RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quinta-feira, Abril 25, 2024

Nós estamos sempre cá. Vocês sabem lá…

Vou escrever um texto em que vou tentar abordar o papel de uma claque no seu estado puro. Vou deixar de lado os processos judiciais que as envolvem, os comportamentos por vezes menos próprios que possam ter e, no fundo, centrar-me naquilo que realmente acrescentam ao espectáculo através da sua presença e actuação dentro dos recintos desportivos.

Vou tentar fazê-lo da forma mais sintética possível e, para isso, vou socorrer-me de um episódio específico.

No passado sábado tive a felicidade de me poder deslocar ao local onde mais e melhor me consigo identificar com os ideais do meu Sportinguismo: o nosso Pavilhão. Pavilhão esse, que tem o nome do grande Presidente com o qual cresci e que foi mandado construir pelo Presidente de que mais gostei desde que esse se afastou. Ali vive-se realmente um ambiente especial.

O jogo era apetecível: Andebol, Liga dos Campeões, Pavilhão João Rocha. Tudo o que era necessário para uma tarde em cheio e de ambiente infernal para os nossos adversários e motivacional para os nossos jogadores.

Cheguei relativamente cedo, como gosto, e em boa companhia. As bancadas foram a pouco e pouco ficando compostas, enquanto conversava com quem me acompanhava e com alguém amigo que entretanto chegou. Fomos discutindo o momento do nosso clube e a hora do jogo começar acabou por chegar.

No entanto, havia qualquer coisa que faltava e me estava a deixar um pouco triste e apreensivo, porque é uma coisa que sempre gostei de ver e que acho tremendamente importante.

Faltavam as claques.

Faltavam os cânticos, faltava a alegria, faltava a mística, faltava o espectáculo dentro do espectáculo, faltavam os bombos a marcar o ritmo. A bancada das claques tinha meia dúzia de pessoas e isso deixou-me realmente triste e desiludido. Pensei que não iam aparecer.

De facto, estava enganado. Quando chegou a hora, eles apareceram. Eram realmente menos que o habitual, uns identificados e outros não, uns com tarjas e outros não, uns com os bombos e outros não, mas todos em conjunto com os cânticos e com a voz que ninguém lhes pode tirar lá começaram o espectáculo dentro do espectáculo.

O que é certo, é que o ambiente foi muito diferente (para melhor) quando eles entraram e com os seus cânticos encheram o pavilhão, motivaram os jogadores e o resto dos adeptos que gosta de os acompanhar no apoio à equipa. Comoveu-me a forma e a força com que o fizeram. Retiram-lhes os meios, mas não lhes conseguem retirar a vontade e o sentimento. E sei que quando o Sporting jogar num estádio descoberto e longínquo, à chuva e ao vento, ou num pavilhão no fim do mundo a um dia de semana, eles vão lá estar.

Serão eles que vão apoiar os nossos atletas. sempre, independentemente dos sacrifícios pessoais. Sacrifícios, sim. Porque aquilo não é só gozo, tem muito de sacrifício e eu admiro-vos por isso, membros das claques, e por isso grito hoje por vós:

NÓS ESTAMOS SEMPRE CÁ. VOCÊS SABEM LÁ.

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Comments

  1. Maria Magalhães

    Concordo com as suas palavras e comungo dos seus sentimentos! Talvez por ser velha preciso da alegria deles que tão bem sabem contagiar! Ser novo é ser irreverente! E quando não se é irreverente com z idade deles, é nz minha?!
    Estou cá para me divertir! E alinhar com eles para abrilhantar o espectáculo! SL

  2. ZédasCouves

    Grande texto.
    É verdade, eles nao sabem.