RUGIDO VERDE

Numa altura em que não há futebol para acompanhar, o Rugido Verde decidiu analisar encontros antigos, equivalentes aos que o Sporting iria disputar na presente época. Neste fim-de-semana (11 e 12 de abril), o Sporting iria defrontar o Belenenses SAD, fora de casa. Trazemos então uma análise ao jogo transmitido ontem (dia 11) no canal oficial do Rugido Verde: uma vitória pela margem mínima no Estádio do Restelo, frente ao verdadeiro Belenenses, na época do fim do jejum, em 1999/2000.

O Sporting entrava para este jogo na quinta posição do Campeonato, atrás de benfica, Marítimo, F.C. Porto e Vitória S.C. O início de época tinha sido turbulento, tendo-se já procedido a uma mudança de treinador (Materazzi saiu após a quinta jornada da Liga). Augusto Inácio era o técnico leonino, e o Sporting vinha de duas vitórias consecutivas, uma sobre o Campomaiorense por 1-0, para a Liga, e outra sobre o Canelas, por 0-1, para a Taça de Portugal.

Do lado do Belenenses, alinharam: Marco Aurélio na baliza; José Carlos, Paulo Cabral, Wilson, Filgueira, Fernando Mendes; João Paulo Brito, Tuck, Gouveia; Jesús Seba e Rui Pataca.

Pelo Sporting: Nélson; Abdelilah Saber, Facundo Quiroga, Beto, Vinícius; Rui Jorge, Aldo Duscher, Delfim, Vidigal; Edmilson e Beto Acosta.

O jogo começou com algum equilíbrio, mas sem as equipas conseguirem causar grande perigo às balizas contrárias. Acosta, para o Sporting, e Pataca, para o Belenenses, tentaram abrir o marcador, mas viram as suas tentativas sair muito distantes do alvo.

Os Leões iam acumulando alguns cantos, nos primeiros vinte minutos de jogo, mas não conseguiam criar real ameaça a partir das bolas paradas. Também de bola parada, Delfim tentou visar a baliza de Marco Aurélio, mas sem problemas para o guardião.

Mesmo sem conseguir elaborar remates perigosos, a equipa do Sporting ia tomando conta do jogo, confirmando o seu estatuto de favorita, vencendo a batalha pela posse de bola, e fazendo circular a bola nas redondezas da área dos da casa. Faltava, no entanto, objetividade.

Por volta dos 33 minutos de jogo, deu-se o primeiro (e único) golo da partida. Ao sétimo canto, finalmente o Sporting conseguiu aproveitamento: cruzamento de Rui Jorge, primeiro cabeceamento de Quiroga e Acosta, sozinho na pequena área, cabeceou a bola para o fundo da baliza do Belenenses, fazendo o seu quarto golo no Campeonato. Um golo que a equipa de Augusto Inácio tinha feito por merecer.

Ao intervalo, o marcador apresentava um 0-1 justo, embora sem grande espetáculo dentro das quatro linhas.

O segundo tempo arrancou com um perigosíssimo remate de Delfim, na cobrança de um livre, a que Marco Aurélio respondeu com uma grande defesa, embora tão subtil, que não foi marcado o respetivo pontapé de canto.

O jogo continuava a pertencer ao Sporting, embora sem muita exuberância. Edmilson, com um potente remate de pé esquerdo, fez estremecer a barra adversária, em mais um lance perigoso para os Leões.

Vítor Oliveira promoveu duas alterações: primeiro, Renato Anjos por Fernando Mendes, aos 61’ e, aos 76’, Lito Vidigal por João Paulo Brito.

A melhor ocasião da equipa da casa, em todo o jogo, surgiu por Gouveia, à semelhança de Edmilson, com um remate de pé esquerdo, de fora da área, que teria batido Nélson, se não fosse a trave a salvar o guardião leonino.

Augusto Inácio mexeu na equipa à entrada para os últimos dez minutos de jogo, tirando Duscher para a entrada de Pedro Barbosa, e, de seguida, fazendo sair Edmilson para entrar o argentino Mauricio Hanuch.

Hanuch ainda foi a tempo de falhar um golo, deixando a defesa do Belenenses alcança-lo, quando corria para a baliza isolado.

Do lado do Sporting, Ayew ainda entrou para o lugar do marcador do golo, Acosta, mas numa substituição feita só com o intuito de gerir o tempo restante do jogo.

Com esta vitória, aproveitando vários deslizes, o Sporting subia para o terceiro lugar, a um ponto do F.C. Porto, e aproximando-se do benfica (dois pontos) que tinha perdido com os rivais do Norte, um dia antes.

Este jogo representava a segunda vitória seguida para o Campeonato, e o segundo jogo de uma série de 23 jogos sem perder na Liga – série que só foi interrompida pelo benfica, em Alvalade, na penúltima jornada. Como é sabido, essa derrota não impediu o Sporting de quebrar o jejum de 18 anos sem ser campeão, já que os Leões venceram o Salgueiros por 0-4 na última jornada, num dos jogos de mais feliz memória para gerações inteiras de Sportinguistas pelo mundo fora.