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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Neste dia… em 2005, Sporting-Newcastle, 4-1: Uma noite histórica


LEÕES ARRANCAM EXIBIÇÃO DE GALA NUM ALVALADE EM DELÍRIO

O Sporting escreveu ontem uma página gloriosa em termos europeus no seu ainda novo estádio. Há muito que o José Alvalade – mesmo o já desaparecido – não presenciava um jogo tão electrizante e tão mágico, com os leões a repetirem a proeza de 1991, chegando novamente às meias-finais da Taça UEFA. Chapa 4 ao Newcastle de Shearer, Dyer, Kluivert e Souness, após a amarga derrota da primeira mão, deixou o estádio em delírio e os adeptos com vontade de festejarem pela noite dentro. Pudera.

A vitória assenta na garra, no querer, numa vontade absoluta de triunfar que nos últimos anos apenas vimos no FC Porto de Mourinho. Afinal, aos 20′ os leões estavam praticamente fora da prova, com um golo cínico e inesperado de Dyer, mas conseguiram recompor-se e acabar por golear os ingleses… sem Liedson. Um feito em que poucos acreditavam. Mas não foi só a vontade. O Sporting tem mais talento, melhores jogadores e mais classe do que o Newcastle. Os britânicos lutaram muito, foram duros e deram o que tinham. Os da casa ganharam porque são melhores e deram um magnífico espectáculo de futebol.. E sabe bem quando é assim.

Luta

É necessário lembrar que o Sporting partiu para este encontro sem o 31 goleador, sem Viana, sem Enaka e com Pedro Barbosa no banco devido a más condições físicas. Mas ontem aplicou-se o cliché “só faz falta quem cá está”. E no meio-campo esteve um diamante chamado João Moutinho – uma exibição a roçar o sublime – muito bem acompanhado pelo Roca dos grandes jogos, um Carlos Martins empenhado e um Douala desequilibrador a espaços. Foi aí que o Sporting ganhou o jogo. Mas também após a entrada de um debilitado Barbosa, com trabalho precioso no segundo golo e passes de filigrana, que juntos com uma atitude de capitão experiente e corajoso deram um contributo vital à goleada leonina. Em boa hora Peseiro se lembrou dele.

Equilibrado

Quem não viu este 4-1 poderá pensar que o Newcastle acabou por ser pêra doce. Nada disso. Os ingleses tiveram o jogo controlado em muitos momentos. Mas quando o Sporting conseguiu acelerar o seu jogo, trocar a bola com senso e profundidade e chamar às alas Rui Jorge e Rogério, aí sim a equipa de Souness passou maus bocados. Os primeiros cinco minutos foram demolidores, o início da segunda parte idem aspas e os 20 minutos entre os 70′ e os 90′ ficarão na memória dos 33 mil felizardos que se deslocaram a Alvalade.

Peseiro pedira em Newcastle o melhor Sporting. Ele esteve lá a espaços. Ontem voltou a aparecer, mas mais forte e constante. Sem medo de meter o pé. Tremeu como qualquer equipa que defronta o Newcastle – Dyer e Shearer são uma dor de cabeça constante – mas resistiu a pressão. Soube não desistir, apesar das muitas oportunidades de golo dos ingleses. E atacar de forma desenfreada para anular a desvantagem.

O técnico do Sporting ontem esteve à altura dos acontecimentos. Ao início, a colocação de Moutinho à direita, num miolo em que Roca era trinco, Carlos Martins o homem da esquerda e Sá Pinto o número 10, não surtiu efeitos. Talvez o golo do Newcastle o tenha ajudado, mas a verdade é que ao passar o miúdo para o meio e libertar Sá para tarefas mais ofensivas o Sporting cresceu muito. E na entrada de Barbosa estará um dos segredos da vitória. Tantas vezes arrasado, Peseiro merece o elogio. Até a entrada de Pinilla funcionou. E cumpriu-se a profecia “Vamos passar!”. Até Lisboa?

Árbitro

Peter Frojdfeldt (4). Uma arbitragem à altura do magnífico espectáculo de futebol de ontem à noite em Alvalade. O sueco teve alguns erros menores já na ponta final do encontro, quando as coisas aqueceram devido ao duro despique entre as duas equipas, mas soube manter sempre o respeito e a calma. Deixou jogar e defendeu o futebol. Não quer vir para a SuperLiga?

Fonte: Jornal record

Ficha do jogo:

Árbitro: Peter Frojdfeldt (Suécia)

Assistência: 33.309 espectadores.

Sporting: Ricardo, Rogério, Beto, Polga, Rui Jorge, Rochemback, Sá Pinto (Custódio, 89), João Moutinho, Carlos Martins (Pedro Barbosa, 68), Douala e Niculae (Pinilla, 75).

Treinador: José Peseiro

Suplentes: Nelson, Miguel Garcia, Custódio, Pedro Barbosa, Tello, Mota e Pinilla.

Newcastle: Shay Given, Stephen Carr, Titus Bramble (Andy O’Brien, 57), Steven Taylor, Celestine Babayaro, Jermaine Jenas (James Milner, 46), Amdy Faye, Lee Bowyer, Charles N’Zogbia, Alan Shearer e Kieron Dyer (Patrick Kluivert, 60).

Treinador: Greame Souness

Suplentes: Steve Harper, Nicky Butt, Andy O’Brien, James Milner, Darren Ambrose, Shola Ameobi e Patrick Kluivert.

Acção disciplinar: cartão amarelo para Lee Bowyer (23), Beto (39), Sá Pinto (60), Polga (66) e Darren Ambrose (85).

Marcadores:

Ao intervalo: 1-1.
0-1, Kieron Dyer, 20 minutos.
1-1, Niculae, 40.
2-1, Sá Pinto, 71.
3-1, Beto, 77.
4-1, Rochemback, 91.

Resumo do jogo.

Data: 14/04/2005
Local: Estádio José Alvalade
Evento: Sporting (4-1) Newcastle, 1/4 Final-2ªmão TU

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