RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quinta-feira, Abril 25, 2024

Neste dia… em 2010, Leão de peito aberto à conquista da América vence o torneio Red Bull New York Challenge

O Sporting venceu o torneio Red Bull New York Challenge. Paulo Sérgio ganhou uma equipa, independentemente dos intérpretes dos seus conceitos. Em suma, o que se passou ontem, na Arena de Newark que é casa da equipa local de “soccer”. A equipa mudou por completo, mudaram os sistemas, e a articulação entre uns e outros não pode deixar de ser, à partida, um primeiro triunfo conseguido pelo técnico dos leões. Os modelos podem não estar instituídos com carácter preferencial, os titulares e alternativas têm evoluído e jogado em simultâneo, e a equipa, em termos de soluções individuais e mesmo de articulação movida sob princípios bem assimilados, mesmo se em variantes tácticas diferentes, só sai a ganhar.

Tomando o ponto prévio que não estavam reunidas as condições (climatéricas) para a prática do futebol – ou, sequer, para estar na bancada -, o jogo de ontem com o Tottenham começou em bom ritmo, com os ingleses, de resto, a darem sinais de perigo. As duas equipas evoluíam em sistemas idênticos: ao quarteto defensivo composto por Abel, Nuno Coelho, Torsiglieri e Grimi escalado por Paulo Sérgio, Harry Redknapp contrapunha Hutton, Kyle Walker, Corluka e Naughton; à dupla de médios de cobertura que eram André Santos e Miguel Veloso, havia do outro lado Jenas e Huddlestone; e havia ainda um trio de apoio (Salomão, Matías e Valdés pelos leões; Kranjcar, Taarbat e Gareth Bale, pelos spurs) aos pontas-de-lança que eram Liedson e Keane.

A pressão alta e permanente pretendida por Paulo Sérgio era difícil de mover e ainda mais de manter, dada a temperatura e a humidade, mas o Sporting, apesar das transições rápidas e venenosas de Taarabt ou Kranjcar, equilibrava a partida, com André Santos em bom plano no capítulo de ocupação de espaços e recuperação de bolas no momento defensivo. O equilíbrio foi tão extremo que, após duas acções de relativo perigo junto da baliza de Rui Patrício, o Sporting conseguius três perdidas incríveis (Liedson desarmou Corluka, e Cudicini defendeu o remate à queima do 31; Matías insistiu, mas o remate embateu num defesa; Valdés fez a recarga e a bola foi ao poste, depois de desviada por outro defesa; e, por fim, Matías fuzilou a baliza… acertando na barra).

A defesa em linha é um dos novos mecanismos a reter pelo plantel dos leões e, se tão bons resultados deu com o Manchester City, suscitou a validação do golo do Tottenham: o alívio é de Corluka, a recepção excepcional de Kranjcar, que faz um passe magistral para Keane, colocado em jogo por Torsiglieri, abrir a contagem aos 24′. A voz de comando de Nuno Coelho não foi seguida pelo argentino, e o capitão dos spurs facturou, isolado, ante Patrício. Já o capitão do Sporting, Liedson, acusava a conhecida dificuldade em actuar só na frente, abrindo antes espaços para as entradas de Matías e Valdés, sobretudo. E foi assim, aliás, que os leões responderam de imediato, no minuto seguinte. Liedson, após passe longo de Patrício, pressionou e forçou a segunda bola. Matías captou e serviu Salomão na direita. Este avaliou e cruzou de trivela, com o pé canhoto, para a perfeita execução de Matías, que de cabeça, em salto de peixe, meteu a bola na gaveta.

O espaço entre os argentinos Grimi e Torsiglieri continuava a ser explorado por Kranjcar, Keane e Taarbat, mas o intervalo chegaria. Paulo Sérgio ponderaria com a sua equipa técnica a gestão a fazer para a segunda parte e eventual recurso aos titulares do jogo na Dinamarca, e trocaria Salomão por Pongolle, transitando a equipa do 4x2x3x1 para o 4x4x2 em que Matías deveria assumir a direita e Valdés a esquerda. E novo golo chileno chegou: aos 48′, Pongolle serviu Abel (que fazia, então, o corredor direito todo), depois Veloso recolheu no miolo, derivou para a esquerda e deu para Valdés, que, rodeado de quatro adversários, fintou e fez, de pé esquerdo, o golo.

Até final, houve ainda muito calor, algum cansaço, muitas substituições – só Tonel, Carriço, Polga, Golas e Tiago não jogaram por parte dos leões -, algumas das quais… decisivas no desfecho do encontro. A velocidade de Obika foi um problema desde os 60′ para Torsiglieri – sobretudo – e companhia. Mas, aos 70′, Maniche fez um passe para… Keane, que lançou de imediato Obika, com o central argentino a reclamar fora-de-jogo. Nada feito, a não ser o 2-2.

O Sporting está bem e recomenda-se, apesar das variações tácticas, reserva de titulares absolutos e desgaste de treinos, jogos, viagens e jetlags. Ou, se calhar, por isso tudo. O próximo é já a doer, quinta-feira, na Dinamarca, contra o Nordsjaelland, na 3ª pré-eliminatória da Liga Europa.

Ficha do jogo:

Tottenham – 2 x Sporting – 2
Estádio Red Bul Arena
Árbitro Steven Depiero

Tottenham: Cudicini (Button INT); Alan Hutton, Walker, Corluka e Naughton (Danny Rose 64′); Jenas e Huddleston; Kranjcar (Townsend 68′), Bale e Taarabt (Obika 62′); Keane

Treinador Harry Redknapp

Sporting: Rui Patrício; Abel (João Pereira 77′), Nuno Coelho, Torsiglieri e Grimi (Evaldo 77′); André Santos (Pedro Mendes 77′) e Miguel Veloso (Maniche 64′); Diogo Salomão, (Pongolle INT, Saleiro 84′) Matías Fernández (André Martins 90′) e Valdés (Valdés 87′); Liedson (Yannick Djaló 77′)

Treinador Paulo Sérgio

Ao intervalo 1-1

Golos 24′ Robbie Keane, 25′ Matías Fernández, 48′ Valdés, 70′ Obika
Amarelos 36′ Liedson, 86′ João Pereira

Fonte: Jornal O Jogo

Data: 25/07/2010
Local: Red Bull Arena, New York
Evento: New York Challenge

Artigos relacionados

Comments

Leave a Reply

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>