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Quarta-feira, Abril 24, 2024

Época 2019/2020: Crónica de (mais) uma época de previsível insucesso

Eu costumo dizer que um candidato ao título para o ser tem de lutar SEMPRE pelo título máximo e inclusivamente vencê-lo regularmente.

Nenhuma destas premissas se aplica ao nosso Sporting. Desde que me lembro de ver futebol, vi o Sporting lutar pelo título meia dúzia de vezes. E vencer apenas duas.

Para a época que aí vem não se prevê, em minha opinião, grande campanha da nossa equipa de futebol.

Marcel Keizer já mostrou ser insuficiente para levar esta nau a bom porto. Típico treinador holandês, quando chegou a Alvalade deu logo um ar da sua graça, com futebol ofensivo, golos, bom entretenimento para a plateia Sportinguista. Mas como é também típico da escola holandesa, mostrou ser muito fraco defensivamente, sofrendo sempre muitos golos.

Como resposta a estas críticas, alterou por completo a sua filosofia de jogo, caindo num futebol enfadonho, previsível, nada atraente, em tudo semelhante ao do seu antecessor, alegadamente despedido precisamente por esse futebol fraco.

É certo que conquistou dois troféus, mas é preciso não esquecer que ambos foram conquistados na lotaria das grandes penalidades.

Na defesa temos a sorte de manter nos quadros aquela que tem sido a melhor dupla de centrais da liga das últimas épocas – Coates e Mathieu. Luis Neto é um bom suplente.

Nas laterais, à direita Valentim Rosier traz um preocupante historial clínico. No lado esquerdo, Marcus Acuna deve ainda ser transferido. A não o ser, é preciso não esquecer que é um jogador muito indisciplinado, sendo por isso muitas vezes alvo de provocações por parte dos adversários.

No meio campo parece que nos livrámos do Gudelj. A esta excelente notícia não corresponde com outra dum reforço à altura para a posição. Doumbia tem mostrado algum potencial, mas apenas isso. Tal como Eduardo – jogador que na época passada evoluiu na Belenenses SAD.

Battaglia é impossível saber como possa estar depois duma lesão muito grave e também tem que se dizer que é um jogador que nada constrói. É realmente muito forte na destruição do jogo adversário, mas nunca será solução na primeira fase de construção de jogo.

Subindo no terreno de jogo chegamos à posição 8/10. Com a mais do que provável venda de Bruno Fernandes, não se vislumbra no plantel actual nenhum jogador com capacidade para o substituir. Wendel tem talento, mas é um jogador com características completamente distintas. Para esta posição deverá assim chegar um jogador novo.

No ataque, Bas Dost parece não se adaptar ao modelo de jogo de Keizer. Luis Filipe, apesar de ter marcado alguns golos na recta final da época passada, não tem, em minha opinião, nível para voos mais altos. As expectativas viram-se assim para Luciano Vietto, promessa argentina que nunca chegou a passar disso mesmo. Com sucessivos falhanços ao longo dos últimos anos por todos os clubes onde tem passado, liga espanhola e inglesa, resta-nos ter esperança que este jogador consiga aqui relançar uma carreira morta e enterrada.

Finalmente os extremos. Rafael Camacho tem mostrado nesta pré época estar ainda muito verde, não parecendo ser uma solução imediata para o onze. No sentido inverso, Raphinha e Matheus Pereira seriam as opções lógicas para as linhas laterais avançadas. Resta saber se o segundo vai finalmente ter a sua oportunidade no onze do Sporting e se o primeiro consegue atingir a consistência que ainda não se lhe viu.

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