RUGIDO VERDE

A equipa de futebol do Sporting continua a superar as expectativas, principalmente de quem as tinha baixas, como é o meu caso. 

Disfarçando insuficiências, a mais evidente na frente de ataque, transformando banalidade em utilidade e utilidade em rendimento de topo para a realidade da Liga Portuguesa, muito à conta de uma postura e atitude de Leões e no que respeita aos adeptos, é isto que devem exigir sempre dos seus atletas de todas as equipas de todas as modalidades. 

Cabe depois à estrutura directiva do clube dotar essas equipas das melhores condições possíveis. 

A de futebol, mais uma vez não o fez, apesar do saldo ser incomparavelmente superior ao da época passada. Até ver, apesar de alguns upgrades nalgumas posições específicas, é nas funções de treinador que se há mérito devido pela escolha e na minha opinião, há, esse mérito deve ser reconhecido. 

Não esquecendo o quarto lugar do ano passado, a ausência da Europa e a eliminação da Taça de Portugal, tendo em conta os meios à disposição, o primeiro lugar na Liga até ao momento é, por outro lado, notável. 

Não me custa reconhecer isso e estou satisfeito por o fazer, escrevendo isto antes da final da Taça da Liga. Independentemente do resultado, estou convicto que o Sporting apresentará a competitividade e responsabilidade que têm sido norma esta época. 

Por outro lado, há coisas que me entristecem e uma delas é o estado do meu sportinguismo. Aquele sentimento de pertença que sempre existiu e que neste momento está em causa 

Tive a prova disso esta semana, na polémica dos testes de Sporar e Nuno Mendes. 

Ouvi as atoardas de um director de comunicação de um rival, ri-me da demagogia, mas perante as declarações dos responsáveis do Sporting, a minha primeira reação foi de dúvida e cepticismo. 

Aprendi, nestes dois anos e meio, a não confiar em pessoas que têm regido a sua actuação com base no oportunismo, na propaganda, na mentira e revisionismo. 

E não é assim porque o queira ou por preconceito. É assim porque uma e outra vez, estes senhores me mostraram que não há limites para uma narrativa que defende os seus interesses pessoais e não os do clube. 

Seja na comunicação com os sócios, com os adeptos ou até em tribunal. 

É portanto um misto de tristeza e de asco, este. A satisfação de ver uma equipa a dar tudo de si, superando as suas próprias insuficiências, conspurcada pela total falta de confiança em quem lidera o clube. 

Pessoalmente, é um sentimento com que estou a lidar com muita dificuldade. E ser sportinguista, apesar das muitas tristezas, foi algo de que me orgulhei sempre. Também nas derrotas. 

A atitude de Leão dos jogadores da equipa de futebol, não merece esta dualidade emocional dos adeptos. Se quiserem, de alguns adeptos. Esses, também são Sporting.