apenas 52 minutos, o brasileiro começou a época do início e com um lugar garantido no ataque do Sporting.

O estilo de Peseiro salientou ainda mais a capacidade goleadora de Liedson. Com uma vantagem adicional, que fazia a delícia dos adeptos: os golos ao Benfica. Mas, antes disso, os problemas disciplinares. Liedson teve problemas nos primeiros anos para regressar a Portugal após o Natal e nesse ano especulou-se que terá visto o quinto amarelo para falhar a partida com o Benfica, o primeiro jogo de 2005. Os dirigentes leoninos fizeram tudo para poder contar com o avançado e anteciparam o encontro com o Pampilhosa para que Liedson pudesse jogar. Resultado? Liedson voltou a tempo do jogo e marcou os dois golos na vitória frente ao rival por 2-1. O Levezinho resolvia mesmo e a partir daí começou a ser visto como um pesadelo para o Benfica, para Luisão, para Ronald Koeman e para todos os benfiquistas.

Com Paulo Bento, os sinais de indisciplina continuaram. Os regressos tardios e as discussões com o treinador durante os treinos por não poder usar calças obrigaram-no a falhar alguns jogos até ficar novamente na linha. E quando estava, o Sporting agradecia. Golos, golos e mais golos ajudaram a equipa na era Paulo Bento a disfarçar algumas das dificuldades que o clube atravessava. A admiração por Liedson espalhou-se pelos restantes adeptos e a naturalização, e consequente chamada de Queiroz à selecção, foi uma consequência óbvia. Marcou na estreia frente à Dinamarca e fez o gosto ao pé no Mundial contra a Coreia do Norte, mas já não era o mesmo Liedson que os adeptos ainda guardavam na memória.

Esta época foi o princípio do fim. Apesar dos oito golos (só três no campeonato), Liedson está irreconhecível e já nem os confrontos com o Benfica o parecem motivar. Aos 33 anos, e numa altura em que o Sporting parece preparar-se para mais uma mudança de era, os 2 milhões oferecidos pelo Corinthians foram suficientes para o Sporting confirmar ontem o acordo à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Agora, como sempre, Liedson também resolveu. Deixar o Sporting e regressar ao Corinthians.

Fonte: ionline.pt

Data: 04/02/2011
Local: Estádio José Alvalade
Evento: Sporting (3-3) Navla 1º Maio, CN - 18ª Jornada

Artigos relacionados

Comments

Leave a Reply

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>