RUGIDO VERDE

Apoteose verde

O Sporting caprichou em terminar com uma bela vitória (5-2 no campo do Leixões!) e uma exibição notável, a bela carreira que o conduziu ao título de campeão nacional de futebol, com um avanço de oito ponto sobre o segundo classificado – o destronado Benfica. Campeão por mérito próprio, sem mácula mesmo no aspecto da lealdade e do desportivismo, o grupo de Fernando Vaz bem mereceu as homenagens que ontem voltou a receber.

A CHAVE DE OURO

Por Almeida Rodrigues

Autêntica euforia, foi o «clima» em que se desenvolveu o jogo no Estádio do Mar, entre o Leixões e o Sporting, especialmente pela efectiva participação que o público presente, em número elevado, teve na grande festa de consagração dos novos campeões nacionais.

Muito antes anda de se iniciar a partida, já os foguetes estralejavam e por toda a parte se ouvia música que uma banda e um rancho folclórico infantil faziam soar. Por outro lado, um grupo de barulhentos zés-pereiras fazia ribombar os seus bombos e quer sportinguistas quer leixonenses se deixavam inebriar um tanto pelo seu bater simcopado.

Neste ambiente de festival a equipa do Sporting entrou em campo, depois de passar por entre alas de admiradores, nos quais se encontravam também os futebolistas do Leixões, que os saudaram efusivamente, ao mesmo tempo que dezenas de balões multicolores se projectavam no espaço.

Efectuada uma simbólica troca de prendas deu-se início ao desafio e cedo se começou a adivinhar um nítido ascedente «leonino. Contudo, o Leixões, sempre deu boa réplica e não deixou os adversários sossegar demasiadamente, pois quando se acercava da baliza de Carvalho fazia-o com muito perigo embora se notasse uma certa ineficácia nos remates muitas e muitas vezes sem direcção.

A defesa «leonina», no entanto, esteve atenta a esses perigosos contra-ataques dos locais e impôs normalmente a sua maior experiência e tecnicismo pelo que os leixonenses se debatiam contra uma forte barreira bem organizada.

Por seu lado, o Sporting esteve mais ao ataque do que, aliás, o resultado demonstra claramente. Dinis e Peres foram poderosíssimos e lograram frequentemente levar de vencida a defesa do Leixões. A partir do segundo golo sportinguista, contudo, notou-se uma ligeira desorientação na equipa da casa, nomeadamente nos passes, muito embora no segundo tempo essa deficiência tivesse sido substancialmente corrigida.

A meio minuto do fim, o enorme cordão de assistentes que se estendia em volta do rectangulo, não resistiu mais e invadiu o campo, ficando alguns dos «leões» sem as camisolas. Resolvida a situação, reatou-se a partida até que no fim a massa popular entrou novamente em campo vitoriando os novos campeões que fecharam a prova com uma exibição excelente e uma merecida vitória.

Fonte: Diário de Lisboa

Ficha do Jogo:

Estádio do Mar em Matosinhos
Árbitro: José Alexandre (Santarém)

Leixões: Tibi; Barros, Adriano, Raúl Oliveira, Nicolau, Geraldinho (Raúl Machado 23′), Neca, Bené, Horácio, Esteves e Quim (Albertino 63′).
Treinador: António Teixeira

Sporting: Carvalho; Pedro Gomes, Francisco Caló, Alexandre Baptista e Hilário (Pedras 59′); José Carlos, Manaca e Fernando Peres; Marinho (Chico Faria 46′), Nélson Fernandes e Dinis
Treinador: Fernando Vaz

Golos: Horácio 46′ e Esteves 65′ (Leixões) ; Fernando Peres 9′ 34′ 76′, Alexandre Batista 36′ e Nelson Fernandes 51′ (Sporting)