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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Sporting de Bettencourt: fundo mais fundo não há


Bettencourt trabalha num plano B para evitar eleições. Mas existem manobras nos bastidores

Adeptos em confronto no sector da Juventude Leonina, adeptos de cabeça perdida a ameaçarem simpatizantes do Benfica na central, adeptos a saírem do estádio à meia hora de jogo. A última derrocada do Sporting em campo veio demonstrar o estado do clube fora dele: em ruptura. Branco mais branco não há, rezava um anúncio de detergente para a roupa. Fundo mais fundo não há, dizem os resultados dos leões. O que parece haver é interessados na lavagem dos actuais corpos sociais. É por isso que, em surdina (como sempre), começam a crescer movimentos para antecipar as eleições. Não agora, talvez no próximo mês, de certeza até ao final da época: hoje é só tempo de preparar eventuais futuras candidaturas.

José Eduardo Bettencourt é, cada vez mais, um homem só. Confrontado com todos os comentários de figuras do universo leonino, durante as férias na Bahia, o presidente dos lisboetas mostrou-se incrédulo com a polémica que envolveu a distribuição de bilhetes ao rival Benfica e alguns ataques (em surdina, claro) de pessoas de quem esperava mais solidariedade. No final da goleada que arrasou as últimas esperanças de ainda ganhar um troféu nacional, foi ao balneário falar com os jogadores – a quem, na véspera, pedira o máximo de empenho e amor à camisola – e, de seguida, terá estado reunido com elementos próximos para analisar a situação do futebol. Mas a demissão não foi posta em causa.

Os sinais de desgaste são bem evidentes, mas Bettencourt tem recebido mais pressões para permanecer na presidência, e concluir o projecto sufragado por 90% dos associados, que propriamente para desistir e marcar eleições até final de Maio. E foi por isso que Miguel Salema Garção, uma espécie de faz-tudo em Alvalade, falou como director de comunicação/team manager/director do futebol/porta-voz da presidência em “vários dossiês em vias de ficarem de vez fechados” e em “mudanças estatutárias fundamentais para o futuro do clube e para o equilíbrio de forças com os rivais”. Ou seja, um conjunto de ideias para dar fôlego ao reinado dos actuais corpos sociais. Deverão passar, como o i antecipou, por novas fontes de receitas como a criação de um fundo de jogadores, a venda das cadeiras do estádio por sectores para publicidade (agora existe apenas naming nas entradas), o estudo de novas academias no estrangeiro ou o fecho das negociações com a PT sobre o patrocínio das camisolas – o contrato termina em 2010 – e o nascimento de um canal televisivo do clube, além das operações previstas no plano de reestruturação financeira.

OPOSIÇÃO Há contestatários? Muitos. E candidatos a candidatos? Alguns. E candidatos? Zero. Parece um sketch humorístico mas é só mais um episódio das conversas de bastidores. Ou das informações. Ou das contra-informações, a última das quais a espalhar a criação de um movimento com algumas personalidades como Rogério Alves ou Paulo Abreu (que não existe).

Nesta fase, e de acordo com várias fontes contactadas pelo i, tem havido algumas reuniões entre ex-dirigentes ou simples adeptos para debater a actual situação do Sporting, detectar o que está mal e perceber o posicionamento de algumas facções, sobretudo na blogosfera. “A época está perdida, quanto a isso não há nada a fazer. Mas, para evitar equívocos como no passado, interessa agora perceber o que está mal, quem está mal e porque está mal”, explica uma das fontes, acrescentando: “Mas, quando for preciso reunir as assinaturas para convocar uma assembleia-geral extraordinária, já vai estar tudo preparado.”

Certo é que, para liderar o clube, Bettencourt não abdicou de três figuras de confiança: Paulo Bento, Pedro Barbosa e Ribeiro Teles. Depois, decidiu apostar em Sá Pinto para o futebol. Saíram todos. E fundo mais fundo que isso não há.

Fonte: ionline.pt

Data: 10/02/2010
Local: Jornal i

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Comments

  1. Henrique Morais

    Qualquer dia não há quem queira assumir a Presidência do Clube e quando aparecer alguém é um oportunista que se vai servir do Clube. Sempre fui a favor das claques e continuarei a ser mas aqueles que fazem parte deviam correr com essa gente que só quer viver à custa do Clube e que a todo o custo visam derrubar um Clube centenário. É vergonhoso! Ontem estive em Alvalade e acompanhei a manifestação e tudo corria bem excepto as cenas desagradáveis que tiveram lugar junto aos elevadores. É tempo de os elementos das claques que se dão ao respeito correrem com a escumalha que só afunda o Clube.

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