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Quinta-feira, Março 28, 2024

Formação do Sporting: Como combater a fuga de talento?

(Yahoo Sports)

Mesmo com as regras de transferências de jogadores que a FIFA impõe cada vez mais um clube de futebol se vê desprotegido contra a insatisfação e ambição dos seus talentos. Como se combate isto?

Este artigo acima fala muito na formação moral e nos princípios. Isso é tudo muito bonito, mas como dizem os americanos “money talks, bulshit walks” – Ou seja, o $ fala, o resto pode ir à vida.

E meus amigos, não hajam ilusões aqui, esta é a relação entre um empregador e o seu empregado, mais nada. Não se deve odiar um empregado por querer melhorar as suas condições noutro lado. Por muitos pózinhos e lições de Sportinguismo que se dê, no final o $ é que faz a diferença.

O futebolista é um prestador de serviços e, numa empresa cujo seu maior activo são os seus funcionários, é quase impossível obrigar as pessoas a ficar. Já fui director de uma empresa desta natureza durante muitos anos e o melhor a fazer é agradecer por tudo, dar um aperto de mão e desejar boa sorte com toda a sinceridade mantendo o contacto e vigiando uma oportunidade de os trazer de volta.

A solução é só uma, Pagar. Pagar bem, como se paga nas maiores transferências do plantel, e assegurar que estão sempre a receber um pouco mais do que merecem e não se acomodam. Dar o mesmo salário de um Vietto ou Diaby ao melhor talento dos juniores, pagar 3 ou 4 milhões de prémio se for preciso. E no dia em que alguém bater muito mais $ do que podemos, é apoiar e desejar boa sorte. Isto, se o rapaz tiver talento, obviamente.

Ora, isto não acontece na maioria dos clubes de futebol por uma simples razão: não há muito $ a rolar em renovações de contrato com miúdos da cantera.

É sempre mais fácil rapinar comissões milionárias pela porta do cavalo quando se compra entulho a clubes da II divisão brasileira ou argentina. Esta é a essência do problema, os jovens da casa não rendem para quem lidera.

Os lampiões de alguma forma perceberam isto e encontraram outra fórmula, pagam muito bem aos miúdos deles e promovem o seu valor. Depois claro, há a lavandaria do mendes a fabricar mendilhões, mas isso é já no “downstream”, ou seja, depois dos miúdos terem tido todas as condições para brilharem com a camisola do clube ao peito.

No último jogo vi o miúdo Bragança entrar em campo e no espaço de 20 minutos eclipsar um tal de Vietto que na primeira parte andou perdido em campo, pensei: “já estás fodxxxx.” Sabem porquê? Porque cada vez que um destes miúdos mostra o seu talento, toda gente pergunta: Mas foram buscar aquele coxo a Inglaterra por uma fortuna e não apostam neste craque porquê? E isso, meus amigos, parece mal… envergonha a direcção, portanto “volta lá para os sub-23 que levas já com um empréstimo ao Famalicão e ao Farense no ano que vem para não chateares mais.”

Percam as ilusões, formamos Homens sim, mas não somos liderados por Homens com H grande. O que acontece com este miúdo é o reflexo da liderança fraca que os comanda e é, em última análise, um falhanço da direcção do clube em oferecer ao talento o $ que lhe é devido.

Leão Lorosa’e

Nota do editor: Este texto foi submetido por um dos nossos leitores

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Comments

  1. Chairman Meow

    Grande posta, especialmente nestes dois parágrafos:

    “Ora, isto não acontece na maioria dos clubes de futebol por uma simples razão: não há muito $ a rolar em renovações de contrato com miúdos da cantera.

    É sempre mais fácil rapinar comissões milionárias pela porta do cavalo quando se compra entulho a clubes da II divisão brasileira ou argentina. Esta é a essência do problema, os jovens da casa não rendem para quem lidera.”

    Isto é o modus operandi desta direcção. Estamos a despachar tudo o que é jovem para ir buscar entulho a preço de ouro, veja-se o caso Rosier e quem fez o trajecto inverso. Eles ainda se devem estar a rir com tão bom negócio e nós ficámos com um mono que só serve para encher a enfermaria.