RUGIDO VERDE

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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Capuchinho Vermelho à Varandas

Era uma vez um médico de um clube e esse médico quis tornar-se presidente à força.

E era uma vez o Capuchinho Vermelho, cuja mãe lhe pediu encarecidamente que esta fosse urgentemente à casa da sua avó, pois ela estava imensamente doente.

Esta parte da história nunca a percebi muito bem. Como é que uma mãe pede à sua filha para ir sozinha, podendo estar sujeita a inúmeros perigos que uma floresta pode ter? Tal como nunca percebi muito bem, como é que um médico do clube se meteu “sozinho” ao terreno, com a cesta debaixo dos seus braços, sem que o presidente em funções estivesse destituído e com a equipa de futebol em lugar incerto?

Bem, se calhar esta parte até percebi, mas prossigamos.

Capuchinho Vermelho foi a medo, mas a sua coragem não a impediu de desistir, tal como o senhor Varandas. No entanto, ao contrário da Capuchinho, este herói de Kandahar respirou bem fundo, meteu-se a caminho e foi de peito feito sem qualquer pingo de receio. O horror, esse, tinha-se deixado ficar por Alcochete.

Foram inúmeros os barulhos que a Capuchinho ouvia por entre os arbustos lá no fundo da densa floresta. Eram ramos a estalar, ruídos de caminhadas por entre as árvores, arbustos a mexerem-se, e isso não a deixava sossegada e tranquila, pelo contrário assustava-a e muito, mas nada podia fazer pois estava ali sozinha. Ela nunca se esquecera do que a sua mãe lhe dissera antes de sair de casa: “Filha, nunca pares, não olhes para trás, e nunca te distraias com as coisas da floresta”.

O Varandas, esse, seguia tranquilo na sua jornada, sem barulhos estranhos da comunicação social, sem algazarras e gritarias dos sócios do Sporting, sem grandes agitações de notáveis e gente de bem, galgando o terreno pleno de confiança como se tivesse visto o seu futuro numa bola de cristal, pois tudo lhe corria bem, pois tudo corria como previsto.

Os sócios do Sporting, esses, esqueceram-se do que lhes foi dito noutros tempos. Esqueceram-se de que não podiam confiar nas Cofinas, nos comentadores, e que personagens como Varandas, estavam sedentas de vingança e poder.

Não escutaram.

Depois de uma longa caminhada, eis que a casa da avó da Capuchinho começa a aparecer no horizonte. Estava cansada a pobre menina, mas aliviada. Esta bate à porta e a avó que estava doente diz para entrar.

Tudo corria bem a Varandas. A mensagem de que o maluco que lá esteve anteriormente tinha deixado tudo de pernas para o ar, estava a ser passada. São cartilheiros, são as mesmas sanguessugas de outrora, é o presidente do clube rival. É uma casa de horrores. O Sporting está doente dizem eles.

Capuchinho vai ao quarto de sua avó e há qualquer coisa que não está bem. De resto, já todos sabemos a parte final desta história, certo? O Lobo mau come a avó e a menina é salva por um valente e forte caçador.

Na realidade varandista, tudo é belo, mas a gestão desleixada, despreocupada e irresponsável levada a cabo pelo próprio Varandas (ou não) e pelos seus boys, vai tornar-se nesse lobo mau.

Essa mesma estrutura de meninos de coro que mais parece um bando de estagiários sem experiência no mundo encantado dos brinquedos, vai ruir. E neste momento o seu brinquedo é o Sporting.

Já se começam a ouvir vozes de desagrado. Os mesmos que apoiaram o lixo que temos hoje no clube, já começam, uma vez mais, a dobrar e a torcer a coluna e Varandas já começa a dar sinais de alguma impaciência, hostilidade e nervosismo.

Um tipo que não permite qualquer tipo de contestação ao seu medíocre trabalho, um tipo que se tem revelado mentiroso, incoerente e divisionista.

Tal como na história, a avó de Capuchinho Vermelho são os sócios. Esses foram novamente trucidados e comidos pelo lobo mau. Ficaremos então a aguardar pelo caçador, pela próxima pessoa, pelo próximo salvador, pelo próximo presidente que realmente olhe pelo clube sem qualquer tipo de interesses pessoais, monetários e outros.

Será que esse momento alguma vez irá chegar ou ficará o clube para sempre confinado a uma qualquer barriga de aluguer de um qualquer grupo económico?

Nota do Editor: texto enviado pelo nosso leitor Leão Comuna

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Comments

  1. Creolina de Alvalade

    Excelente crônica e analogia com a história que todos conhecemos do Capuchinho vermelho.

  2. GreenLantern

    A história do Capuchinho é basicamente para ensinar as meninas que se forem para o bosque e não tiverem cuidado com o lobo mau acabam violadas.
    Isso de comer avózinhas é para encher.

    Neste caso o Capuchinho já foi violado, multiplas vezes, mas continua a ir para o bosque e continua a dar troco aos lobos. O problema é que qualquer dia o rabo não aguenta e nem com um cavaleiro andante a ajudar se safa.