RUGIDO VERDE

Oguchialu Chijioke Goma Lambu Onyewu tem um nome tão difícil de pronunciar como o seu 1,96m é difícil de parar. E é ao ritmo do central norte-americano que o Sporting marcha à procura das vitórias. Foi dele o golo na última vitória da equipa há um mês e meio e foram dele agora os golos que permitiram o regresso dos “leões” aos triunfos. O primeiro em 2012.

Quando Onyewu marcou o golo ao Nacional, selando a vitória por 1-0, a 10 de Dezembro, os adeptos não imaginariam que só a entrar em Fevereiro é que festejariam novo triunfo. Tal como à equipa madeirense, derrotada com a cabeça do gigante americano, o Beira-Mar, que ostentava o título de segunda defesa menos batida na prova (atrás de FC Porto e com os mesmos 14 golos que Sporting e Benfica), foi abatido recorrendo à mesma arma.

Só mudaram os municiadores. Primeiro foi Jeffren a marcar o canto direito para a cabeça de Onyewu (aqui foi Yohan Tavares a ser surpreendido), dez minutos depois, um livre perto do mesmo sítio, deu a Capel a oportunidade de servir o americano, num lance semelhante ao anterior (as culpas são repartidas entre Hugo e Élio).

Foi o quarto golo deste jogador atípico, vindo de um país que não joga soccer, obrigando-o a vir para a Europa em 2002, passando por clubes como o Metz, La Louvière, Standard Liège, Newcastle, Milan, Twente e, esta época, Sporting.

Foi ele o salvador de um leão em queda livre. Há nove jogos seguidos que não vencia, desistiu do campeonato e corre para garantir um lugar no Jamor. Pouco para uma temporada de grande investimento. Domingos, cada vez mais isolado, queixou-se agora das lesões.

Entrou para o jogo com o Beira-Mar sem Izmailov, Wolfswinkel, Schaars e Rinaudo, todos potenciais titulares e todos lesionados. Ficou sem Bojinov, a braços com um processo disciplinar. Restou-lhe Seba para a frente, já que não conta com Rubio e ficou sem Postiga.

Por isso soube-lhe bem que Onyewu tenha decidido aparecer. Mas o início de jogo não fazia prever isso: logo no primeiro minuto, o americano perdeu uma bola perto da sua área e teve de fazer falta, vendo cartão amarelo. O resto foi um caminho para a redenção, menos bem a defender, melhor a atacar. Ao intervalo, o Sporting tinha o jogo na mão.

Há dois anos, em Alvalade, o chinês Zhang marcou três golos mas o Mafra foi eliminado da Taça por 4-3. O nome ganhou fama, agora joga na I Liga e foi dele o remate mais perigoso para a baliza de Patrício, embatendo com estrondo na trave. Aí, o Beira-Mar podia ter entrado no jogo. Nildo, nos descontos, atiraria ao poste, mas o jogo já estava no seu ocaso.

Não marcou Zhang e Domingos fez lançar Carrillo. Mais rápido e criativo que Jeffren, agarrou o jogo da equipa e deu mais oportunidades a Seba, muito sozinho na frente – por duas vezes colocou à prova o guarda-redes Jonas. Mesmo assim o meio-campo do Sporting funcionava aos soluços (fez falta Schaars) e só com a entrada de André Martins o miolo ficou mais seguro.

Foi o suficiente para os mais de 38 mil adeptos soltarem as palmas e começarem a festejar a primeira vitória do ano. O Sporting sobe à condição ao quarto lugar, mas acossado por Marítimo e Braga que hoje se defrontam.

Positivo
Onyewu

Foi dele o golo da última vitória leonina a 10 de Dezembro, foram do americano os dois golos de ontem marcados ao Beira-Mar, o primeiro triunfo da equipa em 2012, depois de nove jogos sem vencer.

Ficha de jogo

Jogo no Estádio José Alvalade, em Lisboa. Assistência 38.405 espectadores.

Sporting: Rui Patrício, João Pereira, Onyewu, Rodríguez, Insúa, Elias, Renato Neto (André Santos, 60’), Matías (André Martins, 71’), Jéffren (Carrillo, 57’), Ribas e Capel.
Treinador Domingos Paciência.

Beira-Mar: Jonas, Pedro Moreira, Yohan Tavares, Hugo, Joãozinho (Atila Turan, 87’), Nuno Coelho, Zhang, Artur, Nildo, Élio (Serginho, 62’) e Douglas.
Treinador Rui Bento.

Árbitro: Duarte Gomes, de Lisboa.

Amarelos: Onyewu (1’), Douglas (26’), Pedro Moreira (30’), Joãozinho (38’), Renato Neto (40’), João Pereira (53’), Carrillo (63’) e Rodríguez (68’).

Golos: 1-0, por Onyewu, aos 18’; 2-0, por Onyewu, aos 28’.

Fonte: publico.pt