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Quarta-feira, Abril 24, 2024

Neste dia… em 1962 – Sporting CP vence Sp. Covilhã por (3-0) e mantém-se colado ao FC Porto no 1º lugar

8 MINUTOS – DEPOIS DE JOGADOS 72 CHEGARAM PARA O SPORTING VENCER

Por JOSÉ GRAIS

O conhecimento antecipado da vitória do F. C. Porto sobre o Atlético, dava ao Sporting, quanto ao jogo que disputava à noite contra os «leões» da serra, esta certeza – Só a vitória lhe permitiria manter intactas as aspirações ao título.

Essa conclusão não podia deixar de pesar no ânimo dos jogadores, quer lisboetas, quer beirões, embora por causas antagónicas.

Com efeito, mal o árbitro assinalou o início da partida o que se viu? Os «leões» lisboetas lançados numa ofensiva desabrida; e os «leões» dos Montes Hermínios, subordinados a uma defensiva pertinaz, apenas com um trio de unidades postado em posição de dar seguimento às «deixas» que porventura os oito companheiros da retaguarda pudessem oferecer-lhes.

E foi com essa figuração que se desenrolaram os noventa minutos de jogo. Contudo, a ofensiva aberta dos alfacinhas não ia sendo bastante para que a bola se anichasse nas redes à guarda de Rita. E não era bastante devido a dois factores primordiais: à magnífica actuação do guarda-redes serrano, que anulava, em ultima instância, os golpes mais perigosos desferidos pelos adversários; e à má, ou mesmo péssima, actuação dos interiores Geo e Figueiredo, que geralmente bem encaminhados pelos médios laterais, se deixavam, bater, ou por morosidade, ou por falta de objectividade na esquematização, pelos defensores contrários.

Era notória, objectivamente, a fraca inspiração desses dois jogadores que, na posse da bola, davam a esta o rumo menos aconselhável, metendo-a na faixa central, onde a vigilância contrária era formada por densa cortina, ou insistiam, em dribles excessivos, atá perderem a oportunidade de rematarem com êxito, ou de a endossarem, em condições aceitáveis, aos extremos, os quais, aliás, se mostraram aptos a colaborarem devidamente, nas poucas vezes em que foram solicitados a tempo e horas.

Por seu turno os covilhanenses davam, sempre, com brio inexcedível, a maior luta para não se vem surpreendidos. E, a despeito de, em oito minutos haverem sofrido três tentos, a verdade é que a sua trama deu resultado durante setenta minutos – mais do que dois terços do encontro”.

Foi Morais que, com um inspirado remate à meia-volta, aplicou a primeira machadada certeira na defesa adversária. Num lance, afinal, semelhante a tantas outras criadas até então mas que tiveram sorte diferente… Depois – depois a resistência organizada dos serranos claudicou e o resto foi fácil para o «leader» do campeonato, que, apesar de tudo, sofreu susto inesperado, que cedo não esquecerá.

Merecem ser destacadas as exibições de Rita, o melhor dos vinte e dois jogadores: Lâzinha, Cavém e Couceiro, entre os covilhanenses; Lúcio, Mendes, Júlio, Hugo e Morais, entre os lisboetas.

Sob a arbitragem de Álvaro Rodrigues, de Coimbra, as equipas alinharam:

SPORTING – Libânio; Lino e Hilário; Mendes, Lúcio e Júlio; Hugo, Figueiredo, Monteiro, Geo e Morais.

COVILHÃ – Rita; Patiño e Lourenço; Lâzinha, Cavém e Couceiro: Palmeiro Antunes, Martinho, Chacho, Manteigueiro e Amílcar.

Foram autores dos golos, Morais 72′ e Figueiredo 74′ e 80′

Fonte: Diário de Lisboa

Data: 13/05/1962
Local: Estádio José Alvalade
Evento: Sporting (3-0) Sp. Covilhã, CN - 24ª Jornada

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