RUGIDO VERDE

“Ah e tal, o Sporting é dos sócios e adeptos, nos é que mandamos no clube”. ‘Tá bem abelha, vão dizer isso ao Varandas e ao Rogério. A realidade pura e dura é que, nesta altura, o soldadinho de chumbo e o seu cardeal fazem o que querem do clube, a seu bel-prazer. E aos sportinguistas só resta protestar nas redes sociais e pouco mais.

Vamos lá ver se nos entendemos: nos dias de hoje é claro que existiram duas golpadas no Sporting: uma para retirar de lá o anterior presidente. A segunda para retirar qualquer influência dos sócios na definição dos destinos do clube. A primeira foi feita de forma descarada e vil. A outra desenrola-se lentamente, contando com a passividade de grande parte dos sportinguistas.

O que Varandas e Rogério já perceberam é que, por mais incompetentes (e prepotentes) que sejam, muito poucos estão disponíveis para fazer algo que os tire de lá . Por isso podem fazer as borradas todas que quiserem, podem usar os estatutos como papel higiénico, que o máximo de contestação que sofrem são uns poucos milhares a gritar “Varandas Out” nas imediações do estádio.

Como é difícil de imaginar que a maioria dos Sportinguistas esteja satisfeita com esta direcção, é lógico presumir que a maior parte sejam grandes leões do sofá, teclando furiosamente no Facebook e outras redes sociais, entre uma sandes de presunto e uma cervejola. Na internet são todos heróis mas quando é preciso levantar a “peida” do cadeirão… muitos nem com um guindaste conseguem sair de casa. E, é claro, o Varandas e o Rogério sabem disso.

Enquanto o pessoal se entretém a colocar likes e a partilhar inspiradoras mensagens de contestação, o presidente-herói do Sporting continua imune à crítica, borrifando-se para os adeptos, coadjuvado por um Presidente da Mesa da Assembleia Geral que faz de conta que os sócios não existem e que já só convoca as Assembleias Gerais ás quais está obrigado e… vamos lá ver por quanto tempo.

Como os actuais corpos directivos não fazem qualquer intenção de lá sair, vamos andar neste impasse por tempo indeterminado. Os sócios, mesmo com instruções claras sobre o que é preciso fazer para mudar este estado de coisas, hesitam entre o fazer nada e o nada fazer. O Varandas e companhia agradecem e lá vão, alegremente, passando por entre os pingos da chuva e cavando mais fundo a sepultura do nosso clube.

Em tempos escutámos que “o Sporting era nosso outra vez!”. Bom, se era nosso… já não é. Seja pela passividade dos adeptos ou pela falta de crença de que é possível dar a volta a esta situação. O que é factual, entretanto, é que Varandas é o dono do Sporting.