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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Neste dia em 2011: «A linha da continuidade não pode ganhar estas eleições» – Bruno de Carvalho

Para o candidato de 39 anos é agora ou nunca. O Sporting tem de fazer inversão de marcha e seguir um novo rumo num dos mais críticos períodos da sua centenária existência. A linha da continuidade, aponta, personificada por Godinho Lopes, que julga ser o seu grande adversário, é mais do mesmo e, vinca, não pode voltar ao poder.

– Foi o primeiro candidato a colocar-se na linha de partida para a corrida eleitoral do próximo dia 26. Porque decidiu avançar?

– Porque tenho a consciência completa de que esta é altura crítica para o Sporting e é preciso um novo ciclo, alguém que tenha a capacidade e conhecimento no Sporting para poder dar um rosto e liderar uma equipa que promova alteração enorme a nível de organização, dinâmica e funcionamento. No futebol e não só. É essa a base do meu programa. Os sócios têm de perceber que ou mudamos ou vamos deixar de conhecer o Sporting que queremos e ambicionamos. Por isso o próximo mandato directivo é determinante.

– Que soluções preconiza?

– Primeiro, reorganizar o próprio clube e as suas empresas. Ver função a função, departamento e empresa e perceber que pessoas e formas há para inverter esta situação que prejudica o Sporting em custos, em falta de sinergias e metodologias. Há que optimizar o funcionamento do clube com uma gestão de excelência. Em segundo lugar, queremos uma nova realidade para o futebol, queremos que o Sporting não seja campeão tão espaçadamente, o que obriga a investimentos desmesurados numa determinada época. Queremos criar uma política de futebol sustentada e de crescimento, que permita que não tenhamos de estar sempre em défices que agravem o passivo e que possamos dar as alegrias que os sócios merecem: títulos. Outra medida fundamental é a aproximação aos sócios e adeptos. A marca Sporting são as pessoas do seu universo e estando afastadas a marca será mais fraca.

– Só se conhece o seu rosto e o de Inácio. Diz que não tem duques mas ases? Quais?

– Não vou lançar nomes porque o Sporting precisa de uma nova filosofia, não apenas para o futuro, mas para o presente, e é preciso demonstrar que o Sporting sabe como se trabalha e sabe blindar o seu trabalho. Esta candidatura tem feito o seu trabalho sem fugas de informação. Na altura certa vamos apresentar os nomes. Não sou eu e o Inácio isolados numa cruzada e não temos necessidade de anunciar que temos trunfos. O trunfo, para já, sou eu e o Inácio, o líder e o vice para o futebol, que é o que vai trazer toda a dinâmica. Não estamos a competir por páginas nos jornais, mas por pessoas sérias, que gostem deste programa e estejam dispostas a lutar diariamente por este programa, o que é diferente de andar à procura de pessoas que nos dêem votos…

– Falou num fundo de 50 milhões. Quer concretizar?

– Resumidamente: a questão do reforço da equipa de futebol é fundamental e queremos um fundo fechado – apresentarei no tempo próprio os investidores -, cujos activos serão os jogadores actuais e, sobretudo, os novos, um fundo de 50 milhões. É com base nisso que eu e o Inácio estamos já a preparar a próxima temporada.

– Já falou com bancos?
– Não tenho necessidade disso. Putativos candidatos vão aos bancos negociar o quê, se não são presidentes? Estou curioso para saber o que os outros candidatos andam a fazer nos bancos. Não tenho de negociar nada agora quando o presidente do Sporting no dia 27 o pode fazer.

– Corrobora os números de Godinho Lopes: 13 milhões em falta esta época… 100 necessários para a próxima?

– Não posso e não percebo como é possível o Sporting aceitar essa declaração. É um putativo candidato que garante o dinheiro em falta desta época quando o responsável pelas negociações com o banco faz parte da sua candidatura. Ou os órgãos sociais que lá estão fazem um péssimo trabalho, e é isso que depreendo das palavras de Godinho Lopes, ou há aí alguma loucura porque quem fez o péssimo trabalho está nessa lista… e gostava de saber dos 100 milhões. Vêm de uma solução financeira similar à minha, ou vão ser negociados com os bancos? Se sim, quero saber com qual e porque negociou com um candidato. Se for o género de uma hipoteca sobre o estádio, se com 300 milhões de passivo o clube está assim, com 400… Vi páginas nos jornais com essas afirmações mas sem explicação alguma.

– É a lista da continuidade?

– Não só é lista da continuidade como acho que nem chega ao final de dia 27, pois metade dela já se terá ido embora e outros terão colocado processos uns aos outros. É uma lista da pesca, em que um dá cinco por cento de votos, outro dá três… nem chega a ser uma lista, mas um conjunto de pessoas que tentam ganhar eleições. O cabeça de lista até diz que uma das pessoas da sua lista deixou o Sporting em situação terrível porque faltam 13 milhões para pagar esta época. É absurdo! Há pessoas do Conselho Fiscal que pertencem a instituições onde pessoas que estão no Conselho Directivo são seus superiores, mas no Conselho Fiscal fiscalizam esses superiores. Quando apresentarmos a nossa lista não vão dizer o mesmo.

– Tantos candidatos não vão agravar as cisões internas?

– Não e é benéfico desde que as pessoas achem que têm capacidade para liderar um projecto como o Sporting. Acho que em relação a todas estas candidaturas já toda a gente percebeu que a linha da continuidade não pode ganhar estas eleições.

Fonte: abola.pt

Data: 05/03/2011
Local: Jornal A Bola
Evento: Entrevista a Bruno de Carvalho

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