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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Uma vitória que acalenta esperança

Gil Vicente 0 – 2 Sporting

Duelo repetido da equipa do Sporting frente a um Gil Vicente que ganhou o primeiro “round” para o campeonato nacional. Desta vez defrontavam-se a contar para a Taça da Liga, prova em que o Sporting não iniciou da melhor forma frente ao Rio Ave e isso colocava os leões em posição bastante tremida nesta competição, não dependendo apenas de si próprio para passar à fase final.

Jorge Silas optou por fazer algumas alterações relativamente à última partida, antevendo também a proximidade com a próxima jornada do campeonato, no domingo à tarde, ante a equipa do Moreirense. Destaque para o regresso de Renan e Coates à habitual titularidade e às promoções ao onze inicial de Neto e Miguel Luís, este último muitas vezes requisitado quando o treinador muda o sistema tático para um losango a meio campo.

O Gil Vicente foi a primeira equipa a criar perigo. Logo aos 14 minutos, após uma jogada de contra-ataque da equipa minhota, Naidji endossa a bola para Lourency que em boa posição faz um remate forte, a cerca de 30 metros, com a bola a passar ligeiramente por cima da baliza de Renan.

Aos 19 minutos, a primeira grande oportunidade para o Sporting. Após uma bola ganha por Wendel no lado esquerdo do ataque, o médio passa a bola para Bolasie que, vendo uma oportunidade de remate, não hesita e desfere o pontapé para uma excelente intervenção do guarda-redes gilista. Na sobra, Bruno Fernandes cruza atrasado para Luiz Phellype que não consegue finalizar com sucesso.

O jogo entrou depois numa fase de maior confusão e desacerto, com alguns passes falhados e lances de alguma agressividade devidamente punidos com cartão amarelo. Só aos 42 minutos é que se voltou a ver o Sporting perto da baliza do Gil Vicente, numa jogada em que Bruno Fernandes recebe um passe longo e teleguiado de Acuña e finaliza com sucesso. Contudo, o lance foi anulado por fora-de-jogo do capitão leonino.

A última nota de destaque nesta primeira parte vai para um lance da equipa de Barcelos aos 45 minutos. Mais uma vez rápido contra-ataque e com os dois jogadores da frente, Naidji e Lourency, a combinarem de forma perfeita, mas com o lance a terminar com um remate fraco do extremo esquerdo Lourency para defesa fácil de Renan.

Noite fria e jogo frio no Estádio Cidade de Barcelos com duas equipas que não pareciam ter uma grande vontade de arriscar, ainda que precisassem obrigatoriamente de fazê-lo para acalentarem ainda alguma hipótese de passar à fase seguinte da Taça da Liga.

A segunda parte iniciou-se com uma grande oportunidade do Sporting. Depois de um canto marcado por Bruno Fernandes do lado direito, a bola é afastada pela defesa do Gil e sobra para Wendel. O médio brasileiro faz um cruzamento de belo efeito, com a bola a chegar novamente a Bruno Fernandes que, numa posição muito favorável, desperdiça uma ocasião flagrante, atirando torto ao lado.

Após novo golo anulado ao Sporting por fora-de-jogo, o Sporting tem novamente uma enorme oportunidade. Um mau passe de Romário Baldé permite um bom envolvimento da equipa leonina, com a bola a chegar a Miguel Luís que, por sua vez, centra para um bom cabeceamento de Luiz Phellype permitindo uma grande defesa de Denis.

A segunda parte, embora decorrendo sem golos, foi ganhando uma dinâmica mais forte. Aos 62 minutos, boa oportunidade  por Bolasie, ao rematar novamente ligeiramente por cima.

Pouco depois nova grande ocasião para o Sporting. Bruno Fernandes, em posição frontal, faz um grande passe aproveitando uma desmarcação de Ristovski. O lateral direito da Macedónia coloca a bola de cabeça para trás, aparecendo Luiz Phellype, de rompante, rematando por cima.

Nos últimos 20 minutos do jogo sentiu-se algum défice físico por parte das duas equipas. Foi já nos últimos minutos que o jogo ficou decidido. Aos 88 minutos, após uma falta no limite da grande área sobre Bruno Fernandes, o capitão do Sporting cobra exemplarmente fazendo o primeiro golo da equipa. Já nos descontos e depois de uma expulsão de Acuña, o Sporting fecha a partida com um golo de Vietto. Numa rápida transição, a bola chega a Bruno Fernandes que, com um passe a rasgar a defesa do Gil, coloca a bola em Vietto. Em frente ao guarda-redes Dénis, o avançado argentino pica a bola e não perdoa fazendo o segundo golo da equipa.

Depois de uma primeira parte a roçar o zero, o Sporting melhorou na segunda-parte, criando algumas ocasiões importantes. Contudo, foi já na parte final da partida que conseguiu resolver o jogo, muito por “culpa” do seu capitão Bruno Fernandes, que inaugurou o marcador e deu o segundo a marcar a Vietto. Ainda assim, com estes três pontos. o Sporting não facilita muito a sua situação, continuando a não depender exclusivamente do seu resultado na última jornada para passar à Final 4 da competição.

Análises Individuais:

Renan (Nota 6) –
Não teve um jogo de grande trabalho e foi resolvendo as poucas situações com normalidade.

Acuña (Nota 3) – Merece esta nota bastante negativa depois de um mau jogo, com falhas defensivas que permitiram ao Gil Vicente criar algum perigo a espaços. Perdeu a cabeça durante a segunda parte e esteve várias vezes perto da expulsão, até levar o segundo amarelo aos 90 minutos.

Neto (Nota 6) – Não esteve em grande destaque no jogo, nem de forma positiva, nem de forma negativa. Conseguiu resolver os desafios, especialmente defensivos, que lhe foram sendo colocados ao longo do jogo.

Coates (Nota 6) – Voltou à titularidade e esteve, tal como o seu colega do eixo da defesa, eficaz. Nota para um grande corte aos 66 minutos a um cruzamento do Baldé não permitindo a bola chegar a Naidji que ficaria em posição de golo.

Ristovski (Nota 5) – Foi outro dos jogadores que voltou ao onze titular, mas esteve bastante discreto. Não foi neste jogo que recuperou a titularidade a Rosier, não obstante a fragilidade deste último.

Doumbia (Nota 5) – Mais um jogador que não se destacou. Passou ao lado do jogo.

Wendel (Nota 6) – Mesmo sem fazer uma grande exibição, foi dos jogadores mais dinâmicos e esclarecidos a meio campo. Nota para um grande cruzamento para Bruno Fernandes aos 49 minutos que quase deu golo.

Miguel Luís (Nota 5) – Mais uma oportunidade desperdiçada de Miguel Luís. Não acrescentou nada ao meio campo do Sporting e a sua melhor jogada foi segundos antes de sair ao fazer um cruzamento para Luiz Phellype que deu origem a uma boa oportunidade do Sporting.

Bruno Fernandes (Nota 7) – Mais um jogo em que salvou a equipa. Não tendo feito um dos seus melhores jogos da época, foi fundamental nesta vitória com mais um golo marcado de livre direto e uma assistência para o segundo golo da equipa já nos descontos.

Bolasie (Nota 6) – Foi sem dúvida dos jogadores mais esforçados no ataque do Sporting. Teve um remate na 1ª parte que acabou por ser a melhor oportunidade da equipa nessa metade do jogo. Também na segunda parte, aos 62 minutos, fez um remate com muito perigo que saiu ligeiramente por cima da baliza do Gil Vicente.

Luiz Phellype (Nota 5) – É um jogador que se dedica quase exclusivamente ao seu papel de finalizador e não procura outros espaços. Isso num Paços de Ferreira é suficiente, mas num clube como o Sporting pede-se mais, muito mais. Hoje passou mais uma vez ao lado do jogo e apenas foi notado aos 54 minutos com um cabeceamento para uma grande defesa de Denis.

Rafael Camacho (Nota 5) – Entrou aos 55 minutos para o lugar de Miguel Luís, mas não foi capaz de criar desequilíbrios.

Jesé Rodriguez (Nota 5) – Entrou aos 74 minutos, mas também não teve muita influência na frente de ataque.

Vietto (Sem avaliação) – Vietto entrou a poucos minutos do final e ainda foi a tempo de marcar o segundo golo e fechar o jogo. Bom gesto técnico ao picar a bola em frente ao guarda-redes.

Silas (Nota 5) – Depois de uma derrota preocupante no último fim-de-semana contra o mesmo Gil Vicente, para este jogo Silas alterou o sistema tático, introduzindo um losango a meio campo. Não foi isso que alterou de forma positiva o jogo do Sporting. Este jogo para a Taça da Liga foi praticamente uma continuação do jogo anterior. Num jogo lento e com poucas oportunidades, mesmo com alguma razoabilidade na segunda parte, valeu pela qualidade de Bruno Fernandes ou estaríamos aqui a falar de novo desaire. O cansaço não justifica tudo e há muito ainda para fazer por parte de Silas.

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