RUGIDO VERDE

Todos percebemos no dia em que Frederico Varandas foi eleito, que este não seria mais do que uma peça decorativa, de mau gosto acrescente-se.

Momentos após ter sido eleito e ter tentado discursar, algo que lhe é evidentemente impossível como posteriormente se tem vindo a confirmar, Frederico desceu do palanque. Mas no momento em que os jornalistas se preparavam para efectuar a primeira entrevista ao recém eleito presidente, eis que o Grilo Falante, vulgo Dr. Rogério Alves, se chegou à frente e, na sua forma eloquente habitual, fez o real discurso.

Uma imagem forte com o PMAG como protagonista e um Frederico subserviente, acabrunhado nas suas costas.

Esta imagem caracteriza na perfeição a presidência do Dr. Frederico e o papel que desempenham tanto ele como o Grilo Falante.

Na quinta-feira, dia 10 de Outubro, realizou-se mais uma AG do clube. Uma AG que se previa complicada. Tanto assim era que os dias anteriores foram férteis em propaganda, cheios de anúncios pífios, tentando aligeirar um dia que se previa quente por todos os motivos e mais alguns. Aliás, e num aparte, outra imagem de marca deste mandato, que nasceu das máquinas de propaganda e sucumbirá às mesmas.

A reunião de sócios foi efectivamente complicada, com episódios pouco dignificantes, com especial enfoque, pelas posições e responsabilidades que estas aportam, no comportamento de vários elementos dos Órgão Sociais, desrespeitando os sócios que, goste-se ou não (palavras do sr. Doutor), o são de pleno direito, sejam brunistas, varandistas, moderados ou o que quiserem. 

Depois de mais uma AG à Lex Rogério onde, entre outras coisas, se vota no desconhecido e sem prévia discussão, porque é… chato, saíram os resultados, com o orçamento a passar com mais votos mas menos votantes e, mais uma vez, foi notória a importância e a urgência de acabar com esta fantochada de vários votos por pessoa. Existem muitas formas de premiar a fidelidade dos sócios que não coloquem em causa algo tão simples como voto valer a vontade da maioria. 

Os resultados da AG foram muito relevantes, pois pela primeira vez desde que foi eleito, teve menos votantes numa AG (ndr. todos sabemos que os votos não foram no orçamento).

Após a AG, tivemos oportunidade de assistir à caminhada do presidente (Quo Vadis Cersei)  enquanto era interpelado pelos jornalistas, ou seja, tivemos mais um espectáculo ao nível a que nos habituou, num estilo frouxo mas, ao mesmo tempo, deplorável, a fazer lembrar uma criança a quem roubaram o chupa (olá Teresa). De qualquer forma, irrelevante, coerente com a imagem do primeiro dia após ser eleito. Faltava o Grilo Falante.

E como sempre, este não desiludiu na ilusão das palavras, arte que domina como ninguém, enrolando e focando o horizonte onde lhe interessa, transformando o óbvio no relativo, cantando e encantando. No fundo, o que faz há décadas, com uma incrível aceitação sportinguista, fruto de algo que só se pode compreender recorrendo ao Síndrome de Estocolmo, já aqui trazido ao Rugido de forma excelente, pela minha colega de escrita Frederica Marquises.

O que o Grilo Falante não faz, porque não quer ou não sabe, é desempenhar a função de PMAG para que foi eleito, cumprindo com o que os estatutos determinam (e não só os que lhe agradam), mas agindo também de acordo com o que o bom senso recomenda.

Um PMAG não é eleito para fazer de escudo de Conselhos Directivos. Se o Dr. Rogério, ao fim de tantos anos, ainda não o percebeu ou se recusa a aceitar, a porta da rua é serventia da casa.

Dr. Rogério, acredite, é um favor que fará a si próprio, pois o tempo há muito que não corre de feição e cada vez são mais os sócios que já só ouvem cri-cri cri-cri a cada intervenção sua. Dessa forma, não tarda, será apenas um grilo.

Nota: não deixa de ser interessante a indignação que as filmagens da AG provocam, que eu até o compreendo, quando hoje temos um presidente que está onde está fruto das imagens saídas de um espaço onde o mesmo estava sorridentemente presente, contribuindo para a implosão do clube e graves danos na marca. Quem com ferros mata, com ferros morre. Ou o contrário, no caso de Varandas.