RUGIDO VERDE

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Sábado, Abril 20, 2024

Neste Natal, Ofereça uma Cabeçada

Já estamos na época natalícia, uma época na qual se respira paz e amor. Muito amor tem para dar o futebol português e as suas personagens dignas de um livro de ficção, vestidas com blazers e movimentos de mãos compulsivos, gabardines sem uso de máscara (com casaco de cabedal, novamente aceite, a máscara deve ser pendurada na orelha direita), fatos apertados e bem passados a ferro que disfarçam a realidade da pele que cobrem, ou equipamentos de treino utilizados fora de contexto (como é do gosto do Dono Disto Tudo e o de facto primeiro-ministro do país). Todos juntos formariam um belo presépio, no qual a palha seria substituída por dinheiro de todos nós. 

Pouco passava das 16:30 do dia 22 de Dezembro, na sequência da conferência de imprensa do Comendador (distinção destinada a pessoas de má reputação e arguidos) que acredita que o racismo é uma questão de moda – Jorge Jesus – quando o conhecido Nuno Farinha se aproximou de um jornalista da sua antiga casa e lhe transmitiu amor genuíno primeiro através de palavras nada bonitas para a época, posteriormente juntando a sua cabeça à dele – algo que vimos em diversas obras de ficção como uma forma de transmissão telepática de belos sentimentos entre raças extraterrestres avançadas. 

Apenas por volta das 4:15 da madrugada o jornal Record optou por difundir online tal notícia, qual Pai Natal que entra pela chaminé quando toda a gente se encontra a dormir, não fosse alguma criança malandra estar desperta e ver a prenda que o Pai Natal preferiria não oferecer.

Não faltou no entanto o grande e óbvio destaque na edição imprensa, de um jornal independente e sem medo, que não admite este tipo de práticas de intimidação a jornalistas. Um autêntico paradigma. Algures na página oito poderão, com o auxílio de uma lupa, encontrar algo ao respeito. 

O que suscitou tal reacção, que provocou um visível incómodo no treinador de bola, cuja boca e pensamento assiduamente ofendem em quase tudo o que é matéria verídica do mundo real, foi apenas a seguinte questão: 

CM – Boa Tarde. O Jorge Jesus como treinador também é um comunicador, quer para dentro, quer para dentro, para o balneário principalmente, mas também para fora, para os adeptos. Pegando em tudo o que foi as suas conferências, e esta mesmo, há uma grande falta de dinâmica de vitória no discurso. Eu não o ouvi usar a palavra vitória, triunfo, ganhar. Não ouvi. Pegando também no facto de nesta conferência ter-se referido ao Brasil 4 ou 5 vezes, eu pergunto-lhe : Porque é que tem sido tão pragmático? Porque é que tem passado por esta fase tão tristonha? Será desmotivação ou será também nostalgia?

JJ: Tristonha sobre o quê, desculpe?

CM – Sobre aquilo que tem sido o seu registo nas conferências de imprensa, uma vez que nós mesmo antes do JJ ir para o Brasil, o JJ já era bastante conhecido. Em Portugal todos conhecemos o seu registo, o seu discurso.

Convém relembrar que Nuno Farinha foi o corajoso homem que, certo dia, disse que não havia problema em que um clube pagasse a jornalistas, e que mal soube de algumas investigações da Polícia Judiciária e do Ministério Público de outrora (antes da purga), contactou Luís Filipe Vieira para o advertir com um simples “Presidente, vão atrás de si” (arquivo de Nuno Farinha, divulgado no Mercado de Benfica) sendo recompensado com um cargo na Luz. Os mais esquecidos podem consultar aqui mais algumas prendinhas natalícias. 

Estejam descansados. Da mesma forma que a pedrada que feriu dois atletas, correndo o mundo, e que podia ter matado todos os passageiros no autocarro por despiste, não foi passado em loop 10.000 vezes como outros casos; da mesma forma que agressões registadas a jornalistas foram abafadas (vídeo em anexo), da mesma forma que emboscadas de dezenas a Sportinguistas isolados com tentativa de homicídio – facadas, martelada na cabeça – foram abafadas; da mesma forma que apertos no pescoço de um adepto são carinhos a serem ignorados; da mesma forma que mal se ouviu falar do julgamento de Luís Pina; da mesma forma que “encomendas” de agressões a jornalistas foram reveladas nos emails; não se passa nada. É Natal.

O carvão já foi servido a outros em doses industriais. Na antiguidade, um ritual deu origem à expressão “bode expiatório”, e esse ritual também já foi colocado em prática, purificando o povo. 

Não se esqueçam de fazer por merecer presentes e futuras prendas. Porquê uma mera caixa de Ferrero Rocher quando o limite são os sonhos? Sigam os bons exemplos: 

Um Feliz Natal a todos. 

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