RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Terça-feira, Abril 23, 2024

Sporting, és a nossa fé?

Dou hoje início à minha participação no Rugido Verde, cujo convite muito me orgulha e onde tudo farei para honrar os pergaminhos do nosso querido Sporting Clube de Portugal, em salutar convivência com os mais de 3 milhões de adeptos que representam a família leonina, e por todos aqueles que, nesse universo, aspiram a um clube grande, tão grande como os maiores da Europa.

Resolvi começar a minha participação com uma interrogação: Sporting, és a nossa fé? Porquê, pergunta o leitor? Aquando do convite, inesperado, interroguei-me sobre qual seria a mais valia para o universo Sportinguista de poder emitir a minha opinião sobre o Sporting Clube de Portugal. De que forma este contributo, simples, me ajudaria, nesta fase conturbada, descaracterizada e disforme na vida do clube, a olhar para aquilo que acredito ser o nosso desígnio: ser o crónico campeão, reconhecido, respeitado e temido, na Europa e no mundo.

Ora, pensará o leitor, esse desígnio é, no actual momento, uma questão de fé, irracional, inatingível. E pensa com razão. A questão central aqui, e que me levou à interrogação que dá título a este texto, é o abandono da fé no clube, para dar lugar a uma racionalidade que, a meu ver, tende a afastar os Sportinguistas da experiência, única, de ser sócio, adepto ou simpatizante deste enorme clube.

Em conversa com amigos de longa data, companheiros de década de bancada, com quem tive, e tenho, felizmente, a oportunidade de ter, ao longo deste percurso, conversas intermináveis sobre esta paixão que nos une, costumo dizer: nunca vi um 13 de Maio na Cova de Iria, em Fátima, vazio, sem crentes, por mais conturbada que seja a vida de cada um. Todos eles, em comunhão, ali se deslocam para demonstrar a sua fé, pois acreditam.

Este é o âmago da minha questão, caro leitor, a perda da fé, crença, no nosso clube é uma realidade que não podemos escamotear. Por comparação, que admito abusiva mas que ajuda a dar forma a esta ideia, o nosso santuário, o Estádio José Alvalade, tem sofrido nos tempos mais recentes uma debandada de fiéis, desiludidos com o clube, descrentes e incrédulos com a forma como alguns Sportinguistas têm sido tratados por quem elegeram e não respeita e que, por esse motivo, vivem de forma isolada esta paixão. 

Os Sportinguistas deixaram de acreditar. O Sporting deixou de ser a nossa fé. Bem sei, caro leitor, que a afirmação anterior é fria, dura, mas para mim, incontornável por ser tão cristalina e merecedora de reflexão. Foi essa reflexão, que venho fazendo faz tempo, que me levou a aceitar o desafio de escrever sobre o Sporting Clube de Portugal. Foi o efeito de catarse e expiação daí resultante que, neste momento, vou utilizar para voltar a estar mais perto do clube, mais crente e disponível para ajudar.

Nessa catarse que agora partilho consigo, caro leitor, veio-me à memória, e tão actual por paradoxo, o ano de 2002, aquando do lançamento do CD da nossa mítica claque Juventude Leonina, cujo título “Só eu sei porque não fico em casa”, assinalava de forma categórica o título nacional conquistado.

Aposto que no confessionário leonino, todos nós confessaríamos que aquele CD tocou tantas vezes, mas tantas vezes em cada carro, em cada casa, que não há-de haver um único exemplar sem riscos. E, na minha opinião, caro leitor, foram poucas vezes. Tudo é pouco quando se trata do Sporting Clube de Portugal. 

A faixa número 12 desse CD, tem por título ” O mundo sabe que…” que veio, anos depois, a dar origem à entrada dos nossos rapazes, com a verde e branca vestida e leão rampante ao peito, no nosso santuário, qual Nossa Senhora em cima de uma Azinheira. 

Já a faixa número 6, cujo título, “Curva belíssima”, me ajudou à composição deste texto e retrata o actual momento do clube, observável  pela decomposição do refrão:

1 – Uma curva belíssima: Neste momento, a direcção que, alegadamente, dirige os destinos do nosso clube, tenta acabar com essa curva. Uma vergonha.

2 – Uma equipa fantástica: Neste momento, a direcção que, alegadamente, dirige os destinos do nosso clube, é responsável pela construção de uma das piores equipas do crónico Sporting Clube de Portugal. Uma vergonha.

3 – És a nossa fé: Neste momento, a direcção que, alegadamente, dirige os destinos do nosso clube, lançou um manto de ateísmo sobre os Sportinguistas, tornado-os descrentes no clube. Uma vergonha.

4 – Força Sporting Allez: Neste momento, aqueles que são atacados pela direcção, que, alegadamente, dirige os destinos dos nosso clube, gritam, e vão gritar sempre, Força Sporting Allez. 

Quanto à pergunta inicial e chegado ao final desta pequena contribuição, lhe digo, caro leitor: os sócios são o maior património do Sporting Clube de Portugal e o clube é a sua fé. Apesar de se viverem tempos obscuros, será nestes espaços, como o Rugido Verde, de genuína congregação leonina, que irei, iremos, lutar por um clube mais justo, mais transparente e unido.

Iremos lutar contra aqueles que, por representatividade mediática no espaço público (TV, rádio e jornais) se acham donos do clube e o olham, entre pares, como uma coutada.

Iremos lutar contra aqueles que se acham o Oráculo de Delfos da interpretação estatutária.

Iremos lutar contra aqueles que, envergando o símbolo do Sporting Clube de Portugal, tenham um discurso afastado da sua dimensão e que envergonha os seus fundadores e a sua centenária história.

Iremos lutar contra este futebol moderno que, de forma peregrina, tenta capturar um clube que sempre será dos sócios.

Iremos lutar pela democracia, direitos, liberdades e garantias, consagradas na constituição e nos estatutos do clube. 

Iremos lutar para que a resposta dada à pergunta que dá origem a este texto seja: Sim, Sporting, és a nossa fé.

Fica ssim, caro leitor, dado o mote das minha futuras intervenções, neste pequeno texto, estado de alma, sobre o sempre nosso, Sporting Clube de Portugal.

Até Breve

Viva o Sporting Clube de Portugal

Saudações Leoninas 

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Comments

  1. jorge mendes

    quando estes assaltantes, estão ilegalmente à frente dos destinos do clube e nunca mais vemos à luz do dia a famosa acta de 23/06 e lemos um comunicado onde dizem que Alcochete foi o pior dia da história do clube, esquecendo os que foram assassinados, prova uma cartilha para influenciar o julgamento e desculpar derrotas futuras, não há fé que resista……