RUGIDO VERDE

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Sábado, Abril 20, 2024

Sporting Sem Rumo

Depois de ter conhecimento de que iria haver mais um colóquio de Sportinguistas liderado por vários notáveis e ilustres considerados pela comunicação social  (mas não pelos sportinguistas), e também com a presença de alguns (ex) políticos, alguns jornalistas que se dizem sportinguistas e também eles considerados por muitos como notáveis (nem que seja por eles próprios), resolvi escrever este artigo por entender que este colóquio merece alguma reflexão para todos nós Sportinguistas.  

Se tivermos em conta o painel  de oradores, de apresentadores e de notáveis, e que muitos deles giram à volta do clube há décadas, como é óbvio, deste encontro croquete pouco se poderia esperar, porque é difícil das mesmas pessoas que há tantos anos andam a divagar à volta do clube esperar resultados diferentes. 

Acredito sinceramente que a ideia deste colóquio terá tido boas intenções por parte de alguns, mas de boas intenções está o mundo cheio, e a verdade é que a grande maioria dos oradores convidados pouco ou nada sabem sobre o Sporting nem nunca se interessaram pelo mesmo ao longo dos anos.

Porquê só agora?

Sendo o Sporting um clube democrático (isto dito por todos os seus notáveis inclusivamente por aqueles que tem direito a vinte votos mas não querem abdicar deles como foi possível ouvir da boca de Dias Ferreira) terei de concluir que a democracia no Sporting ainda é uma utopia.

Quando alguns sócios têm direito a vinte votos e outros que têm a mesma paixão pelo clube quiçá até mais mas só têm direito a um voto, isto é democrático? Só porque nasceram mais tarde ou não nasceram num berço de ouro e nunca tiveram uns pais que os inscreveram como sócios logo à nascença?

Dito isto, digo que tenho dificuldades em compreender, como mais uma vez os notáveis, que tanto falam em democracia todas as vezes que resolvem fazer estes colóquios, continuam a deixar de fora os jovens anónimos deste clube. Jovens e não jovens, o sócio anónimo nunca é encorajado a participar.

Não se entende. Fazer um evento destes com o intuito de implementar no clube novas tecnologias, rever estatutos, implementar uma nova filosofia de sustentabilidade financeira, ou seja, tendo como objectivo fazer do Sporting um clube mais moderno e mais competitivo, mas deixar os jovens e anónimos sportinguistas de fora.

Eles são o futuro do clube. Não consigo compreender e aceitar e ao contrário daquilo que dizem os notáveis, não há democracia no Sporting. Como de resto ficou provado com mais este evento.

Qual o medo e a falta de coragem da organização deste evento em não integrar jovens nestas jornadas (e sportinguistas anónimos em geral) que tinham como objectivo encontrar soluções nas mais diversas temáticas?
Onde é que existe aqui a democracia que os notáveis tanto apregoam? Definitivamente, o sporting dos notáveis não é um clube democrático. 

Por outro lado, quando temos na plateia Henrique Monteiro como um dos apresentadores deste evento temos que desconfiar da sua presença e sobretudo da sua utilidade, e da bondade com que foi convidado para o mesmo. Como é óbvio há um sentimento de injustiça em muitos sportinguistas e classificarei até de ridícula a sua presença neste painel.

Tenho poucas dúvidas que a sua presença é para muitos dos sócios e adeptos do Sporting um insulto e traz um sentimento de revolta a muitos, porque ele terá tido o papel principal na organização da assembleia de destituição baseada numa premissa ilegal, que foi a violação dos estatutos (e baseada também em ódio pessoal a Bruno de Carvalho), e neste sentido no meu entender este senhor deveria ser responsabilizado por tudo o que aconteceu de mal ao clube e à pessoa do ex-presidente. Como tal esta presença para além de vergonhosa cheira a pagamentos de favores. 

O ódio não deve fazer parte da vida das pessoas, o ódio tira-nos a lucidez e o discernimento para tomar as melhores decisões nas nossas vidas, como tal Henrique Monteiro nunca deveria fazer parte deste painel e muito menos em nome do Sporting. Até pela influência que terá tido para o processo da expulsão de Bruno de Carvalho, tendo sido um dos principais protagonistas. Neste sentido a presença deste senhor, é  nojenta, até por nunca ter sido pessoa de acompanhar o clube no seu dia a dia e pouco ou nada saber sobre ele até então (nas suas próprias palavras).

É evidente que só num clube de malucos, como o actual e pseudo presidente varandas apelidou os adeptos do Sporting, este senhor Henrique Monteiro e também João Duque são convidados para serem oradores em representação dos sócios do Sporting quando eles próprios terão violado os estatutos ao colaborarem de forma ilegal na destituição e expulsão de Bruno de Carvalho. 

Não quero falar muito mais sobre o processo de Alcochete, já toda a gente sabe as consequências adjacentes àquilo que eu desde o primeiro dia considerei um golpe baixo e vergonhoso e que prejudicou gravemente o Sporting e o seu presidente Bruno de Carvalho. 

Gostaria  de fechar esta temática dizendo que o golpe de Alcochete foi uma desculpa muito grande para todos conseguirem o que queriam menos o Sporting e Bruno de Carvalho. E este evento trouxe para a ribalta mais uma vez alguns desses protagonistas, como Henrique Monteiro, João Duque ou Rita Garcia Pereira, que eram completamente desconhecidos no seio da família Sportinguista e como todos sabem tiveram um papel preponderante na expulsão vergonhosa de Bruno de Carvalho, direi mesmo mais por ódio pessoal que outra razão qualquer…   

Contudo num clube onde os notáveis se intitulam de “gente de bem” este colóquio deveria ser uma oportunidade para que todas as fações do clube, “brunistas”, “varandistas” ou outros, tivessem o mesmo objectivo, tivessem como pano de fundo o Sporting, mas como se pode comprovar nada disso fez parte da agenda deste evento.

É evidente e ficou claro que não houve essa preocupação por parte de quem organizou o encontro, nem houve a demonstração de conhecimento da divisão existente como nunca entre os sócios e adeptos do Sporting.

Como tal este evento só poderá ser considerado um fracasso, porque simplesmente e mais uma vez os notáveis se acham donos e os únicos conhecedores do Sporting, ignoraram totalmente a base essencial de um clube, que são a sua massa adepta e dela fazem sobretudo parte anónimos sócios e adeptos e também milhares de jovens.

Não tenho dúvidas nenhumas que por mais novas tecnologias que se possam implementar, por mais novos colchões que se tenham adquirido, por muito bom wi-fi que haja no estádio, a divisão entre os sócios é notória. Esta temática deveria ser uma prioridade dos organizadores de qualquer evento leonino, tendo em conta uma maior convergência à volta do clube, e claramente as temáticas fracturantes foram ignoradas!

Uma das prioridades do debate a ter em conta teria de ser a de aproveitar para se falar da integração de sócios que foram expulsos injustamente, e neste sentido o nome de Bruno de Carvalho deveria fazer parte da agenda dos paineleiros, porque toda a gente sabe que foi expulso ilegalmente, e nesse sentido há milhares de sócios que não aceitam o que foi feito ao ex-presidente, e acham que deveria ser integrado como sócio em pleno gozo dos seus direitos.

Durante este congresso, colóquio ou feira de vaidades destes notáveis, como queiram interpretar, foi notória a indiferença que o evento em questão causou no seio da família sportinguista, o que foi elucidativo, e não deixa de ser curioso que Bruno de Carvalho teve três vezes mais visualizações sozinho no seu programa no youtube que todos aqueles notáveis juntos, mesmo com o evento em causa ter durado vários dias.

Não deixa de ser irónico e até vergonhoso o desconhecimento que o ex ministro Jorge Coelho demonstrou na sua intervenção em pleno colóquio, dizendo que para não se voltar ao passado a melhor maneira seria ignorar o nome de Bruno de Carvalho, claramente demonstrando  o seu desconhecimento sobre o que o ex presidente conseguiu para o Sporting e sobre aquilo que uma grande parte dos sócios e adeptos do Sporting querem para o seu clube.

As visualizações no youtube contrariam totalmente o discurso desfasado da realidade do senhor Jorge Coelho.

Entre os vários oradores foram ditas várias gaffes e algumas outras coisas sem sentido e sem noção da realidade. Um deles foi o eterno candidato à presidência, o senhor Eugénio Dias ferreira, ao ter dito que no dia que no Sporting houver um sócio um voto, o Sporting morre.

Curiosamente o Futebol Clube do Porto, que tem nos seus estatutos um sócio um voto, nos últimos 38 anos venceu incontáveis campeonatos. O Sporting ganhou quatro. Isto deveria fazer pensar os notáveis. Ou será que eles pensam primeiro neles e nos seus 20 votos que recusam abdicar e só depois nos feitos do seu clube?

Houve várias outras intervenções que merecem destaque pela negativa como por exemplo um desses notáveis que apresentou a ridícula ideia de cada sócio doar mil euros para ajudar o clube.

No sentido inverso a direção de Frederico Varandas prepara-se para perdoar a dívida de 16,5 milhões a Rafael Leão por ter rescindido com o Sporting sem justa causa. E nenhum dos notáveis achou aquela proposta inconcebível, inaceitável, e nenhum dos oradores demonstrou a preocupação da dívida vir a ser perdoada ao rescisor.

Outro dos oradores foi Sérgio Abrantes Mendes (outro eterno candidato). Abrantes Mendes disse que faltam elites ao Sporting e ao mundo. Este senhor ao fazer esta afirmação demonstrou totalmente a forma como eles vêm o Sporting (e já agora o mundo em geral): um clube de elites e não um clube do povo, um clube da sua casta e não dos seus sócios e adeptos independentemente do seu estatuto. 

Como já cá ando há alguns anos, obviamente que como Sportinguista nada espero deste colóquio a não ser mais um fracasso, uma farsa, onde nada de positivo se espera tendo em conta o futuro do clube, porque mais uma vez os notáveis ignoraram totalmente as premissas que são o principal trilho para o sucesso do clube, que são todos os seus sócios e adeptos.

Para terminar tenho de concluir que após este congresso o Sporting vai continuar sem rumo e deste evento só espero uma possibilidade, talvez saia de lá mais um presidente cooptado à boa moda dos partidos políticos, a moda dos notáveis deste clube. Eis o Sporting de novo sem rumo!


Imagem de destaque da autoria de @O_Calceteiro

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Comments

  1. Mao Zé Dong

    “O Sporting tem 3 milhões e meio de adeptos, nem todos são sócios (…) e perdoem-me a expressão, nós temos de ir à carteira, ao bolso, deles (…)” Miguel Salema Garção in Sporting com Rumo

    O mesmo Salema Garção que quando saiu do Sporting levou uma indemnização de 300.000€ graças a uma ‘clausula de confidencialidade’. Ou seja, o caso de alguém cuja razão para ter entrado no clube apenas se percebeu… quando saiu.