RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sexta-feira, Março 29, 2024

A Insustentável Leveza da Palavra e a Sustentável Densidade da Convicção

Viva, LEÕES! (Gataria e Mansos escusam de se manifestar!)

Aqui No Rules, Great Saké apresenta-se neste novo espaço onde me foi dada a oportunidade de expressar opiniões, anseios, devaneios, frustrações e até algumas ambições, coisa que não acontece noutros espaços ditos plurais e democráticos. Sempre de tronco nu, este eremita gosta de calcorrear os caminhos da Serra do Buçaco, sempre com uma sandes de leitão na mão como companhia, olhando para os secretos pastos verdejantes de onde brota a mais conceituada feijoca, de onde se extrai o mais fino néctar: O saké de feijoca.

Bom, para primeiro texto no Rugido Verde, socorri-me dum texto que escrevi em 26.03.2014 (A parte que aparece em itálico refere-se a esse período). Porque esta data? Já verão mais à frente, no texto.

«Até ao dia de hoje, e desde que me entendo como gente, fui construindo um conjunto de valores pelos quais procuro reger a minha vida e dos quais procuro não me desviar. Desde muito cedo criei e cultivei o valor das convicções. E sempre soube valorizá-las, tanto em mim como nas outras pessoas (sobretudo nestes últimos). E, para mim, não há maior virtude do que a coerência (sim, vejam bem ao que chegamos. Aos dias de hoje, a coerência ser uma virtude). Pensar, falar e agir de forma coerente sempre foi algo que me seduziu…

Em inglês, chamam a isto qualquer coisa como “Put Your Money Where Your Mouth Is”…

Isto tudo vem a propósito de completar amanhã um ano desde que o Sporting voltou para as mãos dos Sportinguistas! Faz amanhã, dia 27 de Março de 2014, um ano que Bruno de Carvalho tomou posse como presidente do Sporting Clube de Portugal. Clube eclético e centenário, recheado de História e histórias para contar, feitos e lendas intemporais. Um Sporting que teimava em permanecer refém das circunstâncias e das suas próprias debilidades e lamúrias, porque não dizê-lo. Um Sporting contra-natura, apático, anémico e sedento, bem lá no fundo, de recuperar o seu espaço, do qual abdicou, em parte, por culpa própria e de outros. Um Sporting sem exigência máxima e que não fazia o que podia e devia para ser aquilo que o seu fundador augurara aquando da sua criação: Ser tão grande como os maiores da Europa!

Na sua primeira vitória eleitoral, em Março de 2011, Bruno de Carvalho prometera muito–120 promessas –mas não cumpriu! E não cumpriu pela simples razão que… não podia! Tiraram-lhe esse direito juntamente com um saco de votos desaparecidos, que voou debaixo dos radares e que nunca mais apareceu. Provavelmente nesta altura estará numa qualquer 5ª dimensão, universo paralelo ou triângulo das Bermudas da consciência (sim, sou um optimista) daqueles que o fizeram desaparecer.

Lembro-me como se fosse hoje, ver um presidente “encomendado e empossado” às pressas, acossado e rejeitado pelos seus (?) num palanque no meio duma madrugada turbulenta que nunca mais esquecerei como sendo o dia mais negro da História deste enorme Clube. Acordado até às 7 da manhã dum dia tenebroso, fui para a cama com a sensação de desconsolo e revolta. Senti-me traído por aqueles que ajudaram a trilhar aquele caminho que para mim era incompreensível… Estava convencido que vinha aí a devastação do Clube. Sarah Connor, no Terminator II –Judgement Day, quando adormeceu e sonhou com um mundo apocalíptico, dizimado e em cinzas nem chegava perto daquilo que senti nesse dia.

Chegamos ao título que vos apresento mais acima. A diferença entre a palavra e a acção, e da palavra sem acção!Sem querer aprofundar o que foram aqueles dois anos “horribilis”, lembro aqui uma frase com a qual quiseram iludir-nos. “O Sporting está de volta”, vociferavam eles. Nunca acreditei, soava-me a nada… e em nada se transformou. Dois anos de “NADA”. Na realidade não se transformou em nada, transformou-se no avolumar dum buraco cada vez mais fundo onde se apressavam para colocar o Clube e do qual seria muito, muito difícil,sair.Não me vou alongar sobre este período negro… “O Sporting está de volta”… nunca estas palavras foram ditas de forma tão leve, sem conteúdo, sem peso, sem consistência, sem sustentabilidade, sem… SPORTINGUISMO! Lá está… a insustentável leveza da mentira feita em palavra.Para quem quis acreditar nela…

Dois anos volvidos, a 24 de Março de 2013 os Sportinguistas emendam a mão e elegem um Sportinguista praticamente desconhecido das grandes massas mas que sempre deu provas do seu pujante Sportinguismo e do seu envolvimento com o Clube, desde tenra idade. E foi isso que me fascinou nesta personagem. Nesse dia, sem máquinas publicitárias ou propagandistas nem slogans preconcebidos, nasceu de forma simples a MENSAGEM que deve ressoar nas mentes de todo e qualquer Sportinguista digno desse nome. Uma frase simples, que nasceu no meio dos Sportinguistas que festejaram aquela vitória e que simbolizava aquilo que tem sido, na prática,um ano de mandato desta direcção: “O SPORTING É NOSSO OUTRA VEZ”. E só alguém mal-intencionado ou desonesto intelectualmente poderá refutar a veracidade desta frase e da sua implementação no terreno. Passado um ano desde que tomou posse, a 27 de Março de 2013, ninguém se atreve a desmentir que aquilo que tem vindo a ser feito não tenha a devida “sustentável densidade da acção” implementada por esta direcção de indefectíveis Sportinguistas. Hoje vejo o Sporting renovado, revigorado e pronto para a luta pelo seu devido lugar, conquistado ao longo de quase 108 anos. E hoje, acredito tanto nisso, que sou mais um a exibir orgulhosamente o meu recente cartão de sócio!

Porque o carácter se alicerça nas convicções, hoje partilho a sustentabilidade das palavras de quem nos dirige com a densidade das suas acções! Teremos muito para melhorar? Sem dúvida! Mas hoje estamos mais perto de lá chegar pois o discurso não é vazio e a mensagem passa da palavra à acção!

Por isso, passado um ano, quero dizer OBRIGADO a Bruno de Carvalho e restante direcção por resgatarem o meu AMOR! Por me fazerem acreditar que com trabalho e exigência este Sporting poderia ser muito mais e melhor do que aquele que nos apresentavam como “inevitável”.

OBRIGADO, BRUNO, porque tu sim, fizeste aquilo que dizias que farias!

E porque o estado d’alma também se canta, fica o repto a sermos todos um pouco mais coerentes naquilo que afecta as nossas vidas. Um abraço LEONINO!!!»

Passados quase 7 anos desde que escrevi este texto, vejo-me arredado do meu Sporting há mais de 2 anos e meio, desde que foi consumada a conspiração e usurpação da Liderança do meu Clube. Não do atual mas daquele Clube que eu queria revitalizado e pujante, de forma a permanecer assim nas próximas décadas. Mas, mais uma vez, foi a partir de dentro que o SCP foi novamente traído. Em 2011, traído por um bando de artistas menores. Em Junho de 2018, traído primeiramente com um bando de conspiradores e, posteriormente, por aqueles que, antigamente, me referia com sinceridade e orgulho como sendo os “melhores do mundo” (termo que hoje utilizo de forma pejorativa, claramente como a antítese daquilo que revelaram ser). Ainda há dias, num programa “Amigos da Bola”, via uma capa desse jornal de 1960 onde vinha em destaque qualquer coisa como “Sporting em crise”. Se é verdade que, enquanto me conheço como sportinguista, sempre se faltou ao respeito ao Sporting, constato que quanto mais se recua no tempo, mais a ideia fica que há qualquer coisa no SCP que nos empurra para baixo. É aquele defeito genético, aquele gene croquete “do bem” que nos invade a existência, uma espécie de castigo karmico que ameaçou ser rompido entre 2013 e 2018 por BdC. Ou no período de João Rocha, salvaguardando a época e as diferenças para os dias de hoje.

Verdade seja dita, os homens fortes atrás referidos, que, nas suas convicções tiveram que lidar com o incómodo ardor das lâminas das facas nas suas costas, acabaram “vergados” ao triste fado que impede este clube de se assumir.E não foi por falta de capacidade, competência, fervor, sagacidade…Ambos sucumbiram porque foram induzidos a isso. Sim, pelos tais. Os “melhores do mundo”. Ambos sucumbiram porque aqueles que deveriam ter sido os seus escudeiros,ostentando ideias que orgulhariam qualquer um (ESFORÇO, DEDICAÇÃO, DEVOÇÃO E GLÓRIA), não foram mais que umas aias que preferiam ouvir as lamúrias das suas “senhoras de bem”.

Queiram ou não, Rocha e Carvalho mexeram com as bases do clube. Ambos tinham dois focos: Ecletismo e Envolvimento de Sócios/Adeptos com o Clube. Rocha dinamizou as modalidades e o “povo” foi anuindo. Carvalho deu uma casa a estas modalidades e o resultado foi ser campeão logo no primeiro ano em todas as modalidades de pavilhão. Em ambos os casos, sentiu-se o galvanizar das bases, dos sócios e adeptos. O problema é que os “melhores do mundo” se revelaram mais fracos e vulneráveis do que os seus líderes de então esperariam.

Quando um líder, seja do que for, lança uma declaração e um apelo (mais coisa menos coisa, foi isto): “Foi-me apresentada a situação de, ou me juntava aos interesses, ou me juntava a vocês. EU decidi juntar-me a vocês. Agora, tem de estar comigo, porque se me faltarem… os interesses matam-me”, deveria ter sido levado bem mais a sério do que foi. Premonição ou Conhecimento de Causa? Sou pela segunda. Já o fui na época em que foi proferida esta declaração, numa AG (lembram-se, do tempo em que as AG’s podiam ser feitas e onde havia um presidente que fazia questão de ser questionado? Pronto, nesses tempos…), que veio a verificar-se dolorosamente verdadeira e definitivamente catastrófica para o Clube.Os MdM preferiam dar ouvidos à forma com que as alcoviteiras de fora apresentavam a forma e esqueciam o conteúdo que lhes era apresentado com FACTOS!

Sou sincero. O meu Sportinguismo está ferido de morte, está na UCI em estado vegetativo à espera da derradeira estocada (Venda da SAD). Se essa estocada mata de vez? Não sei… Não sei mesmo. É um amor de mais de 3 décadas. E o amor não acaba de uma hora para a outra. Poderá ser a certidão de óbito ou o renascer, não sei dizer. Dependerá um pouco do que sentir ser a vontade dos tais “melhores do mundo”: Contentar-se-ão com sermos uma espécie de Valência ou preferirão reerguer-se das cinzas, revigorados, e com a ambição de voltar a ser dignos dos desígnios dos seus fundadores. Não vou em LIMonadas, se é que me entendem.

Até Breve!

Escrito por: No Rules, Great Saké

Artigos relacionados

Comments

  1. Jacinto

    Já que o Clube, atualmente só me surpreende por noticias abaixo da mediocridade (termino de modalidades, pagamentos em atraso, despedimentos coletivos e jogadores de futebol de quem não se exige entrega total (peço desculpa que acabei de me enganar, não era isso que eu queria escrever. Espero que os jogadores (alguns) não fiquem amuados e comecem a fazer cartas de rescisão para sair do clube com justa causa porque um sócio…blá, blá, blá…) mas se tomarem essa decisão, sejam úteis e levem com vocês, a estrutura usurpadora). An? O quê? Também não posso escrever isto porque sou acusado de estar a dividir o Sporting? Bem, vamos lá a ver se a partir de agora me vão obrigar a descalçar antes de ligar o computador para dar a minha opinião. Mas vamos lá ao que realmente agora interessa. Grande texto senhor “Great Saké”.Obrigado e é por leituras de textos como este, descrições de pensamentos e organização de lutas por várias vias na net, que eu vou alimentando a esperança de que um dia, o SPORTING vá aos ombros dos verdadeiros donos do Clube – os sócios, com o leader que vários milhares que como eu desejam que volte ao seu legitimo lugar. Ps: – Mas não demorem muito tempo por favor, porque o meu “conta quilómetros” já passou há muito a marca dos 70.000 quilómetros”.

  2. Sinhô Silas

    Viva Sr Sampaio!
    Bons olhos o leiam. Um abraço.

  3. Amigo, faço minhas as suas palavras, também para mim era um amor com mais de 3 décadas e 25 anos de associado, também eu estou em estado vegetativo, o que agora prevalece é um sentimento de vergonha, desilusão e humilhação, a vontade de esquecer tudo o que vivi com este Clube. Os sportinguistas, os “melhores adeptos do mundo”, assassinaram de morte o Sportinguismo – por falta de carácter, de dignidade e de TOMATES! E há valores que não se compram.