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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Neste dia… em 1948, Travassos marca o milésimo golo do Sporting no Campeonato, na goleada ao Covilhã 7-2

Peyroteo cria perigo junta às redes covilhanenses

Por José Malheiro

Vitória do Sporting sem dificuldades

O encontro entre os «leões» de Lisboa e os «leões da serra» tinha o interesse somente de se saber por quanto ganhariam os da capital, e de verificar a resistência física dos covilhanenses, especialmente dos sectores defensivos, em luta com os artilheiros da sede… e, no jogo de ontem, enquanto a equipa leonina não acelerou o andamento da partida, os da serra desenharam um padrão de jogo curioso, com entregas de bola que a defesa dos campeões teve dificuldade em anular e actuando em velocidade deram a impressão de que só com grande dificuldade eles se deixariam surpreender.

Quando aos 16 minutos, Carlos Ferreira marcou o tento, houve quem esboçasse um gesto de desagrado, como se fosse possível os campeões deixarem-se surpreender, como sucedeu na cidade dos bispos.

Mas depressa o Sporting nos deu a convicção de que a sua vitoria seria bastante expressiva, quando se verificou a facilidade com que os «5 professores leoninos» ultrapassavam médios e defesas adversários e se davam ao luxo de estragar em série oportunidades de iludir a vigilância do guardião serrano, aliás, sempre atento e decidido a lançar-se, aos pés dos avançados contrários.

Estabelecido o empate, viu-se o Sporting caminhar com facilidade para as balizas, mas os remates a sairem-lhe mal e só num livre perto da área fatal, Travassos, chutando com força e direcção, deu começo à vitória da sua equipa. Os covilhanenses, justiça lhes seja feita, nunca renunciaram e procuraram sempre com energia «responder» ao ataque adversário, mas falhou-lhes a necessária personalidade e foram cedendo de maneira que o Sporting mandou no terreno, jogando ao ataque com evidência mais em jeito de exibição do que em luta propriamente dita, tanto que Peyroteo, mesmo em corrida, a metros da baliza, não fez golo… e Jesus Correia raramente alvejou as redes.

No segundo tempo o Sporting continuou a dar-se ao luxo de desperdiçar oportunidades, não finalizando as jogadas e deixando que os covilhanenses continuassem em jeito de destruição a aliviar terreno. Vasques no ataque leonino em rasgos individuais, dominando toda a defesa adversária, obteve o mais lindo golo do desafio e teve jogadas em que colocou a bola nos pés do seu extremo direito e avançado-centro, como a dizer-lhes: «Olha que parece mal não marcares golo…», e eles, para o arreliarem, não marcavam…

O Sporting da Covilhã tem de facto uma equipa harmónica, que não se movimenta mal no terreno e que deixa adivinhar um fio de jogo, com avançados que não trabalham mal a bola e que têm engodo pela baliza. O seu guardião tem personalidade e os médios defendem e colaboram, regularmente com o ataque. Mas em comparação com a equipa dos campeões, ficam a uma regular distância, tão grande que nós, apesar do resultado expressivo do jogo de ontem, não temos receio de afirmar, que se os «cinco «artilheiros» tivessem «disparado» em relação às situações de tento que criaram, a derrota dos covilhanenses nesta sua primeira visita ao Estádio José Alvalade seria um caso falado…

Fonte: Diário de Lisboa

Numa partida arbitrada por Paulo de Oliveira (Santarém) o Sporting alinhou com:

Azevedo; Octávio Barrosa e Juvenal; Canário, Manecas e Mateus; Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano.
Treinador: Cândido Oliveira

Golos: Travassos (25′, 37′, 43′ e 63′) Peyroteo (41′ e 68′) e Vasques (55′)

Com o seu primeiro golo, Travassos marcou o milésimo golo do Sporting no Campeonato Nacional.

Data: 28/11/1948
Local: Estádio Lumiar (José Alvalade)
Evento: Sporting (7-2) Covilhã, CN - 11ªJornada

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