RUGIDO VERDE

Boas malta.

Na última convocatória para a seleção apareceu o nome de Domingos Duarte e eu pus-me a pensar, “Fogo, é bom para estar na seleção, mas não para jogar no Sporting?”

Olhando para o plantel do Sporting e vendo Ilori e Neto, este pensamento deixou-me muito triste e revoltado. Porquê gastar dinheiro com este tipo de jogadores quando podemos ter bons jogadores vindos dos nossos escalões de formação?

Se olharmos mais a fundo, vemos jogadores como Jesé, Fernando e Eduardo que estão a retirar espaço a Matheus Pereira, Iuri Medeiros e Daniel Bragança. E a pergunta que eu faço é, porquê? Porque são jogadores com bons empresários e que rendem boas comissões e, por isso, merecem mais oportunidade que os homens da casa? Porquê apostar em jogadores que chegam lesionados ou desmotivados, quando há bons jogadores ambiciosos e com vontade de representar este clube?

Se estamos tão mal de finanças, porque é que fazemos este tipo de negócio, quando temos bons produtos que já deram, ou estão a dar, carta lá fora? Porque reclamam oportunidades no onze ou só porque a sua saída enche os bolsos dos dirigentes que apregoam aos sete ventos uma aposta na formação?

Se o “projeto” desta direção assenta na formação e na valorização da Academia, porquê esta relutância em trabalhar com os jogadores que de lá saíram? Até quando é que vamos ver jogadores a brilhar lá fora (como o Matheus Pereira e o Domingos Duarte) e a olhar com um sentimento de impotência? Pois, é exatamente aquilo que eu sinto neste momento…

Bem sei que o problema pode vir do treinador, por exemplo Jorge Jesus não gostava de ser obrigado a trabalhar com certo tipo de jogadores, mas o projeto deve estar acima do treinador. Neste momento, Silas tem de trabalhar e lançar jogadores na equipa, para que possam crescer e serem valorizados. Não serem esquecidos e serem praticamente oferecidos como aconteceu, nomeadamente nesta temporada com vários jogadores que saíram e que, na minha opinião, são superiores aos jogadores que entraram ou já se encontravam no plantel.

Com esta reflexão não quero dizer que é “obrigatório” existir uma aposta num jovem jogador só porque ele é da formação. Por exemplo, sou crítico da continuidade e aposta no Miguel Luiz, que é um jogador que devia ser emprestado para conseguir ganhar confiança, para arriscar mais, algo que no contexto deste Sporting é difícil.

É essencial que exista uma melhor avaliação e, principalmente, mais paciência para os jogadores da nossa casa, coisa que tenho vindo a notar com alguma frequência, em relação a jogadores que, para mim, nem deveriam ter posto cá os pés. Tomando o exemplo de Jesé, que foi um jogador que veio já sem nenhuma ambição e cheio de “manhas”, mas que ouvi muita gente a pedir paciência porque tinha jogado aqui ou ali…

No projeto que o Varandas tanto fala, onde a base da equipa assenta na formação, estes erros não podem acontecer. Os Sportinguistas merecem ver os seus jogadores a terem oportunidades reais e não a serem preteridos.

Os negócios de Demiral, Domingos Duarte, Matheus Pereira e Iuri Medeiros são motivo de vergonha para qualquer Sportinguista que acredita que o caminho para termos um plantel competitivo e cheio de jovens talentos passa pela Academia. Esse projecto tem de ser bem mais inteligente para aproveitar os jogadores enquanto cá estão, em vez de andarmos a tentar recuperar promessas esquecidas ou a dar lugar a jogadores emprestados que de nada vão servir os interesses do Sporting no futuro.

Com isto, despeço-me de todos vocês e agradeço, mais uma vez, à equipa do Rugido Verde por me ter dado a oportunidade de partilhar a minha reflexão com todos vocês.

Saudações Leoninas, Kira