RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Terça-feira, Outubro 15, 2024

Pelo menos já ganham…

Sporting 2 – 0 Desportivo das Aves

Depois da saída de Silas, a nova aposta de Frederico Varandas foi Rúben Amorim, o quarto treinador do Sporting esta época e o sexto da “era” Varandas. O primeiro jogo do novo treinador leonino seria “aparentemente” o mais acessível possível. O Desportivo das Aves estava numa situação bastante difícil, na última posição, e jogava aqui uma cartada praticamente decisiva para continuar a ter hipóteses de se manter na Liga NOS.

Rúben Amorim, neste seu primeiro jogo, apostava num sistema de três centrais, tática que não é desconhecida para os jogadores leoninos, que já durante muitos jogos foram jogando desta forma nomeadamente com Marcel Keizer e Silas. Os destaques do novo treinador passavam pela aposta de Ilori, que voltava a ter uma oportunidade e de Plata que tem ganho algum destaque voltando à titularidade da equipa.

O jogo ficou marcado, nos primeiros 20 minutos, por duas contrariedades para o Desportivo das Aves e que marcaram de forma decisiva este encontro. A primeira, logo aos 9 minutos. Ruben Macedo fez uma entrada duríssima sobre Wendel e foi admoestado com o cartão amarelo. Contudo, após aviso do VAR, o árbitro Manuel Oliveira decidiu ir ver as imagens do lance e decidiu aplicar o cartão vermelho, expulsando o jogador avense. Poucos minutos depois, nova situação em que Wendel tenta sair para o ataque e é agarrado pelo jogador Luiz Fernando. O médio brasileiro do Aves já tinha levado cartão amarelo por protestos na primeira expulsão e, com esta falta, o árbitro Manuel Oliveira não hesitou e deu ordem de saída ao segundo jogador do Desportivo das Aves.

Com esta superioridade numérica de dois jogadores, o Sporting começou a aproximar-se de forma bastante intensa da baliza adversária. Aos 33 minutos, após uma combinação bem desenhada entre Wendel e Sporar, o jogador esloveno fez o remate rasteiro, com a bola a sair muito perto do poste.

Aos 43 minutos grande oportunidade para o jogador Sporar. Com uma equipa do Aves muito recuada no terreno, estava difícil arranjar espaços de penetração na área, contudo, num lance que começou com um passe a rasgar de Mathieu, o argentino Vietto amorteceu a bola para Sporar. O ponta-de-lança leonino, ao contrário do expectável não rematou logo e optou primeiro por tirar Diakité do caminho e só depois rematar, mas por cima da baliza de Beunardeau. Grande oportunidade perdida.

Logo a seguir, já muito perto do intervalo, nova oportunidade flagrante para o Sporting. Numa das raras vezes em que a equipa leonina apanhou o adversário em contrapé, Acuña e posteriormente Mathieu foram os responsáveis por fazer o transporte de bola para o ataque. O central francês, vendo o argentino Vietto em boa posição em posição frontal, serviu-o e o avançado, ainda fora da área, rematou fortíssimo em direção à baliza, com a bola a embater com estrondo na barra.

Terminava os primeiros 45 minutos. O Sporting não estava a fazer uma grande partida, mas estava a crescer no encontro depois de duas expulsões do Aves, que deixaram a equipa adversária bastante fragilizada.

A segunda parte foi praticamente uma continuação da primeira. Permanecia o Aves no seu reduto defensivo, tentando retardar ao máximo o primeiro golo do Sporting e sem ter hipótese de sair em ataque organizado, por não ter jogadores suficientes.

A primeira grande jogada de perigo do Sporting nesta segunda metade deu-se aos 55 minutos. Numa fase em que mais uma vez o Sporting circulava a bola à procura de um espaço, Battaglia conseguiu perceber a desmarcação de Plata e colocou-lhe de forma perfeita a bola. O equatoriano apareceu de forma completamente livre no centro da área mas cabeceou de forma torta e por cima da baliza avense.

Aos 65 minutos chegou ao fim a irredutibilidade da defesa do Desportivo das Aves! Em mais um lance de ataque organizado, Acuña coloca a bola em Wendel do lado esquerdo do ataque leonino. O médio brasileiro faz de imediato o cruzamento aparecendo Sporar a cabecear de forma certeira para o primeiro golo da equipa verde e branca.

Estava feito o mais complicado para o Sporting e logo a seguir, ainda mais fácil ficou. Em mais um ataque da equipa leonina, Jovane Cabral recebeu a bola do lado direito e cruzou a bola, mas o esférico embateu no braço de Afonso Figueiredo. Manuel Oliveira apontou de imediato para o castigo máximo e Vietto, em frente a Beunardeau, enganou o guarda-redes e fez o 2-0 para os leões.

Até ao final do jogo, o Sporting tentou variadas vezes chegar à frente no terreno, perante um Aves numa situação praticamente impossível de reverter. Ainda assim as ocasiões flagrantes não apareceram e o jogo terminou com dois golos de diferença.

Vitória importante para o Sporting, embora atípica face às incidências do encontro. Rúben Amorim estreia-se assim com uma vitória que lhe dá maior segurança para preparar os próximos encontros.

Análises Individuais:

Maximiano (Nota 5) – Jogo perfeitamente descansado para Max. Apenas uma nota menos positiva para uma saída em falso que felizmente não deu em nada já que Matos Milos não rematou de forma eficaz.

Ilori (Nota 6) – Não teve muito trabalho defensivo e isso facilitou-lhe a vida, mas esteve em destaque ao subir sempre que possível no terreno, tentando encontrar espaços para os avançados.

Coates (Nota 5) – Jogo muito discreto do central uruguaio. Limitou-se a controlar as raras incursões ofensivas do Aves.

Mathieu (Nota 6) – Ressentiu-se de uma lesão e esteve apenas 45 minutos em campo. Mathieu é um jogador acima da média e tem a rara capacidade de jogar bem tanto na defesa como no ataque. Num jogo em que defensivamente não teve trabalho, foi importante no ataque, ao fazer o passe para duas das ocasiões mais flagrantes a nível ofensivo da equipa, como foi o caso do remate de Vietto à barra.

Acuña (Nota 6) – Acuña não se assusta quando tem que fazer o corredor todo e hoje fez mais um jogo esforçado fisicamente. Dá o litro como praticamente mais nenhum o faz, e os adeptos gostam disso.

Ristovski (Nota 5) – O que dizer de um jogador que teve apenas 25 minutos em campo na primeira parte? Nada de negativo, mas sem destaques positivos também.

Battaglia (Nota 6) – Sem grande trabalho a meio campo, o argentino aventurou-se no ataque e teve dois belos apontamentos. O primeiro um remate aos 37 minutos que Beaunardeau defendeu e o segundo, já na segunda parte, uma grande assistência a que Plata não deu o melhor seguimento.

Wendel (Nota 7) – Wendel hoje esteve muito bem. Foi ele o responsável direto pelas duas expulsões do Aves e ainda fez a assistência para o primeiro golo de Sporar.

Gonzalo Plata (Nota 5) – Esteve num plano razoável, embora sem a criatividade de outros jogos passados. Esteve perto do golo aos 55 minutos mas, em boa posição, cabeceou por cima.

Luciano Vietto (Nota 7) – Mais um elemento de ataque a fazer um bom jogo. Deu um aviso na primeira parte ao atirar à barra num grande remate. Na segunda parte marcou o penalty que deu 2-0.

Sporar (Nota 6) – Fez alguns remates perigosos, mas foi o golo aos 65 minutos que lhe deu destaque. Foi um golo bastante importante, num jogo em que a igualdade arrastava-se há demasiado tempo.

Jovane Cabral (Nota 6) – Entrou logo aos 25 minutos para o lugar de Ristovski e deu uma boa resposta ao longo do encontro. Fez um remate interessante logo no inicio da segunda parte e é a partir de um cruzamento dele que o Sporting ganha o penalty do segundo golo.

Francisco Geraldes (Nota 5) – Entrou ao intervalo e até esteve ativo na segunda parte, mas sem nenhum lance de especial perigo em que tenha sido protagonista.

Rosier (Nota 5) – Foi o último a entrar, aos 78 minutos. Nada a destacar.

Rúben Amorim (Nota 6) – Não foi uma estreia empolgante do novo treinador do Sporting, contudo, sempre foi uma vitória. Iniciou o jogo com um sistema de três centrais mas foi-se adaptando às circunstâncias do encontro ao longo do mesmo. O próximo jogo com o Guimarães já terá uma exigência muito superior.

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