RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sexta-feira, Abril 26, 2024

Bruno de Carvalho, Rúben Amorim e Varandas, entram num bar…

Caro leitor, este podia ser o início de uma anedota previsível dos anos 80, mas não, o que é bom, pois até nem aprecio o estilo pela sua previsibilidade e, convenhamos, ausência de humor.

É antes o mote para escrever sobre aquilo que foram estes últimos dez dias no universo leonino, tão fulgurante em acontecimentos, que gerou, uma vez mais, uma epidemia comunicacional no Sporting Clube de Portugal.

Começar pelo fim é sempre um bom princípio.

Confuso, caro leitor?

Não fique, estou a falar do processo do ataque a Alcochete. Começo pelo fim, pois acabou para Bruno de Carvalho e Mustafá, esta farsa onde foram metidos. Acabou para a maioria dos Sportinguistas a dúvida quanto à autoria moral do que quer que fosse. E acabou, também, para a comunicação social, o acompanhamento mediático do caso: esquartejaram, entre outros, o antigo presidente do Sporting Clube de Portugal, e foi nessa cadência lenta, perversa e indigna, que durante dois anos tentaram enterrar vivo alguém a quem nunca foi dada a premissa da presunção da inocência. Bruno de Carvalho, foi alvo de uma perseguição mediática sem precedentes em Portugal, e cuja complexidade de toda a acção deveria conduzir a uma profunda reflexão de todos os cidadãos. Quanto aos culpados, por um dos dias mais tristes vividos no Clube, que se faça justiça.

Talvez devido a este provável desfecho, sem querer antecipar sentenças, até pelo que atrás descrevi, senti Bruno de Carvalho, no seu espaço de comentário, mais assertivo, clarividente e mais focado naquilo que é importante: o superior interesse do Sporting Clube de Portugal.

O anúncio da sua candidatura, para mim, funciona como um contar de espingardas no presente, uma espécie de sondagem à boca das urnas, pois o caminho que tem pela frente, jurídico, para recuperar aquilo que, de forma ilegítima, lhe foi sonegado, o impedirá de concretizar essa acção. Em sentido abstracto, diria que Bruno de Carvalho, será sempre candidato ao Sporting Clube de Portugal.

Esta também foi a semana em que um treinador do Sporting, Silas, foi despedido antes de entrar em campo, e na conferência de imprensa que sucedeu a derrota com o Famalicão, por 3-1, confirmou o seu despedimento e desejou boa sorte ao seu sucessor, Rúben Amorim. Tudo isto sem ninguém da direcção ter comunicado qualquer das situações. Peço desculpa pela descrição dos acontecimentos de forma tão contundente e susceptível de provocar espanto e nausear o leitor.

Apesar de não ser um entusiasta de Jorge Silas, enquanto treinador, subscrevo por inteiro as suas palavras, demonstrativas da desmagnetização da agulha da bússola sportinguista. Obrigado, Silas.

No mesmo plano, primeiro enquanto jogador e depois nas palavras, obrigado, Luís Neto.

Contratámos o treinador mais caro de sempre em Portugal, por 10 milhões de euros, ao Braga. Rúben Amorim, cuja capacidade de trabalho, por ser precoce, é inversamente proporcional ao seu benfiquismo, tem o benefício da dúvida. Até quando, ninguém sabe.

Acredito que Amorim corre muito poucos riscos nesta operação, isto porque, infelizmente, caso falhe, a culpa será sempre do Sporting Clube de Portugal, que neste momento deixou de ser o trapézio, que representa o risco, para se tornar na rede que ampara qualquer queda e irresponsabilidade. Sim, há uma correlação entre trapezistas e roulottes, agora entendi o Francisco Salgado Zenha.

Se este texto fosse uma anedota, que não é, apesar de ter passagens previsíveis e sem qualquer sentido de humor, para os Sportinguistas, era chegada a altura de dar voz à terceira personagem: Varandas.

E aqui dá-se a reviravolta no enredo, pois a última personagem, por norma, era aquela que saía sempre por cima, o mais esperto, o que sabia tirar vantagem da acção a decorrer. Essa personagem não podia ser Varandas, e peço desculpa ao leitor pela ingenuidade do meu plot twist.

Varandas, representa o taberneiro, representa aquele que se ri a bandeiras despregadas com a anedota previsível e sem humor, nunca percebendo que é ele o principal motivo de chacota e que faz corar de vergonha aqueles que o ouvem.

É por gostar de taberneiros genuínos e não gostar daqueles que me fazem sentir vergonha que, mais logo, antes de entrar no José Alvalade, para ver o Sporting jogar, irei marcar presença na manifestação pacífica que pedirá o fim deste marasmo em que o clube se encontra.

Varandas, é uma anedota e corre-se o risco, com a sua continuidade, de o Sporting Clube de Portugal, vir a transformar-se nisso.

Cabe aos Sportinguistas, uma vez mais, impedirem isso.

Viva o Sporting Clube de Portugal

Saudações Leoninas.

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Comments

  1. Telmo alves

    Que grande merda de comparação é o jj já se esqueceu e os milhos que foram recuperados com as rescisões

  2. Mário Sousa

    Parabéns Rui Corte Real texto magnífico, suave, verdadeiro e com humor mesmo falando de coisas tristes.
    Varandas é de facto uma anedota tal como cintras, sobrinhos, jaimes, e todos aqueles que se asenhoraram transitória e imoralmente dos destinos do Sporting.
    A poeira vai assentando, a verdade vindo ao de cima, pena que os fabricantes de notícias não se retratem das difamações que espalharam.
    É tempo de introspecção para todos os sportinguistas, para que o destino seja diferente, para que a desunião interna se desfaça e uma nova força vinda das bases possa dar início a uma nova reconstrução.

    1. Rui Côrte-Real

      Obrigado, saudações leoninas.

  3. Armando Madeira

    Um texto tão rebuscado e mal escrito, mas tão venenoso que me dá vómitos. Sporting sempre!

  4. Anedota é continuarem a falar de Bruno de carvalho, que disse ” deixo de ser sócio e adepto do SCP” e isto foi antes de ser apontado como mentor do que quer que fosse e numa altura em que só se preocupava consigo próprio

  5. jorge mendes

    concordo com o texto, mas estar na manif e depois ir ver o jogo, é de uma falta de coerência, ao estilo vagandas……… tirem me deste filme.

  6. Rui Mestre

    É muito mau dizer que o Sporting é uma anedota desde maio de 2018? Já lá vão 2 anos! SL

    1. Green Marquis

      Deixámos de ser um clube desportivo para sermos um clube de comédia: rir para não chorar.

  7. Neca Pinto

    A questão é mesmo essa, varandas é uma anedota daquelas mesmo fraquinhas e está a transformar o Sporting numa anedota igualmente fraquinha.

  8. Severino Costa

    Não me parece muito coerente, participar numa manifestação de desagrado e revolta e de seguida ir bater palmas e abanar o cachecol!

    1. Rui Côrte-Real

      É uma das várias leituras, interpretações, possíveis. A minha, que penso ser clara, é: contesto a direção, mas apoio, incondicionalmente, o Sporting Clube de Portugal.
      SL

    2. Green Marquis

      Obvio meu caro, mas o que os move é o comodismo.
      Eles vão a Alvalade para irem bater palminhas… a manif é algo que está ali e eles vão lá dar um saltinho para dizerem que participam…. mas depois fazem exactamente o oposto e entram no estádio para legitimar toda esta farsa.

      Infelizmente é o clube que temos e explica tão bem porque chegámos a este ponto.

      1. Rui Côrte-Real

        Para mim também me parece óbvio, até para não levantar essa dúvida, que, um protesto como o de ontem, deveria ser realizado num dia sem jogo de futebol ou modalidades. Isto é, acabava-se a dúvida quanto ao comodismo que refere.
        SL

    3. Adriano Pereira e Silva

      Plenamente de acordo. A manifestação deveria continuar, e durante o decorrer do jogo.